segunda-feira, 12 de março de 2012

Timor-Leste: José Ramos-Horta garante que o país está em paz e segurança



MSE – Lusa, com foto

Díli, 12 mar (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e recandidato ao cargo nas eleições de dia 17 de março, garantiu hoje em Ermera que o país está em paz e em segurança.

"Hoje, cinco anos depois, a poucas semanas do fim do meu primeiro mandato, o nosso país está em paz. A paz e segurança voltaram as ruas e bairros de Díli, as mães e as crianças sorriem de alegria e confiança", afirmou José Ramos-Horta, num discurso divulgado hoje pela Presidência timorense.

Segundo Ramos-Horta, que prometeu não fazer ações de campanha para as presidenciais de dia 17, "as instituições de defesa e segurança estão a ser reorganizadas e reconquistaram a confiança" da comunidade.

Mas, destacou, o trabalho ainda não está completo. "Estamos a meio caminho de um processo que precisa de mais tempo, concentração de atenção, prudência e paciência", disse.

No discurso, José Ramos-Horta lembrou também a crise política e de segurança vivida em 2006 no país, que germinou no seio das Forças Armadas, contagiou a Polícia Nacional do país e alastrou para os bairros e ruas de Díli.

"A crise que surgiu no seio das Forças Armadas em 2006 começou a germinar como um pequeno problema, a partir de 2004, relacionado com alegações de discriminação e favoritismos", explicou o Presidente.

Sem "apontar o dedo a seja quem for e atribuir responsabilidades", José Ramos-Horta disse que quem está na chefia de uma instituição civil ou militar não pode "esquivar-se" às suas responsabilidades.

"Quem está na chefia de uma instituição, civil ou militar, não pode esquivar-se às suas responsabilidades pelo que ocorre de bom ou mau. E quando as chefias não atuam prontamente para investigar e corrigir erros, os problemas, inicialmente sem grande importância, vão ganhando vida própria, avolumam-se e transbordam", afirmou.

O Presidente lembrou também que em 2006 o país esteve à "beira de uma guerra civil" e na sequência da rutura política e pessoal entre o então chefe de Estado, Xanana Gusmão, e o primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Mari Alkatiri, segundo José Ramos-Horta, foi "forçado a renunciar ao cargo" que ele próprio assumiu a seguir.

"Ao longo de quase seis anos, desde a eclosão da crise de 2006 até ao presente, o povo pôde observar de perto e pode, hoje, avaliar e julgar a minha contribuição para unir o país, sarar as feridas nas nossas Forças Armadas e Polícia, nas nossas comunidades, restaurar a confiança e a fé perdidas, para vivermos o presente em paz e segurança e voltar a acreditar no futuro", disse.

Em Ermera, José Ramos-Horta disse também que se for eleito vai consolidar a paz e continuar a unir o país, a sarar feridas, a dialogar com as forças políticas do país, sociedade civil, governo e a igreja Católica e a mobilizar os timorenses para a erradicação da pobreza, educação e saúde pública.

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