segunda-feira, 5 de março de 2012

"Gostaria que o futuro Presidente não defendesse os interesses estrangeiros" - Lugo



MSE - Lusa

Díli, 05 mar (Lusa) - O candidato às eleições presidenciais em Timor-Leste José Luís Guterres considera que o futuro Presidente deverá defender "exclusivamente os interesses nacionais e do povo" e não os interesses estrangeiros.

"Gostaria que o novo Presidente fosse um Presidente que defenda exclusivamente os interesses nacionais e do povo de Timor-Leste e não os interesses estrangeiros e que seja firme na defesa desses mesmos interesses, que respeite os outros órgãos de soberania e que saiba trabalhar com o governo", afirmou em entrevista à agência Lusa José Luís Guterres, que pediu dispensa do cargo de vice-primeiro-ministro para concorrer na votação de 17 de março.

O político, dissidente da Fretilin, disse estar preparado para perder as eleições, face ao favoritismo de outros candidatos, e que a sua iniciativa pretende contribuir para a democracia e reforçar a liberdade no país. "Como democrata, estou preparado para perder e saberei perder e dar o apoio necessário ao Presidente que for eleito", afirmou. "Eu sou um democrata, quero contribuir para a democracia, quero reforçar a liberdade aqui em Timor", acrescentou o candidato que acredita que a experiência adquirida ao longo da sua vida lhe dá "melhores possibilidades para desempenhar as funções".

José Luís Guterres, presidente do partido Frente Mudança, criado após a sua dissidência da Fretilin em 2007 para criar o movimento Fretilin Mudança e que apoiou no mesmo ano o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, foi embaixador de Timor-Leste em vários países antes da restauração da independência, em 2002, e já ocupou várias pastas nos governos timorenses.

Para "Lugu", como é também conhecido José Luís Guterres, são também fundamentais o diálogo nacional e o desenvolvimento equilibrado.

"Acredito que é necessário um Presidente que saiba promover um diálogo nacional, que defenda o diálogo nacional, e que também defenda o desenvolvimento equilibrado do nosso país para que os recursos sejam também canalizados para as regiões mais remotas e um desenvolvimento com justiça", afirmou.

Para o candidato, no processo de desenvolvimento da economia é preciso defender que a "distribuição seja mais equitativa para que todas as famílias timorenses tenham acesso aos benefícios que proveem do desenvolvimento nacional".

José Luís Guterres considerou também que 2012 é "o momento" para acabar com a missão de manutenção de paz da ONU e da força internacional de estabilização, porque a sua permanência dá uma imagem negativa de Timor-Leste.

"Dá a imagem de um país em constante ameaça de instabilidade ou de instabilidade e a instabilidade e o desenvolvimento não se conjugam, por isso somos defensores de que é necessário acabarmos com a missão das Nações Unidas e das forças internacionais aqui em Timor-Leste", afirmou.

Só assim, acrescentou, se pode criar outro ambiente que permita o investimento estrangeiro e a criação de mais empregos para desenvolver o país.

Ao nível da política externa, caso seja eleito, José Luís Guterres manterá a cooperação com a Indonésia, Austrália, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Associação das Nações do Sudeste Asiático e países do sul do Pacífico.

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