A esquerda francesa considerou «nauseabundas» as declarações do ministro do Interior, que disse que se for dado o direito de voto aos estrangeiros a comida 'halal' passará a ser obrigatória.
«Aceitar o voto dos estrangeiros é abrir a porta ao comunitarismo. Não queremos que conselheiros municipais estrangeiros tornem obrigatória a comida 'halal' nos refeitórios escolares» ou que as piscinas municipais proíbam o acesso misto de homens e mulheres, disse Claude Guéant.
A comida 'halal' é a que respeita as restrições impostas pela lei islâmica.
«Os estrangeiros devem aceitar as nossas regras, são eles que devem adaptar-se», disse, acrescentando que os imigrantes constituem 5,8 por cento da população em França, mas representam 13 por cento das pessoas condenadas por crimes.
Para os socialistas, as palavras de Guéant «são declarações nauseabundas, mas são a imagem da campanha de Nicolas Sarkozy», considerou Mannuel Valls, diretor de comunicação do candidato socialista às presidenciais de abril e maio, François Hollande.
Numa entrevista à rádio Europe 1, Valls acrescentou que o ministro «faria melhor em tratar da luta contra a insegurança e a delinquência», em vez de tentar «distrair a atenção dos franceses do que é essencial: o desemprego, a precariedade, a baixa do poder aquisitivo, o receio do futuro».
«Não se pode ser ministro do Interior da República e fazer declarações xenófobas», afirmou a antiga líder e candidata dos comunistas Marie-George Buffet, que apelou a Guéant que «escolha os valores da República» ou se demita.
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