Jornal de Notícias
O secretário-geral
da CGTP, Arménio Carlos, defendeu, esta quinta-feira, que
"propositadamente a polícia não atuou para pôr termo, em tempo útil,
aquilo que se passou", referindo-se à manifestação junto ao Parlamento, no
dia da greve geral convocada pela central sindical.
Questionado pela
Lusa sobre o alegado envio de imagens da RTP na manifestação de 14 de novembro,
Arménio Carlos disse que "mal vai o País quando as manifestações já são
sujeitas a gravação para dar a possibilidade à polícia de identificar pessoas".
"A polícia
está a recolher imagens para identificar aqueles que identificou no local e que
propositadamente não atuou para pôr termo, em tempo útil, aquilo que se
passou", defendeu o dirigente sindical, em conferência de imprensa, no
final do conselho nacional da CGTP-IN.
Arménio Carlos
afirmou que "a polícia não tem que identificar pessoas por um controle de
estado policial. Tem que intervir quando tem que intervir para pôr termo ao que
se passou em tempo oportuno. Foi isso que a polícia não fez em tempo oportuno".
Considerando que
"nada acontece por acaso", o secretário-geral da CGTP afirmou que,
após as 18 horas, "não se falou de outra coisa a não ser da
violência", em frente à Assembleia da República.
"A quem
interessou aqueles acontecimentos", questionou, considerando que "a
polícia tem que assumir as suas responsabilidade e, quando se diz polícia,
fala-se do Governo".
Na conferência de
imprensa, Arménio Carlos disse ainda recear que as "cenas
lamentáveis" junto ao Parlamento, que terminaram com uma carga policial
sobre os manifestantes, possam "levar a que pessoas que habitualmente
participavam em manifestações pensem duas vezes antes de voltar a
participar".
Depois de terminado
o desfile promovido pela CGTP, no passado dia 14, os ânimos em frente à Assembleia
da República começaram a resvalar para a violência, com alguns manifestantes a
derrubarem as grades colocadas pelas forças de segurança e a lançarem pedras da
calçada durante mais de uma hora contra o cordão de segurança policial que
protegia o Parlamento.
A polícia iniciou
cerca das 18.20 horas uma carga contra os manifestantes que se encontravam
junto à Assembleia da República, utilizando bastões e cães para afastar as
pessoas da escadaria.
O largo em frente
às escadarias do Parlamento foi controlado pela polícia, com os manifestantes a
fugirem para as ruas mais próximas para tentar escapar à carga policial.
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