São Tomé, 30 nov
(Lusa) - O chefe de estado-maior general do exército são-tomense, Felisberto
Maria Segundo, disse hoje que "os militares estão a acompanhar" a
evolução da política interna do arquipélago, e garantiu que "não vão
intervir".
"Estamos
tranquilos, estamos a acompanhar atentamente a situação, os militares não
intervêm na política, somos apartidários. Portanto, cada um tem a sua missão e
os militares têm a sua, que é a defesa da soberania", disse aos
jornalistas Felisberto Segundo, à saída de uma audiência com o Presidente de
São Tomé e Príncipe e comandante em chefe das Forças Armadas, Manuel Pinto da
Costa.
O arquipélago de
São Tomé vive uma crise política há vários dias, que levou à aprovação de uma
moção de censura no parlamento contra o Governo, na ausência dos deputados do
partido maioritário.
Para o chefe de
estado-maior general do exército, "não há motivos de preocupação por parte
dos militares" quanto à segurança interna do país.
"O país está a
viver uma situação em que nós, enquanto forças armadas, temos que estar
informados, sobretudo pela entidade máxima do país, sobre o evoluir da
situação. O Presidente chamou o chefe de estado-maior para saber como está a
situação com os militares", explicou.
"Do lado dos
militares não há preocupação. Como eu disse, são os políticos que devem fazer a
política e os militares não devem intervir", garantiu.
Manuel Pinto da
Costa chamou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, para um encontro que durou
cerca de duas horas. No final, o primeiro-ministro, cujo governo foi alvo de
uma moção de censura no parlamento na quarta-feira, não fez declarações aos
jornalistas.
No sábado, Pinto da
Costa convocou o Conselho de Estado, um órgão de consulta do Presidente de São
Tomé e Príncipe, sem carácter vinculativo.
Na quinta-feira,
uma manifestação popular de centenas de militantes a favor do Governo, foi
organizada pelo partido que sustenta o executivo, a Ação Democrática
Independente (ADI).
Os manifestantes
ostentavam dezenas de cartazes em que exigiam a realização das eleições
antecipadas ou a renúncia do poder pelo Presidente são-tomense, caso o Governo
de Patrice Trovoada seja derrubado.
Num comunicado,
hoje divulgado, a ADI apelou à população para "endurecer a luta" pela
realização das legislativas antecipadas e contra "a ditadura do
passado", numa referência ao principal partido de oposição, o Movimento de
Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), que
dominou o país nos primeiros anos após a independência.
No comunicado, a
direção da ADI apela à população para "não desistir dos seus direitos e
dos seus interesses" e lutar "com todas as suas forças e com todos os
meios legais e democráticos à sua disposição".
MYB // EJ.
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