... e for pedida colaboração
Lusa
Luanda, 10 mai (Lusa) - Angola está disposta a rever a posição de retirar os 270 militares que mantem na Guiné-Bissau caso haja uma resolução das Nações Unidas e lhe for solicitada colaboração numa futura força internacional, disse hoje fonte governamental em Luanda.
"Caso haja uma resolução das Nações Unidas e seja solicitada alguma colaboração ao governo de Angola, nós estamos dispostos a rever [a posição]", disse o ministro de Estado e da Coordenação Económica, referindo-se à anunciada retirada do contingente militar que Angola mantém em Bissau.
Numa conferência de imprensa para apresentação dos resultados da governação no primeiro trimestre de 2012, Manuel Vicente destacou que o anúncio da retirada da Missang, a missão de cooperação para ajudar à reforma dos setores de Defesa e Segurança guineenses, se deveu à falta de vontade das autoridades de Bissau.
"Estivemos na Guiné-Bissau no quadro de uma relação bilateral. Uma vez que não há vontade das autoridades em que esta força permaneça, o executivo [angolano] achou por bem dar por finda esta missão de cooperação que vinha exercendo", considerou.
A referência surgiu na sequência de uma questão sobre se os recentes desenvolvimentos na Guiné-Bissau, face ao golpe de estado de 12 de abril, poderiam afetar a imagem de Angola.
Os militares golpistas justificaram a tomada do poder, com a consequente detenção do Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, com a alegada interferência dos militares angolanos no processo politico guineense.
"Eu não vejo razão pela qual a imagem de Angola fique beliscada. Nós fomos no quadro de uma cooperação. Uma vez que o beneficiário acha que já não precisa, não vejo como é que isto vai afetar a nossa imagem", sustentou Manuel Vicente.
O ministro concluiu afirmando que "o Governo de Angola já reiterou que continua aberto a rever a sua posição [retirada da Missang] no quadro de uma intervenção no âmbito internacional".
EL.
CEDEAO propõe Serifo Nhamadjo para Presidente de transição
Bissau, 11 mai (Lusa) - A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) propôs hoje o nome de Serifo Nhamadjo, presidente interino do Parlamento, para Presidente da Guiné-Bissau num período de transição.
A proposta surgiu no final de uma longa reunião que juntou em Bissau militares e políticos e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Costa do Marfim e da Nigéria.
À chegada a Bissau, na tarde de quinta-feira, o chefe da diplomacia da Nigéria tinha dito que a crise na Guiné-Bissau tinha de acabar nesta reunião.
Serifo Nhamadjo diz que vai hoje iniciar consultas para escolher PM, PAIGC diz-se de fora
Bissau, 11 mai (Lusa) - Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, disse esta noite aos jornalistas que hoje mesmo vai iniciar consultas para escolher um primeiro-ministro de um governo de transição mas o PAIGC, maior partido, já disse estar fora.
No final de uma maratona de reuniões entre a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), partidos e militares da Guiné-Bissau a organização regional propôs Serifo Nhamadjo para Presidente de transição (um ano), na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.
A proposta foi lida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, , Nurudeen Muhammad, segundo o qual se tratou de uma escolha "em obediência estrita à Constituição" da Guiné-Bissau, segundo o seu artigo 71.
1 comentário:
Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior passaram do estatuto de prisioneiros dos militares em Bissau, para reféns da CEDEAO em Abidjan!!!
Desse modo a CEDEAO "marca" a sua vontade "submetendo" a do CPLP, que advoga o retorno ao poder de Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, com a realização da 2ª volta das eleições de forma a, a partir daí se formar governo.
A "chantagem" da CEDEAO, vai criar divisões no PAIGC.
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