JSD - Lusa
Cidade da Praia, 12 set (Lusa) - O Governo de Cabo Verde vai lançar nos próximos dias um debate sobre a celeridade da Justiça no país, defendendo uma legislação mais dura para combater a pequena criminalidade, crescente na capital cabo-verdiana.
Numa entrevista à Rádio Nacional de Cabo Verde (RCV), o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, reiterou a intenção de instalar, rapidamente, a videovigilância nas cidades, entre outras medidas, como o reforço do policiamento nas ruas e a articulação das várias polícias no combate à pequena criminalidade.
"Precisamos de uma Justiça mais célere, que dê um resposta mais rápida, e também de revisitar alguma legislação que possa pôr mão mais dura em relação a vários atos que têm acontecido, para mostrar às pessoas que o crime não compensa em Cabo Verde", disse o chefe do executivo cabo-verdiano.
José Maria Neves salientou que o Conselho de Ministros cabo-verdiano realizou na terça-feira uma sessão especial sobre o tema.
"Nos últimos dias, temos feito vários encontros com todas as autoridades que intervêm na matéria. Houve uma sessão especial do Conselho de Ministros e ficou definido o reforço do policiamento e uma maior articulação entre as polícias Nacional (PN), Judiciária (PJ) e Militar (PM) no patrulhamento das ruas", referiu.
"Estamos a trabalhar para que haja videovigilância nas nossas cidades e a fazer tudo ao nosso alcance para uma atuação incisiva em relação a esta matéria. Os delinquentes, os criminosos não podem ganhar esta batalha em Cabo Verde", frisou.
Nas últimas semanas, a Cidade da Praia tem registado um aumento significativo de assaltos à mão armada, em que os delinquentes estão a utilizar armas de fogo e de guerra como ameaça.
A polícia deverá anunciar os dados oficiais da criminalidade em breve.
Um pouco pelos principais bairros da capital cabo-verdiana, referiu a RCV, têm-se multiplicado os assaltos à mão armada a estabelecimentos comerciais e a cidadãos.
No domingo, no bairro de Achada de Santo António, o mais populoso do país, a RCV recebeu relatos de seis assaltos a particulares, quatro deles perpetrados por dois delinquentes, armados com uma pistola, em que uma das vítimas foi um jornalista da própria rádio.
Na rede social Facebook, vários cidadãos têm alertado que algumas ruas do bairro de Achada de Santo António se tornaram num dos pontos mais críticos dos famigerados "caçu body", expressão crioula oriunda da norte-americana "cash or body" (numa tradução livre, "dinheiro ou morte").
Na mesma rede social, são constantes os alertas para que não se saia à rua depois de escurecer.
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