Liberal (cv) – foto
António Cotrim-Lusa
Esta cimeira, já
descrita por certa imprensa próxima do Poder como sendo a “cimeira dos
quebrados”, não tem envolvido grandes motivações de parte a parte. É a cimeira
de dois países em crise profunda
Mindelo, 01
dezembro 2012 - A II Cimeira Cabo Verde / Portugal vai ter como palco hoje a
cidade de Mindelo, S. Vicente. O primeiro ministro Pedro Passos Coelho faz-se
acompanhar por sete ministros, e o objetivo dessa cimeira, num cenário de
crise, é procurar fortalecer a cooperação e estabelecer novas parcerias.
“Portugal neste
tempo de crise precisa exportar e Cabo verde é um mercado estratégico para
internacionalização das empresas portuguesas. Cabo Verde pode ser porta de
Entrada para África Ocidental onde a idade média das pessoas é baixa e, assim
sendo, este espaço é um mercado promissor”, prognostica Ricardo Salgado um dos
responsáveis do Banco Espírito Santo que já está a investir no mercado
cabo-verdiano.
Um dos propósitos
dessa cimeira é celebrar outros protocolos em várias áreas e uma das
reivindicações dos empresários é fazer com que Portugal e Cabo Verde reforcem
mais a diplomacia económica.
Esta cimeira, já
descrita por certa imprensa próxima do Poder como sendo a “cimeira dos
quebrados”, não tem envolvido grandes motivações de parte a parte. É a cimeira
de dois países em crise profunda. Portugal tenta remendar os muitos erros da
governação do amigo de José Maria Neves, José Sócrates, enquanto que Cabo Verde
continua a fingir estar “blindado” à crise, apesar das medidas tomadas na
calada da sombra.
Para um economista,
esta cimeira representa a celebração de um contrato entre o cavalo e o
cavaleiro. “Se um empresário português alega que Portugal tem de exportar mais
em época de crise, é claro que Portugal quer ganhar mais. E Cabo Verde não
quererá exportar mais para Portugal”, ironiza o nosso interlocutor.
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