Economia da
Guiné-Bissau em contraciclo com a da África subsaariana -- FMI
30 de Novembro de
2012, 17:50
Bissau, 30 nov
(Lusa) - A diretora do departamento África do Fundo Monetário Internacional
(FMI), Antoiniette Sayeh advertiu que enquanto a economia de países
subsaarianos avança a economia da Guiné-Bissau regrediu no último ano, afetada
sobretudo pelo clima político do país.
Num artigo de
opinião, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Antoiniette Sayeh afirma que
após "um forte crescimento económico" em 2011, com o Produto Interno
Bruto (PIB) a avançar 5,3 por cento, a economia da Guiné-Bissau sofreu uma
quebra, devido à queda na venda da castanha de caju e à situação política do
país desde o golpe de Estado de 12 de abril.
Para a diretora do
departamento África do FMI, a situação política tem afetado negativamente o
desempenho fiscal do país, apesar de com a normalização das exportações da
castanha de caju a economia guineense poder recuperar o seu crescimento.
Em relação ao resto
da África subsaariana, Antoiniette Sayeh afirma que apesar da retração da
economia mundial, o desempenho "é vigoroso", com alguns países a
terem boas expetativas de crescimento, por vezes superior a cinco por cento em
2012 e 2013.
Para Antoiniette
Sayeh o crescimento da economia da África ao sul do Saara é fruto de uma década
de aplicação de políticas prudentes, bem como do alívio generalizado da dívida,
fatores que, disse, possibilitaram a muitos países a adoção de respostas
contracíclicas à crise mundial.
A maioria dos
países subsarianos conseguiu elevar os gastos com infraestruturas, serviços de
saúde e de educação, notou a responsável do FMI.
"As novas
descobertas de recursos naturais, combinadas com os ainda elevados preços dos
produtos de base, geram novas oportunidades de crescimento. A chave é saber
tirar proveito destas oportunidades", acrescentou a responsável do FMI.
No caso concreto da
região da África Ocidental, onde se inserem a Guiné-Bissau e Cabo Verde, a
chefe do departamento África do FMI avisa que há fatores de risco que podem
dificultar ainda mais o desempenho económico desses países.
"O recente
agravamento das tensões em matéria de segurança na África Ocidental também contribui
para os riscos económicos. Os riscos em matéria de segurança são críticos, pois
não apenas desestabilizam a atividade económica da região em si como também
alastram para os países vizinhos", avisa Antoiniette Sayeh.
A seca é também
outro dos fatores que poderão contribuir para a desaceleração da atividade
económica em vários países da África subsariana uma vez que acaba por mexer com
os preços dos produtos alimentares, conclui a responsável do FMI.
MB //JMR.
Presidente de
transição da Guiné-Bissau faz nomeações nas Forças Armadas
30 de Novembro de
2012, 18:37
Bissau, 30 nov
(Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo procedeu
hoje a novas nomeações de chefias militares, confirmando Sanhá Clussé como
Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), cargo que já ocupava interinamente há
cerca de um ano.
Em decretos
presidenciais divulgados pela Rádio Nacional, a emissora oficial guineense,
Serifo Nhamadjo, nomeou também o capitão-de-fragata Carlos Mandungal, para
vice-CEMA e o coronel Biaguê Nantan, para vice-Chefe do Estado-Maior do
Exército.
Sanhá Clussé era
CEMA interino desde há um ano, quando substituiu o contra-almirante Bubo Na
Tchuto, acusado de liderar uma alegada tentativa de golpe de Estado em dezembro
de 2011; Carlos Mandungal era o número dois de Clussé desde essa altura, também
a título interino, enquanto Biaguê Nantan esteve até recentemente como
comandante operacional da Guarda Fiscal.
Nos três decretos o
Presidente de transição explica que as mexidas nas Forças Armadas da
Guiné-Bissau decorrem da "necessidade de se proceder a
reestruturação" da estrutura militar no âmbito da modernização.
A proposta das
nomeações partiu do governo de transição, mas antes de ser assumida por Serifo
Nhamadjo, enquanto comandante-em-chefe das Forças Armadas, o assunto mereceu a
aprovação do conselho dos chefes do Estado-Maior de cada ramo e ainda do
Conselho Superior da Defesa.
MB //JMR.
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