sexta-feira, 30 de novembro de 2012

MAIS DE 80% DOS PORTUGUESES ADMITEM TER CORTADO NA ALIMENTAÇÃO

 


Rosa Ramos – Jornal i, com foto António Pedro Santos
 
A crise está a juntar as famílias à volta da mesa para pouparem dinheiro, revela estudo sobre o consumo
 
A crise está a obrigar as famílias a regressarem aos velhos hábitos. De maneira a poupar dinheiro, muitos portugueses estão a optar por voltar a sentar-se à mesa em conjunto à hora das principais refeições. A conclusão é do estudo “A família moderna portuguesa: a refeição em família como um dos pilares da instituição familiar”, segundo o qual a conjuntura económica está a alterar “fortemente” os hábitos de consumo dos agregados familiares.
 
Um dos principais efeitos da crise tem a ver, desde logo, com a redução do consumo. Segundo o inquérito, 81% dos portugueses admitem ter reduzido, por necessidade, as despesas com alimentação e bebidas, e quem está a cortar mais neste campo são as famílias com crianças (48%). O preço tornou-se, por outro lado, um factor determinante na escolha dos produtos alimentares, afirmando mesmo 86% das famílias com rendimentos inferiores a 1500 euros ser esse o factor mais preponderante. Um quarto da população admite, aliás, ter passado a comprar produtos mais baratos para substituir os tradicionais e 7% deixaram de comprar “produtos supérfluos”. Só 4% das famílias confessam ter sentido necessidade de deixar de comprar os alimentos mais básicos e essenciais. As bebidas são o produto em que mais famílias estão a cortar: 95% admitem tê-lo feito. Além disso, a água tornou-se a bebida mais popular à mesa. Vinte e um por cento dos que a consomem às refeições justificam a escolha com o facto de ser “mais barata”.
 
O Sul do país é a região onde a crise, segundo o estudo, parece ter tido maior impacto na selecção das compras. Mesmo assim, e apesar dos cortes, 94% das mais de 500 famílias inquiridas afirmam que continuam a considerar o sabor dos alimentos um factor “importante” na escolha dos produtos alimentares.
 
A conjuntura económica está também a juntar as famílias à volta da mesa: 14% dos agregados familiares estudados dizem ter aumentado as refeições em família e mais de metade justificam a opção com a “necessidade de poupar”, revela o estudo realizado pela empresa Compal em parceria com a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e a Associação Portuguesa de Nutricionistas. As refeições estão, por outro lado, mais demoradas: 41 minutos é a duração média dos almoços e dos jantares. A Região Centro é aquela em que as refeições demoram mais. Para 95% dos portugueses, o jantar é a principal refeição familiar e as refeições em família acontecem sobretudo ao almoço durante o fim-de-semana e ao jantar durante a semana. A Região Norte é onde se fazem, segundo o estudo, mais almoços em família durante a semana.
 

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