MYB – VM - Lusa
São Tomé, 01 fev
(Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê manter este ano a sua
ajuda financeira de quatro milhões de dólares (2,9 milhões de euros) a São Tomé
e Príncipe, disse hoje o chefe da missão para o arquipélago, Ricardo Velloso.
"O montante
total do acordo que temos com São Tomé é de quatro milhões de dólares, que são
desembolsados a cada seis meses em parcelas iguais, o nosso papel principal não
é exatamente de financiamento", disse Ricardo Velloso.
Em relação ao
crescimento económico do país, o responsável do FMI prevê que possa rondar
entre quatro e cinco por cento este ano.
"Eu acredito
que vai haver um impacto positivo sobre a economia de São Tomé e Príncipe.
Ainda não vai ser um crescimento espetacular, mas vai ser um crescimento
importante, um crescimento sustentável", sublinhou.
Ricardo Velloso
disse ainda que as reservas externas "estão num bom nível, acima do
previsto, o que é uma boa noticia", e recomendou ao Governo que elabore
para este ano "um orçamento responsável, equilibrado e dentro das
capacidades de financiamento do país".
"A nossa
recomendação geral é que se mantenha a meta que foi acordada, que é de um
défice primário de pouco mais de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB),
utilizar as premissas realistas sobre o crescimento económico e arrecadação
tributaria e ter um nível de gasto que seja suficiente", lembrou o chefe
da missão do FMI.
Ricardo Velloso
concluiu na sexta-feira uma série de encontros com vários membros do Governo,
técnicos do Ministério do Plano e Finanças e representantes de missões
diplomáticas acreditadas no arquipélago e prometeu aumentar a assistência
técnica desta instituição ao país.
"Conversamos
sobre uma possível ampliação da assistência técnica que o FMI dá ao país. Em
2012 foi uma assistência técnica significativa, principalmente em relação ao
Ministério das Finanças e ao banco central e por aí pode haver um pouco de engajamento
do FMI", explicou.
"O programa
(do FMI) dá um marco macroeconómico e um alento a outros parceiros de
desenvolvimento do país como o Banco Mundial e os parceiros bilaterais de que
realmente o país está a manter a sua estabilidade económica", disse.
O responsável do
FMI Anunciou para março próximo a deslocação ao arquipélago de uma missão
"mais completa" daquela instituição para "rever um novo
programa" de assistência financeira e técnica com São Tomé e Príncipe.
Ricardo Velloso
manifestou-se ainda "muito bem impressionado" com a intenção do atual
Governo de prosseguir com os compromissos assumidos com o FMI pelo executivo
anterior.
"São acordos
muito importantes para a manutenção da estabilidade económica do país, dada a
opção pela taxa de câmbio fixo da paridade da dobra (moeda local) com o euro. É
muito importante manter-se uma política fiscal conservadora que não põe em
risco as reservas do banco central e não põe em risco os avanços que já foram
feitos na redução da inflação", acrescentou.
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