EL - Lusa
Luanda, 15 un (Lusa) - A Guiné-Bissau e as relações económicos luso-angolanas preencheram o encontro de mais de uma hora entre o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, e o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
No final, em declarações à imprensa, o chefe da diplomacia portuguesa, que chegou hoje a Luanda para uma visita de algumas horas, destacou que as relações entre os dois países são "intensas e importantes".
"Eu acredito profundamente nas relações entre os nossos dois países. Acredito em relações em que ambos ganham, em que, quer os interesses portugueses em Angola quer os interesses angolanos em Portugal, são defendidos, e a conversa com o Presidente da República foi muito positiva, mais uma vez", vincou.
Paulo Portas, que reafirmou a "importância" dos investimentos angolanos em Portugal, destacou a presença de empresas portuguesas em Angola.
"Como sabem, as relações económicas são muito fortes. Há muitas empresas portuguesas a fazer um excelente trabalho em Angola, tal como há investimentos angolanos que são importantes para Portugal", disse.
"Assim como trabalhamos para que as empresas portuguesas sejam bem recebidas em Angola, também dizemos que os investimentos de Angola em Portugal são bem recebidos", frisou.
Para que "possam ser mutuamente positivos e vantajosos para a economia angolana e a economia portuguesa", acrescentou.
No plano multilateral, Paulo Portas destacou a situação na Guiné-Bissau, no âmbito da próxima cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a realizar em julho em Moçambique, em que Luanda passará a presidência da organização para Maputo.
"A CPLP foi muito clara na defesa dos princípios e muito nítida na condenação de um golpe de Estado, de qualquer golpe de Estado que altere a ordem constitucional estabelecida. Esses golpes de Estado atrasam o desenvolvimento e impedem a estabilidade", defendeu.
Desse modo, Paulo Portas acentuou a necessidade de a comunidade internacional dever ser "muito clara" na rejeição de "interrupções violentas" por via de golpes de Estado.
"A comunidade internacional, nomeadamente as organizações internacionais, deve empenhar-se na procura de uma solução para a Guiné-Bissau que faça respeitar princípios constitucionais, princípios de legalidade, porque só uma solução dessas trará estabilidade", sustentou.
Angola e Portugal partilham o princípio de "tolerância zero" para golpes de Estado que "ignoram o voto popular, desprezam a vontade dos cidadãos, desestabilizam nacional e internacionalmente um país, provocam que a comunidade internacional olhe hoje para a Guiné-Bissau com muitas reservas e, sobretudo, golpes de Estado que impedem o desenvolvimento e o direito à prosperidade" dos guineenses, disse Paulo Portas.
Antes de regressar a Lisboa, ao princípio da noite, Paulo Portas vai ainda encontrar-se com o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, e com o chefe da Casa Civil, Carlos Feijó.
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