sábado, 14 de julho de 2012

Angola: Coligação de dissidente da UNITA admite impugnação da lista do MPLA



EL - Lusa

Luanda, 13 jul (Lusa) - A coligação liderada por Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA, anunciou hoje em Luanda que está a avaliar uma impugnação à lista do MPLA, partido no poder, concorrente às eleições gerais de 31 de agosto em Angola.

"Há de facto uma série de irregularidades cometidas no âmbito da candidatura do MPLA e em tempo próprio vamos definir se vamos ou não impugnar. Mas temos conhecimento que há inúmeras irregularidades que o próprio Tribunal Constitucional também não avaliou corretamente", disse Abel Chivukuvuku, líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE)

Em causa está, designadamente, a inclusão em 60.º lugar, na lista do partido no poder em Angola, pelo círculo nacional, do empresário Bento dos Santos "Kangamba", general na reforma e que alegadamente não cumpre o que está disposto no artigo 145.º da Constituição, que considera inelegíveis candidatos que tenham cumprido pena de prisão superior a dois anos.

"Temos conhecimento de que, infelizmente, o nosso governo, o nosso executivo tem uma caraterística especial e que é de não cumprimento das leis e isso tudo desacredita as próprias instituições", salientou o líder da CASA-CE, que falava em conferência de imprensa após um encontro com o presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CNE).

Sobre esta reunião, de cerca de duas horas e meia, Abel Chivukuvuku disse ter saído "mais preocupado" do que quando entrou.

Acompanhado do "estado-maior" da coligação, Chivukuvuku disse ter entregado um memorando a André Silva Neto, presidente da CNE, em que enumerou as "ilegalidades e irregularidades" na condução do processo eleitoral.

"É por isso que digo que viemos preocupados e saímos mais preocupados", frisou.

Abel Chivukuvuku salientou ainda ser imperioso que os órgãos do Estado e os atores políticos façam tudo o que estiver ao seu alcance para que as eleições em Angola se realizem nos prazos estabelecidos.

"Por isso, tudo tem que ser feito para corrigir as anomalias e é por isso que nós dizemos que o principal responsável de tudo é o chefe de Estado, e que ao mesmo tempo é o candidato José Eduardo dos Santos", concluiu.

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