domingo, 30 de setembro de 2012

Missão eleitoral da UE recomenda revisão da legislação sobre financiamento dos partidos

 

MSE - Lusa
 
Díli, 28 set (Lusa) - A missão de observação eleitoral da União Europeia às eleições legislativas de 07 de julho em Timor-Leste recomendou hoje a revisão da legislação sobre financiamento de partidos e maior apoio a programas para a formação de jornalistas.
 
As recomendações foram feitas pela chefe da missão, a eurodeputada britânica Fiona Hall, durante a apresentação final do relatório daquela missão de observação eleitoral, que esteve no país durante um período de dois meses, numa unidade hoteleira em Díli.
 
"É aconselhável introduzir disposições jurídicas vinculativas sobre o financiamento e despesas dos partidos durante as campanhas eleitorais, incluindo o estabelecimento de limites de doações e despesas, assim como sanções para violações da lei, que sejam suficientemente severa para atuar como fator de dissuasão ao financiamento ilegal", recomendou a eurodeputada.
 
Segundo o relatório, "ocorreram violações" à lei nº 6/2008 sobre o Regime Legal para o Financiamento dos partidos políticos, que exige que o financiamento partidário deve aderir aos princípios de legalidade, transparência e total responsabilização.
 
"Ocorreram violações a estes princípios. Além disso, o CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, do primeiro-ministro, Xanana Gusmão) e a uma menor escala outros partidos da coligação no governo, pareceram ter explorado as vantagens de partido no poder", refere o documento.
 
Segundo o documento, os partidos usaram, por várias vezes, os recursos do Estado como veículos oficiais e edifícios públicos durante a campanha, salientando que foram também anunciados programas de apoio monetário a cidadãos que "não vão de encontro com as boas práticas internacionais das eleições democráticas".
 
No relatório, com 30 páginas, a missão considera de "maior importância para a qualidade democrática de futuras eleições que o governo de Timor-Leste e os doadores continuem a organizar e a apoiar programas de formação para jornalistas a fim de elevar o seu nível de competência de acordo com as boas práticas jornalísticas".
 
O documento considera também que a "liberdade de expressão na comunicação social foi respeitada" e que os meios de comunicação social cobriram "intensivamente" a campanha eleitoral dos 21 partidos candidatos às legislativas.
 
O relatório refere igualmente que a votação decorreu num "ambiente bastante calmo, livre de intimidação e distúrbios e atraiu um grande número de eleitores".
 
As eleições legislativas de 07 de julho foram ganhas pelo CNRT.
 
Nota PG: No capítulo da atualidade a divulgar, como compete a uma agência de notícias e a orgãos de comunicação social, muito mais aconteceu e acontece em Timor-Leste. Contudo a Agência Lusa não cumpre as suas competências no que se refere à atualidade daquele país. Esse facto, a juntar à displicência da mentalidade e desprezo dos responsaveis governamentais e da mídia timorense pela língua portuguesa, vota aqueles que no exterior se consideram no direito de serem informados sobre o país mas que não o são se acaso desconhecerem o tétum. Apesar de tudo há mais notícias em inglês (poucas) do que em português dez anos volvidos da independência.
 
Se acaso souber tétum recorra às publicações online timorenses que profusamente fazem um bom trabalho de divulgação da atualidade do país. De lamentar que talvez (com boa vontade) só umas 600 mil pessoas entendam o tétum escrito – no país e pelo resto do mundo. A isto podemos chamar Cabeças Duras, Orgulhosamente Sós ou Burro Segue o Teu Caminho. Apesar de tudo a Agência Lusa não sai com imagem “lavada” de toda esta situação, sendo cumplice nesta prática de aberrante ostracismo.
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana