Bobbie Parker com a
filha Emilie, uma das vítimas mortais. Fotografia © REUTERS/Emilie Parker
Memorial Fund/Handout
|
Ana Meireles com agências – Diário de Notícias - Ontem
"Eu andava a
ensinar-lhe português e as últimas palavras que trocámos foram em
português", recordou ontem Bobbie Parker, pai de Emilie, uma das 20
crianças mortas no massacre da escola de Newtown, no estado norte-americano do
Connecticut. Este abriu o seu coração e apresentou as suas condolências a todas
as famílias, incluindo à do atirador.
"Eu ia a sair
para o trabalho, ela levantou-se antes de eu sair, eu tenho andado a
ensinar-lhe português, a nossa conversa foi em português, disse-me bom dia,
perguntou como é que eu estava, eu disse-lhe que estava bem, ela disse que me
amava, eu beijei-a e saí", contou Bobbie Parker, de 30 anos.
Na declaração que
fez ontem aos jornalistas, Bobbie não esqueceu as outras famílias, incluindo a
do atirador. "Venho apresentar as minhas condolências mais sinceras a
todas as famílias", declarou. "E isto inclui a família do
atirador", sublinhou. "Não posso imaginar como esta experiência está
a ser difícil para eles", acrescentou o pai de Emilie, morta no massacre.
"Quero que
saibam que a vossa família tem também o nosso amor e o nosso apoio",
continuou este enfermeiro num serviço de cuidados intensivos neonatais, pai de
outras duas meninas, de 3 e 4 anos.
Bobbie falou também
de Emilie, de 6 anos, "uma menina brilhante, criativa e muito
amorosa", loirinha de olhos azuis e que ensinou a sua irmã de 4 anos a ler
e a de 3 a desenhar.
A morte de Emilie e
de 19 outras crianças, todas entre os 6 e os 7 anos, devem "inspirar-nos a
sermos melhores, mais compassivos e carinhos para com os outros", disse
também este jovem pai.
"A minha filha
Emilie seria a primeira a dar o seu amor e apoio a todas as vítimas",
declarou.
"Ela era uma
artista excecional, levava as canetas e os lápis para todo o lado, nunca perdia
uma oportunidade para desenhar ou escrever uma carta", lembrou Bobbie,
continuando a falar muitas vezes na filha ainda no presente.
Quando se soube do
massacre, Bobbie não pôde abandonar o seu local de trabalho. E recordou a
angústia de falar ao telefone com a mulher, Alissa, que correu, desesperada,
para a escola para procurar a filha.
Sem comentários:
Enviar um comentário