MB – JMR - Lusa
Bissau, 13 fev
(Lusa) - Partidos políticos e organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau
vão propor ao Presidente de transição a criação de um espaço de concertação
para gerir "um novo período de transição" a iniciar a partir de 16 de
maio.
Segundo fontes
partidárias, a criação de um novo espaço, que poderá ser designado Comissão
Partidária Social de Transição, foi estudada numa reunião que juntou hoje
partidos políticos, organizações da sociedade civil e sindicatos.
A ideia, disse à
Lusa uma fonte sindical, é propor ao Presidente de transição, Serifo Nhamadjo,
a criação de um órgão de diálogo "que saia fora do âmbito puramente
partidário" e que possa "ajudar o período de transição".
Tanto as fontes
partidárias como as sindicais que participaram no encontro, que juntou cerca de
70 pessoas, disseram à agência Lusa que as partes tentam encontrar "uma
plataforma de diálogo nacional" que possa vir a gerir o país a partir do
dia 16 de maio, data em que formalmente termina o atual período de transição
fixado depois do golpe de Estado de 12 de abril de 2012.
A Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que apoia as atuais
instituições que gerem a transição na Guiné-Bissau, acordou com a maioria de
partidos guineenses que as eleições gerais deveriam ter lugar um ano após o
golpe de Estado, mas as autoridades de Bissau já afirmaram ser impossível
cumprir esse calendário por falta de condições técnicas e financeiras.
Nos últimos dias,
quase todos os partidos e organizações da sociedade civil guineense têm vindo a
público afirmar ser necessário fixar-se uma num novo calendário de transição.
Confrontado com a
ideia, Orlando Viegas, porta-voz do encontro, confirmou à Lusa que as partes
estão a arranjar uma solução para após o período de transição e que esse
exercício deve ser de todos os guineenses.
"A partir do
dia 16 de maio termina o período de transição. Os guineenses entenderam que
devem começar a pensar o país a partir desse período, é esse exercício que
estamos a fazer aqui", afirmou Orlando Viegas, um dos vice-presidentes do
Partido da Renovação Social (PRS), promotor do encontro.
Orlando Viegas
disse ser intenção dos envolvidos no processo criar "as grandes linhas da
nova transição" a iniciar a partir de 16 de maio, embora o novo espaço não
tenha pretensões de substituir o Parlamento.
Após a aprovação da
proposta pelos partidos e organizações da sociedade civil o documento será
remetido ao Presidente de transição, ao Governo e às chefias militares.
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