AYAC – MLL - Lusa
Beira, 08 fev
(Lusa) - A polícia de Marínguè, centro de Moçambique, deteve quatro supostos
membros da Renamo por alegado "sequestro e tortura" do primeiro
secretário local da Frelimo, no poder, mas a oposição garante que se tratou
duma "retaliação popular".
Mateus Mazibe,
porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Sofala, disse à agência Lusa
que os homens da Renamo, encarcerados desde quinta-feira, terão sequestrado e
espancado "brutalmente", durante quase 12 horas, André Madumane,
secretário da Frelimo, e que a motivação ainda está por apurar.
"O secretário
foi sequestrado e espancado com recurso a paus numa machamba (horta) no meio da
mata, das 19:00 de quarta-feira até às 6:30 da quinta-feira, quando foi
resgatado pela polícia", disse Mazibe, assegurando estar em curso a
instauração do processo que vai esclarecer as motivações.
Devido à gravidade
dos ferimentos, Madumane foi, na quinta-feira, transferido do hospital rural
local para os cuidados intensivos do Hospital Central da Beira. A sua situação
clínica não foi divulgada.
Em declarações à
Lusa, Horácio Cavalete, chefe da mobilização da Renamo em Sofala, assegurou que
o sequestro e tortura do secretário da Frelimo resultou de uma "revolta e
retaliação popular", que se insurgiu contra as "perseguições" do
partido no poder às filiações políticas na oposição.
"A população
de Gravata (Marínguè) agrediu o secretário da Frelimo depois que este amarrou o
irmão do delegado político da Renamo na sua própria casa. Então, a população
revoltou-se para parar o hábito das perseguições que sofria", explicou à
Lusa Horácio Cavalete, negando estarem envolvidos membros do seu partido.
Uma delegação da
Renamo deverá deslocar-se hoje a Marínguè para se inteirar da prisão dos seus
supostos membros.
André Madumane foi
um quadro sénior da Renamo em Marínguè, distrito que foi sede da base da Renamo
nos últimos anos da guerra civil. Esta formação ainda mantém homens armados na
sua antiga base militar.
Madumane abandonou
a Renamo e filiou-se na Frelimo há sensivelmente cinco anos e, segundo escreve
hoje o jornal eletrónico Mediafax, desde essa altura é considerado persona non
grata pela Renamo.
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