Segundo as Nações
Unidas e a República Democrática do Congo, os rebeldes seriam apoiados pelo
Ruanda. RDC "condena agressão do Ruanda". Clima em Goma é de medo. Rebeldes
querem identificação de militares e polícias.
Na tarde desta
terça-feira, 20.11, os rebeldes do M23 assumiram o controle de Goma, capital
regional da rica região mineira do Kivu norte, no leste da República
Democrática do Congo (RDC).
A cidade já tinha
sido conquistada em 1998 por rebeldes pró-ruandeses. Segundo as Nações Unidas
(ONU), e também o governo congolês em Kinshasa, o M23 é apoiado pelo Ruanda.
Depois de intensos
e violentos combates contra o exército congolês, os rebeldes do Movimento 23 de
Março (M23) entraram e ocuparam a cidade de Goma, atualmente alvo de inúmeras
pilhagens tanto por parte dos habitantes como dos soldados governamentais em
fuga.
E, se existe um
sentimento que domina a cidade, é precisamente o medo, como disse aos nossos
colegas da redação suaíli o deputado provincial congolês Mayombo Omar bin
Fikira: "Estamos em Goma, uma cidade que se encontra controlada pelo M23. Acabamos
de ouvir um comunicado oficial da rebelião que pede à população para se dirigir
a partir de amanhã aos seus postos de trabalho normalmente", descreveu o
deputado.
Um outro deputado
provincial, Jaribu Moulouwa, disse aos microfones da DW África "as pessoas
estão com medo, principalmente medo de que a violência aumente nas próximas
horas. Por outro lado, muitos temem que os rebeldes maltratem todos aqueles que
trabalharam para o governo ou no parlamento, e que essas pessoas sejam
mortas", afirmou.
Rebeldes deverão
administrar Goma
Os rebeldes
deverão, a partir de agora, gerir a administração e manter a segurança numa
cidade entregue a pilhagens. No apelo lançado ao fim da tarde através da rádio
Goma, o porta-voz dos rebeldes pediu nomeadamente aos militares e polícias
congoleses, ainda na cidade, para se apresentarem na quarta-feira (21.11) no
estádio de futebol de Goma, para se registarem e serem identificados.
O ministro Lambert
Mendé, porta-voz do governo da RDC, disse que "o governo condena esta
agressão do Ruanda contra o nosso país. O presidente da República [Joseph
Kabila] já lançou um apelo à mobilização da nação congolesa para que esta
agressão fracasse. Não temos dúvidas. Em Goma, são os tanques e militares
ruandeses que assumiram a agressão. Estamos decididos a combatê-los e expulsá-los
das fronteiras do nosso país", disse.
Ainda no plano
político, Vital Kamehre, líder dos rebeldes, exigiu a demissão de Kabila, que
acusa de alta traição. Por sua vez, o presidente da RDC já lançou um apelo à
mobilização geral dos congoleses visando defender o seu país e momentos depois
partiu para a capital do Uganda, Campala, para uma cimeira dos dirigentes da
região.
Autor: António
Rocha - Edição: Renate Krieger
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