sexta-feira, 14 de setembro de 2012

São Tomé: NÃO HÁ BOLSEIROS EM BRAGA, OPOSIÇÃO QUER AJUDAR GOVERNO

 


Governo garante que não tem estudantes bolseiros em Braga
 
13 de Setembro de 2012, 15:11
 
São Tomé, 13 set (Lusa) - O Governo são-tomense disse hoje que não tem qualquer responsabilidade com os estudantes bolseiros do arquipélago que estão a passar dificuldades na cidade portuguesa de Braga.
 
"Estes estudantes não são bolseiros são-tomenses", disse a jornalistas Ednilsa Afonso, diretora do Ensino Superior do Ministério da Educação, Cultura e Formação de São Tomé e Príncipe.
 
Em carta distribuída na semana passada à imprensa, estudantes são-tomenses em Braga queixaram-se de falta de pagamento pelo Governo são-tomense das bolsas de estudo, alegando que por causa disso estão a ser expulsos das casas que alugaram e outros recorrem mesmo a contentores de lixo para encontrar alimentos.
 
"Estes alunos de Braga, é bom que fique claro, o ministério (da Educação) não tem qualquer responsabilidade em relação a eles e se nós estivermos a falar de sensibilidade é verdade que essa sensibilidade tinha que ser acompanhada de outras coisas, mormente a disponibilidade financeira do Estado para o efeito", disse a diretora do Ensino Superior do Ministério da Educação, Cultura e Formação de São Tomé e Príncipe.
 
"A maioria partiu (para Portugal) por sua conta e risco, sabendo de antemão que não teriam o apoio do Estado são-tomense, portanto neste momento não há nenhuma medida, acredito eu, que possa ser adotada para ajudar esses estudantes porque o Estado não tem condições financeiras para o fazer", explicou Ednilsa Afonso.
 
A diretora do Ensino Superior admitiu, no entanto, que de uma forma geral, verificam-se atrasos no pagamento das bolsas dos estudantes são-tomenses espalhados por vários países estrangeiros.
 
"Nós temos muitos bolseiros no país e no exterior e neste momento, infelizmente, nós registamos o atraso no pagamento em relação a todos eles", disse, explicando que a situação está regularizada com a maioria "até dezembro de 2011", exceto Argélia e Rússia cujos pagamentos estão regularizados até ao mês de março último.
 
"Portugal que é a nossa situação critica, nós ainda não conseguimos fazer nenhum pagamento do ano letivo 2011/2012", explicou.
 
"Se o Estado nesse momento não consegue cobrir as suas responsabilidades que tem para com aqueles que já são seus bolseiros, mal se compreenderá que o estado possa resolver agora a situação desses estudantes de Braga", concluiu Ednilsa Afonso.
 
MYB.
 
Oposição solidária com estudantes em Braga
 
13 de Setembro de 2012, 22:22
 
São Tomé, 13 set (Lusa) - O principal partido da oposição são-tomense MLSTP-PSD afirmou hoje estar disponível para ajudar o governo a resolver os problemas de uma centena de estudantes de São Tomé e Príncipe em Portugal.
 
Cerca de 150 alunos de São Tomé e Príncipe que estudam em escolas profissionais portuguesas têm dificuldades económicas, disse na passada semana uma associação estudantil.
 
"Temos muitos alunos, principalmente na região da Guarda e da Beira Interior a passarem dificuldades na alimentação, alojamento e propinas", disse à agência Lusa Felisberto Tertuliano da Costa, presidente da direcção da AEPALOPG (Associação de Estudantes dos Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa da Guarda).
 
O responsável adiantou que os alunos não têm "bolsa de estudo do país de origem", situação que já foi relatada numa carta enviada ao ministro da Educação e Cultura de São Tomé e Príncipe.
 
A diretora para o Ensino Superior do Ministério da Educação, Cultura e Formação são-tomense, Ednilsa Afonso, declarou hoje o governo não tem qualquer responsabilidade em relação aos estudantes que estão a passar dificuldades na cidade portuguesa de Braga.
 
"Esses estudantes não são bolseiros são-tomenses", disse.
 
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social-Democrata está "disponível para, com o governo, encontrar uma forma de ajudar os estudantes a ultrapassar essa situação difícil", disse Alcino Pinto, vice-presidente do MLSTP-PSD, no final de uma audiência com o presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa.
 
"O nosso apelo vai no sentido de que o governo assuma as suas responsabilidades" para resolver a situação, afirmou Alcino Pinto.
 
"É uma situação deplorável, nós enquanto partido da oposição vamos agir, primeiro no sentido de obter mais elementos sobre a situação, mas queremos deixar uma nota: tratando-se de são-tomenses no exterior, independentemente de serem bolseiros do governo, ou não, entendemos que é da responsabilidade das autoridades são-tomenses - concretamente o governo - preocupar-se com a situação dos nossos cidadãos", acrescentou o vice-presidente do MLSTP-PSD.
 
O Partido da Convergência Democrática (PCD) também manifestou solidariedade com os estudantes.
 
"Ficamos perplexos com as declarações da directora. Não é porque as pessoas foram estudar sem vínculos com o Ministério da Educação que são atiradas para a rua, como se fossem animais", disse Delfim Neves, secretário-geral do PCD.
 
"O Estado tem o compromisso de garantir o sustento dos seus cidadãos, independentemente do seu estatuto", explicou o dirigente do PCD.
 
MYB.

*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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