sábado, 1 de dezembro de 2012

Chefe de estado-maior garante que militares não vão intervir em São Tomé e Príncipe

 


São Tomé, 30 nov (Lusa) - O chefe de estado-maior general do exército são-tomense, Felisberto Maria Segundo, disse hoje que "os militares estão a acompanhar" a evolução da política interna do arquipélago, e garantiu que "não vão intervir".
 
"Estamos tranquilos, estamos a acompanhar atentamente a situação, os militares não intervêm na política, somos apartidários. Portanto, cada um tem a sua missão e os militares têm a sua, que é a defesa da soberania", disse aos jornalistas Felisberto Segundo, à saída de uma audiência com o Presidente de São Tomé e Príncipe e comandante em chefe das Forças Armadas, Manuel Pinto da Costa.
 
O arquipélago de São Tomé vive uma crise política há vários dias, que levou à aprovação de uma moção de censura no parlamento contra o Governo, na ausência dos deputados do partido maioritário.
 
Para o chefe de estado-maior general do exército, "não há motivos de preocupação por parte dos militares" quanto à segurança interna do país.
 
"O país está a viver uma situação em que nós, enquanto forças armadas, temos que estar informados, sobretudo pela entidade máxima do país, sobre o evoluir da situação. O Presidente chamou o chefe de estado-maior para saber como está a situação com os militares", explicou.
 
"Do lado dos militares não há preocupação. Como eu disse, são os políticos que devem fazer a política e os militares não devem intervir", garantiu.
 
Manuel Pinto da Costa chamou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, para um encontro que durou cerca de duas horas. No final, o primeiro-ministro, cujo governo foi alvo de uma moção de censura no parlamento na quarta-feira, não fez declarações aos jornalistas.
 
No sábado, Pinto da Costa convocou o Conselho de Estado, um órgão de consulta do Presidente de São Tomé e Príncipe, sem carácter vinculativo.
 
Na quinta-feira, uma manifestação popular de centenas de militantes a favor do Governo, foi organizada pelo partido que sustenta o executivo, a Ação Democrática Independente (ADI).
 
Os manifestantes ostentavam dezenas de cartazes em que exigiam a realização das eleições antecipadas ou a renúncia do poder pelo Presidente são-tomense, caso o Governo de Patrice Trovoada seja derrubado.
 
Num comunicado, hoje divulgado, a ADI apelou à população para "endurecer a luta" pela realização das legislativas antecipadas e contra "a ditadura do passado", numa referência ao principal partido de oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), que dominou o país nos primeiros anos após a independência.
 
No comunicado, a direção da ADI apela à população para "não desistir dos seus direitos e dos seus interesses" e lutar "com todas as suas forças e com todos os meios legais e democráticos à sua disposição".
 
MYB // EJ.
 

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