Coligação de Chivukuvuku exige correção imediata de irregularidades eleitorais
20 de Agosto de 2012, 13:44
Luanda, 20 ago (Lusa) - A coligação liderada por Abel Chivukuvuku, concorrente às eleições gerais de 31 de agosto em Angola, exigiu hoje em conferência de imprensa em Luanda que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) "corrija imediatamente as irregularidades" detetadas no processo eleitoral.
Numa declaração política lida no início da conferência de imprensa, Abel Chivukuvuk, dissidente da UNITA e que agora lidera o projeto Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) diz querer acreditar que os membros da CNE, "se forem pessoas honestas e sérias", passarão a organizar o escrutínio segundo o disposto na lei.
Abel Chivukuvuku anunciou ainda que os seus delegados nas assembleias de voto, num total que disse cobrir mais de 90 por cento do total, "têm capacidade, e se necessário, publicitar os resultados eleitorais em 48 horas".
Instado a dizer o que fará, se a CNE continuar sem ir ao encontro das críticas da coligação, corrigindo o que a CASA-CE considera imprescindível para que as eleições sejam "livres, justas e transparentes", Abel Chivukuvuku respondeu: "Não queremos colocar a questão se a CNE não cumprir. As instituições do Estado devem cumprir tudo o que está previsto na lei."
Abel Chivukuvuku destacou as condições que considera "obrigatórias" em relação à CNE: publicação dos cadernos eleitorais, frisando que a lei não permite que as eleições se realizem sem cadernos eleitorais, credenciamento dos fiscais dos partidos, e a garantia que nas mesas de voto estes terão direito a receber as atas síntese dos resultados.
"É preciso que esses pressupostos fundamentais sejam garantidos para que as eleições sejam credíveis", vincou.
Apesar da insistência dos jornalistas em querem saber o que tenciona a coligação fazer, se até ao dia das eleições a CNE continuar sem cumprir as três condições, o líder da CASA-CE manteve-se irredutível, reafirmando o que a lei "exige", acrescentando ser "desejável" que o órgão eleitoral "tem necessariamente de estabelecer o cumprimento desses pressupostos".
"Se forem cidadãos sérios e honestos, têm a obrigação de concordar que a lei estabelece o dia 31 de julho como limite para a publicação dos cadernos eleitorais. O que não foi feito. Se forem sérios e também forem honestos também vão reconhecer que têm a obrigação de publicar esses cadernos e por isso nós também temos o direito de exigir que esses cadernos sejam publicados", afirmou.
Abel Chivukuvuku salientou que o cumprimento das três condições visa assegurar a "lisura e transparência" das eleições, para "credibilizar o processo, se é que ainda é possível credibilizar este processo (eleitoral)".
Na declaração política, Abel Chivukuvuku classificou como "graves" o que considera serem as violações ao tratamento igual que deve ser dispensado às forças políticas concorrentes no escrutínio pelas rádio e televisão públicas, e pelos estatais Jornal de Angola e agência Angop.
A coligação está ainda "preocupada" com os relatos que alega ter recebido relativamente ao não credenciamento de observadores nacionais e estrangeiros do processo eleitoral, bem como as "referências feitas sobre a negação de vistos de entrada em Angola a jornalistas estrangeiros e a imposição aos jornalistas nacionais de um credenciamento seletivo e com pré-indicação do local de cobertura, fora do interesse editorial" do respetivo órgão.
"Estes atos são atentatórios ao bom nome do Estado angolano e projetam Angola no mundo como um país onde a democracia é apenas um adereço e não uma vontade real dos seus dirigentes", acrescentou.
No final, foi anunciado que a Casa-CE efetua no próximo dia 25 um comício em Luanda.
A data coincide com o dia da anunciada manifestação da UNITA, maior partido da oposição, que agendou também para esse dia uma "manifestação popular" em todo o país contra "as ilegalidades que estão a caracterizar" a organização das eleições gerais de 31 deste mês, e de uma contramanifestação prevista pelo partido no poder, MPLA.
EL.
Líder do MPLA quer saber onde estavam em 1960 ex-militares que "falam de divisão"
20 de Agosto de 2012, 15:37
Luanda, 20 ago (Lusa) - O líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, questionou hoje na província de Cabinda, norte de Angola, onde se encontravam os ex-combatentes "que hoje só falam de divisão" quando nos anos 60 "viviam como irmãos".
José Eduardo dos Santos dirigia-se aos milhares de militantes e simpatizantes do MPLA, partido no poder, que hoje acorreram ao estádio do TAFE, para assistir a comício do partido no poder, no âmbito da campanha para as eleições gerais de 31 de agosto.
Segundo o líder do líder do MPLA e igualmente Presidente da República, os guerrilheiros desta força política instalaram-se em Cabinda, nos anos 60, e "viviam como irmãos".
UNITA não permitirá realização de eleições se CNE não respeitar a lei -- Isaías Samakuva
20 de Agosto de 2012, 17:50
Luanda, 20 ago (Lusa) - A UNITA não permitirá que se realizem as eleições gerais em Angola, previstas para 31 de agosto, se a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) persistir em continuar a organizar o processo eleitoral de forma ilegal, garantiu hoje o líder do partido.
"Não vamos permitir que se realizem eleições fora dos marcos da lei. Penso que estou a ser claro", disse Isaías Samakuva, em conferência de imprensa em Luanda para divulgar o documento entregue na passada sexta-feira pela UNITA ao presidente da CNE.
O documento, de 17 páginas e intitulado "Memorando Sobre os Vícios e Desvios à Lei que Enfermam o Processo Eleitoral", contempla múltiplas denúncias do partido do "Galo Negro" sobre os problemas e alegadas ilegalidades detetadas no registo eleitoral, mapa de assembleias de voto, cadernos eleitorais, entrega das atas de voto e transmissão dos resultados eleitorais.
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