CLI – SMA - Lusa
Cidade da Praia, 01
Dez (Lusa) - O primeiro-ministro, José Maria Neves, desafiou hoje os
cabo-verdianos a encararem o futuro como "uma utopia" para poder
vencer os desafios de crescimento do arquipélago.
José Maria Neves
discursava na abertura da Conferência Internacional "Cabo Verde e o
futuro", organizada pelo Ciclo de Tertúlias "Cabo Verde em
debate".
"Sendo o
futuro o tempo a vir, teremos de encará-lo como utopia, que, a depender do
nosso posicionamento crítico e estratégico, pode ser próxima ou distante,
atingível ou inatingível, neste presente, que este sim temo-lo, aqui e agora, a
desafiar as nossas atitudes e comportamentos, afirmou.
José Maria Neves
defendeu ainda que ainda que seja um pequeno país insular, Cabo Verde tem de
saber e poder buscar outras formas de economia e outros cenários de parcerias
como fator de sucesso.
"Se a utopia é
húmus do futuro, a sua realização exige mobilidade, tenacidade e teimosia, mas
só a utopia não basta, é preciso a compreensão crítica do mundo e de Cabo
Verde. Com ambição, mas também com prudência, para evitar derrapagens numa
época de profunda incerteza", aconselhou.
José Maria Neves
apelou a todos a olharem o futuro de frente, em toda a sua verdade, por
considerar que este é o grande desafio da época, acreditando na força da
sociedade cabo-verdiana e na maturidade das instituições para construir um
futuro melhor e sustentável para Cabo Verde.
A Conferência Internacional
"Cabo Verde e o Futuro" foi organizada pelo Ciclo de Tertúlias, uma
organização de quadros cabo-verdianos residentes em Portugal e que há três anos
promove debates em Lisboa sobre a atualidade cabo-verdiana, reunindo políticos,
intelectuais, académicos e ilustres personalidades do mundo da cultura
cabo-verdiana.
O objetivo é
refletir sobre o percurso histórico, político e cultural do arquipélago e
apontar soluções para a sustentabilidade económica do país, que sempre se
confrontou com os desafios da viabilidade, vulnerabilidade e sustentabilidade.
O presidente da
Câmara Municipal da Praia, que também fez uma intervenção durante o debate,
colocou a tónica na necessidade eficiência na Governação e de criação de
espaços de intervenção da sociedade civil.
Ulisses Correia e
Silva defendeu a separação clara dos poderes do estado dos partidos políticos
para que os cidadãos assumam as suas responsabilidades perante o
desenvolvimento do país.
"É preciso um
entendimento tácito entre os partidos políticos de que eles não podem ter a
pretensão de ocupar todos os espaços e de serem omnipresentes e omnipotentes em
tudo o que seja organização social e assim responsabilizar as pessoas perante si
próprias suas famílias e perante a nação. Somos ainda um país jovem, há espaço
e tempo para mudança geracional", defendeu.
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