segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Certificação segundo padrões internacionais é objetivo do ensino superior em Macau

 

FV – PMC - Lusa
 
Macau, China, 17 dez (Lusa) - O vice-reitor da Universidade de Macau (UMAC), Rui Martins, disse hoje à agência Lusa que a certificação da qualidade e a acreditação dos programas académicos de acordo com padrões internacionais são os principais desafios do ensino superior na Região.
 
Rui Martins, que falava à margem da "Conferência sobre a garantia da qualidade do ensino superior", sublinhou a importância da criação de um mecanismo, dado o desenvolvimento e aumento da oferta académica na Região registados nos últimos 20 anos.
 
"Claro que a Universidade de Macau e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) já têm uma tradição nesta área, porque os nossos programas foram quase todos reconhecidos em Portugal, pelo ministério da Educação e com extensão à União Europeia na década de 90. Mas todos os outros programas novos em Macau ainda não têm essa acreditação, e isso é muito importante", afirmou.
 
A conferência em Macau juntou cerca de uma dezena de universidades de Macau, Hong Kong, Taiwan e Portugal, as quais partilharam experiências em matéria de certificação de qualidade.
 
"Na China há um centro específico para a avaliação do ensino superior; em Portugal foi criada uma agência também de avaliação do ensino superior (...). Hong Kong também tem uma agência de certificação de programas de ensino superior. E Macau está na altura em que precisará de definir o que fazer nesta área", disse Rui Martins.
 
O vice-reitor da UMAC deu o exemplo de Portugal, em que "o aparecimento da agência e uma certa autorregulação das universidades tem levado à redução do número de cursos em geral no país", mas sublinhou que antes de suceder ou não o mesmo em Macau é preciso primeiro definir o mecanismo a seguir.
 
O debate sobre a garantia da qualidade do ensino superior coincidiu com o anúncio, feito no domingo pelo diretor do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), Sou Chio Fai, de que a lei do Ensino Superior será enviada à Assembleia Legislativa no início do ano.
 
O vice-reitor da UMAC considerou importante o anúncio do Governo porque "a lei irá, em princípio, regular este controlo de qualidade e certificação dos programas".
 
"A última lei do ensino superior foi publicada em 1991, há 20 anos, e desde então o cenário no ensino superior em Macau mudou radicalmente, portanto, uma nova lei que tenha em atenção este desenvolvimento é muito urgente", acrescentou.
 
A ilustrar os desenvolvimentos registados no ensino superior no território, Rui Martins recordou ainda que no início dos anos 90, havia apenas duas universidades públicas (UMAC e IPM) e uma privada, a antiga Universidade Aberta Internacional da Ásia, atual Universidade da Cidade de Macau.
 
"Neste momento há 10, 12 instituições e, portanto, o panorama é completamente diferente", considerou.
 
Depois da Conferência sobre a garantia da qualidade do ensino superior que termina hoje, os académicos prosseguem na terça-feira os trabalhos no Fórum dos Reitores das Instituições de Ensino Superior da China e de Portugal.
 

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