quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Guiné-Bissau: KUMBA AMIGO A CHINA ESTÁ CONTIGO, PARLAMENTO DE FÉRIAS

 


Embaixador chinês único diplomata a falar no congresso do partido de Kumba Ialá
 
11 de Dezembro de 2012, 19:07
 
Bissau, 11 dez (Lusa) - O embaixador da China em Bissau, Li Baojun, foi o único representante de um país estrangeiro a usar da palavra na abertura do 4.º congresso do Partido da Renovação Social (PRS), do ex-presidente guineense Kumba Ialá.
 
Num discurso lido em português, Li Baojun, aplaudido de pé pelos congressistas quando subiu ao palanque, afirmou que a China, através do Partido Comunista Chinês (PCC), "mantém boas relações e de longa data com o PRS".
 
"Estamos empenhados cada vez mais em reforçar essa cooperação, mas dentro do respeito recíproco e sem ingerência nos assuntos internos dos nossos dois partidos e países", disse o diplomata chinês.
 
Depois de discursar, Li Baojun cumprimentou efusivamente Kumba Ialá, que se encontrava na mesa de honra do congresso, a decorrer em Bissau e no qual participam 801 delegados daquela que é a segunda força política da Guiné-Bissau.
 
O embaixador de Cuba também assistiu à abertura do congresso dos renovadores guineenses, mas não usou da palavra.
 
Sem o tradicional barrete vermelho, Kumba Ialá foi o principal orador na abertura do congresso e num discurso de 39 minutos falou dos motivos que o levaram a fundar o PRS, "das matanças que ocorreram no país" desde 1974, da "desgovernação" do PAIGC e da sua eleição ao cargo de chefe de Estado em 2000.
 
"Quando tentavam endireitar o país deram o golpe de Estado. Resignei ao meu mandato em nome da paz e da estabilidade", disse, explicando mais uma vez a sua versão sobre os motivos que levaram ao último golpe de Estado no país (em abril passado), que destituiu o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira.
 
Para Kumba Ialá, os dois foram derrubados pelos militares "porque governavam o país mal e sem o respeito pelos direitos humanos".
 
Convidados de honra, vários dirigentes de partidos guineenses usaram da palavra, com destaque para António Óscar Barbosa, membro do 'bureau' político do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, maior partido) que desejou "um bom congresso ao PRS".
 
"Nós do PAIGC queremos a unidade nos partidos, naturalmente queremos e desejamos que o PRS saia deste seu congresso mais unido e coeso, que é o que também estamos a fazer no nosso partido", afirmou Óscar Barbosa.
 
Antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e atual presidente do PND (Partido da Nova Democracia), Mamadu Iaia Djaló, ex-dirigente do PRS, disse esperar que do congresso hoje iniciado não haja rutura do partido de Kumba Ialá.
 
"Desejo que não haja turbulências como no passado ao ponto de o partido acabar no tribunal devido às disputas pela liderança", sublinhou Djaló, atual diretor geral do Instituto da Previdência Social.
 
Quem também usou da palavra e para ser bastante aplaudido pelos congressistas foi Fernando Delfim da Silva, antigo ministro e atual analista político, que afirmou que "a democracia guineense sai a ganhar com um PRS forte", estando este partido no poder ou na oposição.
 
Os trabalhos do congresso arrancaram na tarde de hoje com a eleição da mesa do conclave. Para quinta-feira, está prevista a eleição do novo presidente e novo secretário-geral do PRS.
 
MB // PNG
 
Parlamento da Guiné-Bissau vai de férias em clima de elogios e concórdia
 
12 de Dezembro de 2012, 16:58
 
Bissau, 12 dez (Lusa) - A última sessão legislativa deste ano da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau terminou hoje com rasgados elogios de todas as bancadas ao trabalho dos deputados e em clima de grande concórdia.
 
A próxima sessão ficou marcada para fevereiro de 2013, tendo na sessão que hoje terminou sido prorrogada a legislatura (até novas eleições) e sido preenchidos os lugares vagos na mesa da ANP.
 
Durante o último mês os deputados também elegeram um presidente para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), reviram a lei de recenseamento eleitoral e aprovaram (em votação final global) um projeto de lei sobre a carreira docente universitária e o estatuto da carreira do pessoal efetivo da ANP.
 
São "resultados tão palpáveis, tão evidentes, que dispensam qualquer comentário", disse Rui Diã de Sousa, líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido da Guiné-Bissau.
 
O responsável lembrou que a ANP esteve muito tempo parada, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado que afastou os dirigentes eleitos, e disse que os deputados saem "com o sentimento do dever cumprido".
 
"Este é o caminho certo para levar o período de transição até às eleições. Todos os deputados estão de parabéns", disse Rui Diã de Sousa, no que foi secundado pelo líder do Partido da Renovação Social (PRS, segundo maior partido), Serifo Djaló.
 
No último mês os deputados mostraram "que o país é superior a qualquer interesse partidário", disse Serifo Djaló, acrescentando que demonstraram também "ao povo guineense e à comunidade internacional que os guineenses, podem reconciliar-se".
 
Alberto Silva, falando em nome do Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), aproveitou para dizer que a eleição do presidente da CNE seguiu todas as leis e que se alguém não o entendeu que procure informar-se, em resposta aos pequenos partidos, que hoje mesmo entregaram no Supremo Tribunal de Justiça um pedido de impugnação da eleição do juiz Rui Nené como presidente da CNE.
 
Recados deixou também o presidente da ANP, Ibraima Sory Djaló, que na hora de desejar bom Natal e bom 2013, e de felicitar a união de todos os deputados, disse não estar preocupado com críticas, porque a ANP está a trabalhar, que foi o que povo lhe pediu para fazer.
 
"Estamos unidos, continuamos unidos, e não nos vamos preocupar com ameaças", disse, acrescentando que os deputados não estão a tratar de assuntos partidários mas de assuntos para a Guiné-Bissau.
 
Sory Djaló disse também não entender porque é que há pessoas irritadas com a criação de uma Comissão Parlamentar sobre o processo de transição, visto que a mesma não foi criada para excluir ninguém, e disse ainda que há pessoas que não entendem "o valor da ANP".
 
Uma hora depois das palavras de Sory Djaló um porta-voz dos pequenos partidos garantia que os mesmos não iam aceitar "a parlamentarização da transição política".
 
FP //JMR.
 

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