Polícia deteve
suspeitos de tráfico de órgãos humanos no centro de Moçambique
01 de Fevereiro de
2013, 09:21
Quelimane,
Moçambique, 01 fev (Lusa) - A polícia de Milange, Zambézia, centro de
Moçambique, deteve três homens suspeitos de homicídio qualificado e tráfico de
órgãos humanos, disse hoje à Lusa fonte policial.
Ernesto Serrote,
porta-voz da polícia na Zambézia, disse que os três homens, "detidos em
flagrante", assassinaram um homem, no domingo passado, para extrair os
seus órgãos que seriam vendidos a um comprador, supostamente pertencente a uma
rede, por 300 mil meticais (7.692 euros).
"Os indivíduos
cometeram um homicídio qualificado e foram detidos. Assassinaram no dia 26 de
janeiro um homem e extraíram testículos, pénis, língua, orelhas, olhos e miolos
que seriam negociados a um comprador", disse à Lusa Ernesto Serrote.
O corpo da vítima
ainda não foi reclamado e encontra-se depositado na morgue do hospital
distrital de Milange, junto à fronteira com o Malaui.
A detenção dos
homens, disse a mesma fonte, foi possível devido à denúncia feita por um
cidadão, que tinha sido procurado pelos vendedores para intermediar o negócio
com um suposto comprador.
"Então, a
polícia montou um falso comprador que entrou em contacto com os vendedores, que
foram detidos quando já iam receber os 300 mil meticais depois de conferidos os
órgãos em causa", precisou Ernesto Serrote.
No centro de
Moçambique, a maioria dos casos de tráfico de órgãos são "encomendados por
curandeiros", para "fins obscuros", de acordo com as
autoridades.
AYAC // VM.
ASAE vai formar e
capacitar quadros moçambicanos a partir deste ano
01 de Fevereiro de
2013, 11:40
Maputo, 01 fev
(Lusa) - A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) portuguesa vai
formar e capacitar, a partir deste ano, quadros moçambicanos da Inspeção
Nacional das Atividades Económicas (INAE) de Moçambique, no âmbito de um acordo
hoje assinado em Maputo.
As duas
instituições formalizaram na capital moçambicana a criação de uma Comissão de
Gestão do Protocolo de Cooperação, que vai executar e coordenar as suas
atividades no domínio de técnicas de fiscalização, visando criar um bom
ambiente de negócios para os agentes económicos que operam em ambos países.
O memorando
rubricado pelo inspetor-geral da ASAE, António Nunes, e o inspetor-geral do INAE,
José Rodolfo, foi testemunhado pelo vice-ministro moçambicano da Indústria e
Comércio, Kenneth Marizane, e pelo embaixador português em Moçambique, Mário
Godinho de Matos.
O vice-ministro da
Indústria e Comércio de Moçambique afirmou que ao abrigo do acordo "a ASAE
e INAE poderão, em concertação, proceder ao intercâmbio de oficiais de ligação
para, nos termos da Comissão de Gestão do Protocolo, se fazer o acompanhamento
das atividades e programas que venham a desenvolver em comum".
"Olhando para
o nível das relações entre Moçambique e Portugal, torna-se imperioso que no
domínio de indústria, comércio e serviços criemos mecanismos que assegurem a
execução de negócios naqueles ramos de atividades, que sejam feitos em
conformidade com as leis, quer no processo de importação, quer na
comercialização a nível do mercado doméstico", considerou Kenneth
Marizane.
Questionado pela
Lusa, o governante apontou como alguns desafios da INAE a "consolidação,
expansão de qualidade em todo o país e tornar independente" a instituição
criada em 2009.
Apesar das
restrições orçamentais na administração pública portuguesa, que também abrangem
o órgão de polícia criminal, o inspetor-geral da ASAE garantiu que "tem
todas as condições" para desenvolver o protocolo hoje assinado em Maputo.
"Espero que a
curto prazo, quer inspetores de Moçambique possam estar a fazer cursos de
aperfeiçoamento e melhoramento em Portugal, quer formadores portugueses da
nossa organização possam estar aqui em Moçambique a fazer as suas ações de
formação e a transmitir os conhecimentos técnicos por forma a que as ações
possam ser feitas com metodologias adequadas", disse António Nunes.
MMT // VM.
Moçambicana
Margarida Matsinhe vence prémio da Fundação Bill e Melinda Gates por trabalho
na área da vacina
01 de Fevereiro de
2013, 12:12
Maputo, 01 fev
(Lusa) - A moçambicana Margarida Matsinhe ganhou o Prémio Gates Vaccine
Inovation, da Fundação Bill e Melinda Gates, pelo seu papel "na remoção de
obstáculos ao acesso das crianças às vacinas", indicou hoje a ONG
VillageReach, onde a premiada trabalha.
Em declarações à
Lusa em Maputo, Margarida Matsinhe, 64 anos, mostrou-se satisfeita com o
prémio, referindo que o mesmo reconhece os progressos que Moçambique está a
registar no alargamento das campanhas de vacinação em prol das crianças.
"Vacinar mais
tarde é mais caro que fazê-lo na infância", afirmou, defendendo a sua
aposta na eliminação de dificuldades de acesso da vacina às crianças nas zonas
rurais moçambicanas.
Ao justificar a
atribuição do prémio, um troféu e dinheiro no valor de 250 mil dólares (pouco
mais de 183 mil euros), Bill Gates afirmou que "Margarida Matsinhe tem
sido instrumental na inspeção do sistema de logística de vacinas" nas
quatro províncias em que a VillageReach opera.
"Espero que
outros sejam inspirados por Margarida a criar melhores caminhos para se chegar
a todas as crianças com necessidade de vacinas", declarou o
multimilionário norte-americano.
Com a VillageReach,
uma ONG norte-americana voltada à promoção do acesso das comunidades pobres aos
serviços de saúde, em coordenação com o Ministério da Saúde de Moçambique,
Margarida Matsinhe conseguiu aumentar de 69 por cento para 95 a percentagem de
crianças com acesso à vacina e reduzir de 80 por cento para um a falta de
vacinas, em quatro províncias moçambicanas.
A sua intervenção
permitiu também aumentar de 40 para 96 por cento o tempo de acondicionamento
climatizado de vacinas.
PMA // PJA
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