domingo, 2 de dezembro de 2012

Cabo Verde/Portugal: Uma dezena de acordos ainda com montante por saber

 

Lusa, com foto
 
A recentragem da cooperação portuguesa na vertente económico-empresarial e a assinatura de cerca de uma dezena de protocolos dominam hoje os trabalhos da II Cimeira Portugal/Cabo Verde, no Mindelo.
 
Sem discursos de abertura, com a entrada directa para uma reunião das delegações dos dois países, chefiadas pelos primeiros-ministros português, Pedro Passos Coelho, e cabo-verdiano, José Maria Neves, a cimeira vai ultimar as questões essenciais da cooperação bilateral.
 
Sem especificar, fonte oficial indicou aos jornalistas que serão assinados acordos ligados às áreas económica, empresarial, saúde, defesa, administração interna, ciência e tecnologia, ensino superior, segurança social e energia, que inclui as renováveis, não tendo também indicado um montante para os concretizar.
 
Em destaque está, na área da educação, a criação da Escola Portuguesa, ambição de há muito da comunidade portuguesa residente em Cabo Verde, cujos contornos estão ainda por conhecer.
 
Na Defesa, entre outras questões, a fonte salientou que deverá ser formalizada a ideia de incluir soldados cabo-verdianos em missões de paz internacionais em que Portugal esteja envolvido, embora Cabo Verde tenha de adequar a legislação nesse sentido.
 
No mesmo sector, será rubricado um acordo destinado a promover formação e acções ligadas a operações de busca e salvamento, dado o carácter arquipelágico do país.
 
Na vertente económica e empresarial, a grande preocupação dos dois países passa pela internacionalização das respectivas empresas, pelo que será assinado um acordo entre a Agência para ao Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a congénere local, a Cabo Verde Investimentos (CVInvest).
 
Três outros protocolos, ainda por especificar, estão ligados às áreas da ciência e tecnologia, cooperação científica e ensino superior e saúde, devendo ainda ser assinado um acordo de revisão da convenção sobre a segurança social bilateral.
 
Todos os documentos e acordos foram maioritariamente finalizados no sábado à tarde e outros estão a ser alvo de acertos finais, pelo que só depois do final das duas horas da cimeira, previsto para as 12:30 locais (13:30 em Lisboa), se saberão mais pormenores.
 
Na cimeira, as duas delegações vão analisar a situação política e económica de Cabo Verde e de Portugal, a crise económica e financeira internacionais e respectivas repercussões nos dois países e a Parceria Especial União Europeia/Cabo Verde.
 
No quadro internacional, as duas partes vão proceder a uma reflexão estratégica sobre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a crise político-militar na Guiné-Bissau, bem como o envolvimento da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no conflito e como mercado de eventuais exportações portuguesas e cabo-verdianas.
 
Em discussão entre as duas partes estarão as situações também de conflito no Médio Oriente, sobretudo as crises na Síria, Palestina, Israel e Turquia.
 
No final, e após a assinatura dos acordos, Passos Coelho e José Maria Neves darão uma conferência de imprensa conjunta, após o que terminará a cimeira.
 

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