quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Moçambique: HERMINIO FOI DETIDO, NICK CLEEG PARA INGLÊS VER, RÚSSIA PERDOA




Detido presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique

13 de Fevereiro de 2013, 16:11

Maputo, 13 fev (Lusa) - O presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, Hermínio dos Santos, foi detido hoje na sua residência em Maputo e será julgado na sexta-feira, anunciou em comunicado o Partido de Ampliação Social de Moçambique (PASOMO).

O Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, que integra antigos combatentes da guerrilha da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), atual maior partido da oposição, e do exército governamental, organizou na terça-feira uma concentração nas imediações do gabinete do primeiro-ministro, Alberto Vaquina, para exigir uma pensão mensal de mais de 492 euros.

Em comunicado enviado à Lusa, o PASOMO, partido extraparlamentar que firmou um acordo de parceria com o Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, refere que Hermínio dos Santos foi levado da sua casa por agentes à paisana e "encarcerado na cela do Tribunal Judicial Khampfumo", em Maputo.

Sem adiantar as razões da detenção do presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, o PASOMO refere que Hermínio dos Santos será julgado na próxima sexta-feira.

Jornalistas que estiveram no tribunal confirmaram à Lusa ter visto Hermínio dos Santos a entrar no local acompanhado de agentes da polícia.

A Lusa tentou ouvir a polícia moçambicana sobre o caso, mas não obteve ainda a reação.

A concentração de terça-feira, do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, segue-se a várias manifestações que o grupo realizou no ano passado nas imediações do gabinete do primeiro-ministro pelo pagamento de pensões.

Para resolver a situação, a Assembleia da República aprovou em 2012 o "Estatuto do Combatente", que contém os critérios de atribuição da pensão, mas o Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique rejeitou o documento.

PMA //JMR.

Vice-PM britânico defende que multinacionais paguem impostos justos em Moçambique

13 de Fevereiro de 2013, 14:20

Maputo, 13 fev (Lusa) - O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, defendeu hoje que as multinacionais que se instalam em países como Moçambique devem pagar "impostos justos", assegurando que a presidência britânica do G8 defende a transparência no comércio mundial.

Nick Clegg, que hoje iniciou uma visita de dois dias a Moçambique, vai reunir-se com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e lançará um fundo para a promoção da educação da rapariga.

Falando aos jornalistas, à margem de visitas a empreendimentos empresariais com participação de capitais britânicos em Moçambique, o vice-primeiro-ministro britânico defendeu a ideia de se evitar diferenças nos sistemas fiscais entre os países.

"O que quer que façamos, temos que fazer juntos, porque há claramente casos de multinacionais em alguns países capazes de evitar de forma perfeitamente legal à luz da lei pagar o que deviam pagar", disse.

De acordo com Nick Clegg, "a ideia é evitar as diferenças fiscais nos sistemas fiscais entre os países", mas essa medida "não pode ser vista como de hostilidade aos negócios. É só para criar condições para que se paguem os impostos justos".

Segundo o programa da visita, Nick Clegg será orador principal de uma palestra dedicada ao lema: "Engajando o Público sobre o G8: Transparência e Governação e a sua importância para África, no geral, e Moçambique, em particular", em Maputo.

Numa carta escrita por ocasião da visita a Moçambique, o governante britânico assinalou que a presidência britânica do G8 está a dar "enfoque a questões tributárias, transparência e comércio".

Nick Clegg lembrou que muitos dos problemas que os governos do Reino Unido e os de outros países do G8 enfrentam estão a tornar-se mais comuns em lugares como Moçambique.

"Por demasiado tempo, o mundo desenvolvido ignorou a maneira como as receitas dos impostos, que legitimamente pertenciam aos países em desenvolvimento, desaparecessem com pessoas que exploravam diferentes regimes fiscais e faziam desdém aos governos dos países em desenvolvimento, mas agora é um problema que também enfrentamos no mundo desenvolvido".

De resto, "devemos trabalhar juntos para superá-lo", disse.

"É por isso que nós procuramos tornar as normas fiscais internacionais mais fortes e melhorar a forma como diferentes países compartilham informações. A coleta de receitas fiscais é essencial para se certificar de que a riqueza das culturas, terra e outros recursos naturais é em benefício dos cidadãos daquele país", defendeu.

Moçambique foi declarado cumpridor da Iniciativa de Transparência da Indústria Extrativa (EITI) em outubro passado, um acontecimento que o governante descreveu como "significativo", porque demonstra que o Reino Unido e Moçambique "partilham os mesmos objetivos" na área mineira.

"A transparência vai atrair empresas responsáveis que irão contribuir para o desenvolvimento económico e social de Moçambique a longo prazo, e não simplesmente explorar os seus recursos naturais para o máximo lucro privado", disse.

MMT // VM.

Rússia perdoa dívida de 144 milhões de dólares a Moçambique

12 de Fevereiro de 2013, 18:19

Maputo, 12 fev (Lusa) - A Rússia anunciou hoje que vai perdoar uma dívida a Moçambique no valor de 144 milhões de dólares, cujo montante será utilizado no reforço da cooperação bilateral, sobretudo nas áreas da defesa, agricultura, prospeção geológica e formação.

O anúncio foi feito pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, após um encontro em Maputo com o seu homólogo moçambicano, Oldemiro Balói.

Lavrov recordou a forte presença de material originário da União Soviética e da Rússia nas forças armadas moçambicanas para defender uma maior cooperação no domínio militar entre os dois países.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que se encontra numa visita de dois dias a Moçambique, revelou haver interesse de empresas do seu país na concorrida área dos recursos minerais de Moçambique.

Esta foi a primeira visita de um MNE da Rússia a Moçambique, após décadas de relações privilegiadas entre a antiga colónia portuguesa e a União Soviética.

Os dois países manifestaram agora o desejo de reforçarem as relações bilaterais, após um percurso "altos e baixos", como referiu o chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro Balói.

LAS // PJA

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