domingo, 2 de dezembro de 2012

Primeiro-ministro desafia cabo-verdianos a encarar o futuro com "utopia"

 

CLI – SMA - Lusa
 
Cidade da Praia, 01 Dez (Lusa) - O primeiro-ministro, José Maria Neves, desafiou hoje os cabo-verdianos a encararem o futuro como "uma utopia" para poder vencer os desafios de crescimento do arquipélago.
 
José Maria Neves discursava na abertura da Conferência Internacional "Cabo Verde e o futuro", organizada pelo Ciclo de Tertúlias "Cabo Verde em debate".
 
"Sendo o futuro o tempo a vir, teremos de encará-lo como utopia, que, a depender do nosso posicionamento crítico e estratégico, pode ser próxima ou distante, atingível ou inatingível, neste presente, que este sim temo-lo, aqui e agora, a desafiar as nossas atitudes e comportamentos, afirmou.
 
José Maria Neves defendeu ainda que ainda que seja um pequeno país insular, Cabo Verde tem de saber e poder buscar outras formas de economia e outros cenários de parcerias como fator de sucesso.
 
"Se a utopia é húmus do futuro, a sua realização exige mobilidade, tenacidade e teimosia, mas só a utopia não basta, é preciso a compreensão crítica do mundo e de Cabo Verde. Com ambição, mas também com prudência, para evitar derrapagens numa época de profunda incerteza", aconselhou.
 
José Maria Neves apelou a todos a olharem o futuro de frente, em toda a sua verdade, por considerar que este é o grande desafio da época, acreditando na força da sociedade cabo-verdiana e na maturidade das instituições para construir um futuro melhor e sustentável para Cabo Verde.
 
A Conferência Internacional "Cabo Verde e o Futuro" foi organizada pelo Ciclo de Tertúlias, uma organização de quadros cabo-verdianos residentes em Portugal e que há três anos promove debates em Lisboa sobre a atualidade cabo-verdiana, reunindo políticos, intelectuais, académicos e ilustres personalidades do mundo da cultura cabo-verdiana.
 
O objetivo é refletir sobre o percurso histórico, político e cultural do arquipélago e apontar soluções para a sustentabilidade económica do país, que sempre se confrontou com os desafios da viabilidade, vulnerabilidade e sustentabilidade.
 
O presidente da Câmara Municipal da Praia, que também fez uma intervenção durante o debate, colocou a tónica na necessidade eficiência na Governação e de criação de espaços de intervenção da sociedade civil.
 
Ulisses Correia e Silva defendeu a separação clara dos poderes do estado dos partidos políticos para que os cidadãos assumam as suas responsabilidades perante o desenvolvimento do país.
 
"É preciso um entendimento tácito entre os partidos políticos de que eles não podem ter a pretensão de ocupar todos os espaços e de serem omnipresentes e omnipotentes em tudo o que seja organização social e assim responsabilizar as pessoas perante si próprias suas famílias e perante a nação. Somos ainda um país jovem, há espaço e tempo para mudança geracional", defendeu.
 

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