Lusa, com foto
A recentragem da
cooperação portuguesa na vertente económico-empresarial e a assinatura de cerca
de uma dezena de protocolos dominam hoje os trabalhos da II Cimeira
Portugal/Cabo Verde, no Mindelo.
Sem discursos de
abertura, com a entrada directa para uma reunião das delegações dos dois
países, chefiadas pelos primeiros-ministros português, Pedro Passos Coelho, e
cabo-verdiano, José Maria Neves, a cimeira vai ultimar as questões essenciais
da cooperação bilateral.
Sem especificar,
fonte oficial indicou aos jornalistas que serão assinados acordos ligados às
áreas económica, empresarial, saúde, defesa, administração interna, ciência e
tecnologia, ensino superior, segurança social e energia, que inclui as
renováveis, não tendo também indicado um montante para os concretizar.
Em destaque está,
na área da educação, a criação da Escola Portuguesa, ambição de há muito da
comunidade portuguesa residente em Cabo Verde , cujos contornos estão ainda por
conhecer.
Na Defesa, entre
outras questões, a fonte salientou que deverá ser formalizada a ideia de
incluir soldados cabo-verdianos em missões de paz internacionais em que Portugal esteja
envolvido, embora Cabo Verde tenha de adequar a legislação nesse sentido.
No mesmo sector,
será rubricado um acordo destinado a promover formação e acções ligadas a
operações de busca e salvamento, dado o carácter arquipelágico do país.
Na vertente
económica e empresarial, a grande preocupação dos dois países passa pela
internacionalização das respectivas empresas, pelo que será assinado um acordo
entre a Agência para ao Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a
congénere local, a Cabo Verde Investimentos (CVInvest).
Três outros
protocolos, ainda por especificar, estão ligados às áreas da ciência e
tecnologia, cooperação científica e ensino superior e saúde, devendo ainda ser
assinado um acordo de revisão da convenção sobre a segurança social bilateral.
Todos os documentos
e acordos foram maioritariamente finalizados no sábado à tarde e outros estão a
ser alvo de acertos finais, pelo que só depois do final das duas horas da
cimeira, previsto para as 12:30 locais (13:30 em Lisboa), se saberão mais
pormenores.
Na cimeira, as duas
delegações vão analisar a situação política e económica de Cabo Verde e de
Portugal, a crise económica e financeira internacionais e respectivas
repercussões nos dois países e a Parceria Especial União Europeia/Cabo Verde.
No quadro
internacional, as duas partes vão proceder a uma reflexão estratégica sobre a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a crise político-militar na
Guiné-Bissau, bem como o envolvimento da Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) no conflito e como mercado de eventuais exportações
portuguesas e cabo-verdianas.
Em discussão entre
as duas partes estarão as situações também de conflito no Médio Oriente,
sobretudo as crises na Síria, Palestina, Israel e Turquia.
No final, e após a
assinatura dos acordos, Passos Coelho e José Maria Neves darão uma conferência
de imprensa conjunta, após o que terminará a cimeira.
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