A Semana
São 250
apartamentos espaçosos, arejados e muito bem concebidos que imprimem um toque
urbano à paisagem da Ribeira de Julião, abrindo uma nova centralidade na cidade
do Mindelo, em expansão. A
inauguração deste Complexo Habitacional acontece este domingo, 2, e será
presidida pelos Primeiros-Ministros de Cabo Verde e Portugal, José Maria Neves
e Pedro Passos Coelho, respectivamente.
A paisagem urbana
da Ribeira de Julião, São Vicente, considerada zona nobre e de expansão da
cidade do Mindelo, mas até agora com baixa densidade populacional e edificações
horizontais, mudou com a construção deste Complexo Habitacional. São 20 blocos
de edifícios de três pisos que se erguem orgulhosamente na vertical, e um novo
conceito de construção que visa driblar a falta de espaço e rentabilizar os
poucos terrenos disponíveis.
O branco imaculado
dos edifícios com nuances em tons cinza e frisos amarelos, vermelhos e azuis,
contrasta com a terra avermelhada da zona. São, aliás, as cores, que distinguem
este complexo de linhas arquitectónicas simples, a formar uma “pequena cidade
autónoma” com 90 habitações de Classe A, 110 Classe B e 45 de Classe C, com um,
dois e três quartos, respectivamente.
Integram ainda o
complexo dois espaços comerciais, uma praça pública, uma placa desportiva, dois
playgrounds e um jardim infantil. Os apartamentos são espaçosos e equipados com
armários nos quartos e nas cozinhas e surpreendem pela qualidade do seu acabamento,
na opinião do coordenador Nacional do Programa Casa Para Todos, do Ministério
do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Hélder Almeida.
Défice habitacional
O Governo defende
que estas moradias vão contribuir para reduzir o deficit habitacional na ilha,
que se situa à volta de quatro mil casas. Por isso a IFH já está a montar dois
outros projectos para erguer mais 50 habitações na Ribeira de Craquinha e 30 no
Madeiral. E se a Câmara de S. Vicente ceder terrenos, o Estado poderá avançar
com mais concursos e chegar “rapidamente aos mil fogos” previstos para São
Vicente. O programa inclui ainda a vertente “reabilitar”.
A construção destes
250 apartamentos de interesse social só foi possível porque a Imobiliária,
Fundiária e Habitat (IFH) cedeu o terreno ao programa Casa para Todos, numa
altura em que a Câmara Municipal de São Vicente não demonstrou abertura para
participar no projecto.
Mesmo assim, estas
250 “Casas para Todos” deverão ficar muito aquém das necessidades de S.
Vicente, onde já deram entrada 1.656 pedidos para o programa. Basta dizer que o
número de inscritos atingiu um total de 8.434 processos, apenas nos municípios
de São Vicente, Praia, Santa Cruz e Santa Catarina. Mas o maior número de
pedidos aconteceu na Capital, com 6.234 inscritos. Do total de candidatos em
todo o país, 5.615 são para Classe A - rendimentos até 40 contos mensais -,
1.730 para Classe B - entre os 40 e os 100 contos - , e 1.089 para Classe C -
gregados familiares com salários entre os 100 e os 180 mil escudos.
Refira-se que a
construção do Complexo da Ribeira de Julião arrancou em Abril de 2011, sob
gestão da IFH. O consórcio formado pelas empresas Armando Cunha, Engeco e Sina
Construções executou a obra.
O financiamento é
dos Governos de Cabo Verde e Portugal, com base numa linha de crédito de 200
milhões de euros (mais de 20 milhões de contos).
Desse montante, 705
mil contos foram canalizados para a execução das obras, dos quais, 602 mil
contos foram para construção dos 250 apartamentos, 59 mil contos para a
infra-estruturação – água, energia, esgoto, etc – 14 mil contos foram empregues
nos espaços comerciais e 29.525 mil escudos nos equipamentos comunitários.
Crédito da China
impulsiona Casa para Todos
O projecto “Casa
Para Todos” deverá ganhar um importante impulso, com a entrada em cena da linha
de crédito que a China concedeu a Cabo Verde, no valor de 63 milhões de
dólares. Com este montante, deverão ser construídos mais 1.400 fogos em todo o
país e um conjunto de equipamentos sociais, como escolas, jardins, repartições
públicas, postos de Saúde e de Polícia, para, as comunidades que vão fixar-se
nas novas zonas habitacionais.
Os terrenos para a
execução dos projectos a beneficiar dessa linha de crédito, que são do IFH, já
estão identificados e as obras devem arrancar já no próximo ano. Até ao
presente momento construiram-se 471 habitações de interesse social – 36 já
foram entregues na ilha da Boa Vista. Agora é a vez de S. Vicente que vai
receber 250. Ainda este ano, a IFH prevê inaugurar ainda 336 fogos nas diversas
ilhas do país.
Estas habitações
serão construídas no quadro do Programa Casa para Todos, que já conta com uma
linha de crédito de Portugal no valor de 200 milhões de euros.
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