Carolina Gonçalves
- Repórter da Agência Brasil, com foto
Brasília – A
fiscalização contra o desmatamento ilegal na Amazônia Legal será permanente e
ostensiva a partir de agora. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, foi criada uma força nacional de segurança ambiental permanente na
região, independente da sazonalidade de desmatamentos observada nos últimos
anos.
“Não sairemos mais
da Amazônia Legal, mesmo com chuva. Todo mundo espera que a gente saia na
[época da] chuva, para desmatar”, disse a ministra. Segundo ela, o trabalho
desses grupamentos foram iniciados na região há pouco mais de um mês. “Agora, a
fiscalização com estratégia de inteligência estará permanente”
Izabella disse que
o novo modelo de fiscalização adotado pelo governo também inclui serviços de
inteligência envolvendo outros órgãos do governo e um programa de ação de
combate aos crimes que será conduzido pelo Exército. Intitulado Proteger
Ambiental, a criação do programa deve ser publicada esta semana.
“Mudou todo o
arranjo de inteligência ambiental e de ação coordenada das entidades federais.
Vamos trabalhar com o Exército, Marinha e Aeronáutica. Vamos contar com a
inteligência militar”, disse. Em tom otimista, a ministra afirmou que os
resultados vão aparecer em poucos dias.
Em agosto deste
ano, o Sistema de Monitoramento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), mostrou que a degradação e o desmatamento na
Amazônia Legal atingiram uma área quase 200% maior do que a destruída em agosto
do ano passado. Em setembro, a devastação na região caiu para 282 quilômetros
quadrados, mas ainda afetou uma área maior do que a do ano passado (213
quilômetros quadrados).
A queda na
comparação entre agosto e setembro foi impulsionada, principalmente, pela
redução de 83% da área desmatada no Pará e de 32% em Mato Grosso.
Apesar do aumento
da área afetada em comparação a 2011, o governo anunciou os números em um clima
mais otimista. Foi a primeira vez que as imagens da destruição foram analisadas
e o governo conseguiu separar, nesses locais, o que foi degradação, que pode
incluir as queimadas intensificadas pela seca do mês de agosto, e o que
representa corte raso, ou desmatamento.
“Dos 522
quilômetros quadrados em agosto, 40% estão associados a desmatamento [corte
raso] e 60% a degradação, que inclui queimadas. É um período atípico, com
intensificação de queimadas pela seca”, explicou a ministra. Em setembro, o
desmatamento superou a degradação, respondendo por 63% da área identificada
pelo satélite.
“Muitas vezes o
fiscal sai e se depara com desmatamento que já aconteceu ou com área que é
queimada e não é desmatamento. Este aperfeiçoamento tecnológico foi concluído
ontem entre Inpe e Ibama [Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos]”, disse a ministra.
Edição: Fábio
Massalli
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