sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

FMI mantém em 2013 ajuda financeira de quatro milhões de dólares a São Tomé e Príncipe




MYB – VM - Lusa

São Tomé, 01 fev (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê manter este ano a sua ajuda financeira de quatro milhões de dólares (2,9 milhões de euros) a São Tomé e Príncipe, disse hoje o chefe da missão para o arquipélago, Ricardo Velloso.

"O montante total do acordo que temos com São Tomé é de quatro milhões de dólares, que são desembolsados a cada seis meses em parcelas iguais, o nosso papel principal não é exatamente de financiamento", disse Ricardo Velloso.

Em relação ao crescimento económico do país, o responsável do FMI prevê que possa rondar entre quatro e cinco por cento este ano.

"Eu acredito que vai haver um impacto positivo sobre a economia de São Tomé e Príncipe. Ainda não vai ser um crescimento espetacular, mas vai ser um crescimento importante, um crescimento sustentável", sublinhou.

Ricardo Velloso disse ainda que as reservas externas "estão num bom nível, acima do previsto, o que é uma boa noticia", e recomendou ao Governo que elabore para este ano "um orçamento responsável, equilibrado e dentro das capacidades de financiamento do país".

"A nossa recomendação geral é que se mantenha a meta que foi acordada, que é de um défice primário de pouco mais de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB), utilizar as premissas realistas sobre o crescimento económico e arrecadação tributaria e ter um nível de gasto que seja suficiente", lembrou o chefe da missão do FMI.

Ricardo Velloso concluiu na sexta-feira uma série de encontros com vários membros do Governo, técnicos do Ministério do Plano e Finanças e representantes de missões diplomáticas acreditadas no arquipélago e prometeu aumentar a assistência técnica desta instituição ao país.

"Conversamos sobre uma possível ampliação da assistência técnica que o FMI dá ao país. Em 2012 foi uma assistência técnica significativa, principalmente em relação ao Ministério das Finanças e ao banco central e por aí pode haver um pouco de engajamento do FMI", explicou.

"O programa (do FMI) dá um marco macroeconómico e um alento a outros parceiros de desenvolvimento do país como o Banco Mundial e os parceiros bilaterais de que realmente o país está a manter a sua estabilidade económica", disse.

O responsável do FMI Anunciou para março próximo a deslocação ao arquipélago de uma missão "mais completa" daquela instituição para "rever um novo programa" de assistência financeira e técnica com São Tomé e Príncipe.

Ricardo Velloso manifestou-se ainda "muito bem impressionado" com a intenção do atual Governo de prosseguir com os compromissos assumidos com o FMI pelo executivo anterior.

"São acordos muito importantes para a manutenção da estabilidade económica do país, dada a opção pela taxa de câmbio fixo da paridade da dobra (moeda local) com o euro. É muito importante manter-se uma política fiscal conservadora que não põe em risco as reservas do banco central e não põe em risco os avanços que já foram feitos na redução da inflação", acrescentou.

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