domingo, 2 de dezembro de 2012

Cabo Verde: JMN e Passos Coelho inauguram Complexo Habitacional da Ribeira de Julião

 

A Semana
 
São 250 apartamentos espaçosos, arejados e muito bem concebidos que imprimem um toque urbano à paisagem da Ribeira de Julião, abrindo uma nova centralidade na cidade do Mindelo, em expansão. A inauguração deste Complexo Habitacional acontece este domingo, 2, e será presidida pelos Primeiros-Ministros de Cabo Verde e Portugal, José Maria Neves e Pedro Passos Coelho, respectivamente.
 
A paisagem urbana da Ribeira de Julião, São Vicente, considerada zona nobre e de expansão da cidade do Mindelo, mas até agora com baixa densidade populacional e edificações horizontais, mudou com a construção deste Complexo Habitacional. São 20 blocos de edifícios de três pisos que se erguem orgulhosamente na vertical, e um novo conceito de construção que visa driblar a falta de espaço e rentabilizar os poucos terrenos disponíveis.
 
O branco imaculado dos edifícios com nuances em tons cinza e frisos amarelos, vermelhos e azuis, contrasta com a terra avermelhada da zona. São, aliás, as cores, que distinguem este complexo de linhas arquitectónicas simples, a formar uma “pequena cidade autónoma” com 90 habitações de Classe A, 110 Classe B e 45 de Classe C, com um, dois e três quartos, respectivamente.
 
Integram ainda o complexo dois espaços comerciais, uma praça pública, uma placa desportiva, dois playgrounds e um jardim infantil. Os apartamentos são espaçosos e equipados com armários nos quartos e nas cozinhas e surpreendem pela qualidade do seu acabamento, na opinião do coordenador Nacional do Programa Casa Para Todos, do Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Hélder Almeida.
 
Défice habitacional
 
O Governo defende que estas moradias vão contribuir para reduzir o deficit habitacional na ilha, que se situa à volta de quatro mil casas. Por isso a IFH já está a montar dois outros projectos para erguer mais 50 habitações na Ribeira de Craquinha e 30 no Madeiral. E se a Câmara de S. Vicente ceder terrenos, o Estado poderá avançar com mais concursos e chegar “rapidamente aos mil fogos” previstos para São Vicente. O programa inclui ainda a vertente “reabilitar”.
 
A construção destes 250 apartamentos de interesse social só foi possível porque a Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH) cedeu o terreno ao programa Casa para Todos, numa altura em que a Câmara Municipal de São Vicente não demonstrou abertura para participar no projecto.
 
Mesmo assim, estas 250 “Casas para Todos” deverão ficar muito aquém das necessidades de S. Vicente, onde já deram entrada 1.656 pedidos para o programa. Basta dizer que o número de inscritos atingiu um total de 8.434 processos, apenas nos municípios de São Vicente, Praia, Santa Cruz e Santa Catarina. Mas o maior número de pedidos aconteceu na Capital, com 6.234 inscritos. Do total de candidatos em todo o país, 5.615 são para Classe A - rendimentos até 40 contos mensais -, 1.730 para Classe B - entre os 40 e os 100 contos - , e 1.089 para Classe C - gregados familiares com salários entre os 100 e os 180 mil escudos.
 
Refira-se que a construção do Complexo da Ribeira de Julião arrancou em Abril de 2011, sob gestão da IFH. O consórcio formado pelas empresas Armando Cunha, Engeco e Sina Construções executou a obra.
 
O financiamento é dos Governos de Cabo Verde e Portugal, com base numa linha de crédito de 200 milhões de euros (mais de 20 milhões de contos).
 
Desse montante, 705 mil contos foram canalizados para a execução das obras, dos quais, 602 mil contos foram para construção dos 250 apartamentos, 59 mil contos para a infra-estruturação – água, energia, esgoto, etc – 14 mil contos foram empregues nos espaços comerciais e 29.525 mil escudos nos equipamentos comunitários.
 
Crédito da China impulsiona Casa para Todos
 
O projecto “Casa Para Todos” deverá ganhar um importante impulso, com a entrada em cena da linha de crédito que a China concedeu a Cabo Verde, no valor de 63 milhões de dólares. Com este montante, deverão ser construídos mais 1.400 fogos em todo o país e um conjunto de equipamentos sociais, como escolas, jardins, repartições públicas, postos de Saúde e de Polícia, para, as comunidades que vão fixar-se nas novas zonas habitacionais.
 
Os terrenos para a execução dos projectos a beneficiar dessa linha de crédito, que são do IFH, já estão identificados e as obras devem arrancar já no próximo ano. Até ao presente momento construiram-se 471 habitações de interesse social – 36 já foram entregues na ilha da Boa Vista. Agora é a vez de S. Vicente que vai receber 250. Ainda este ano, a IFH prevê inaugurar ainda 336 fogos nas diversas ilhas do país.
 
Estas habitações serão construídas no quadro do Programa Casa para Todos, que já conta com uma linha de crédito de Portugal no valor de 200 milhões de euros.
 

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