sexta-feira, 29 de março de 2013

Guiné-Bissau: RAMOS-HORTA EM ACÇÃO, PORTUGAL CONFORTA ALUNOS CEGOS




Representante da ONU apela autoridades transição para normalizarem relações com CPLP

27 de Março de 2013, 14:08

Bissau, 27 mar (Lusa) - As autoridades de transição da Guiné-Bissau deviam fazer um esforço para normalizar as relações com Angola, Cabo Verde e Portugal, defendeu hoje em Bissau o representante do secretário-geral das Nações Unidas, José Ramos-Horta.

"Eu aconselho as autoridades de transição para que façam um esforço para reatarem as relações com Angola, com Cabo Verde e com Portugal. São relações históricas e também do interesse vital da Guiné-Bissau", disse Ramos-Horta, quando falava à imprensa à margem das cerimónias que marcaram o primeiro aniversário da criação da Casa dos Direitos, em Bissau.

O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau defendeu que as autoridades guineenses deviam aproveitar a presença em Bissau do secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, para normalizarem as relações com o bloco lusófono.

"Não podemos, por questões pontuais, afetar relações que são tão profundas. Posso dizer que os maiores amigos e aliados da Guiné-Bissau, na União Europeia, são os portugueses, porque há poucos países que se preocupam com a Guiné-Bissau", disse Ramos-Horta, apontando a "importância" de Portugal na arena internacional para a Guiné-Bissau.

Sobre a visita do secretário executivo da CPLP a Bissau, Ramos-Horta disse ser oportuna por permitir uma discussão aberta com diversos intervenientes no processo de estabilização do país.

"Estou muito satisfeito (com a visita de Murade Murargy), aliás fui eu que insisti, convidei-o a vir para que, com a União Africana, a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e a União Europeia, dialoguemos para a procura de formas como apoiarmos os nossos irmãos da Guiné-Bissau para levarem avante o roteiro, o agendamento do processo eleitoral", notou o responsável da ONU.

José Ramos-Horta instou, porém, os guineenses a intensificarem o diálogo interno com vista à criação do roteiro que irá conduzir o país para a realização de eleições gerais ainda este ano.

"É preciso que os nossos políticos guineenses intensifiquem o diálogo, as consultas, para que finalmente vejamos o roteiro, porque estamos a falar do roteiro que nos prometeram há meses, mas a comunidade internacional ainda não viu o roteiro. É necessário calendarizar as eleições", observou o representante da ONU.

"É por isso que está cá o secretário executivo da CPLP", concluiu Ramos-Horta.

MB // MLL

Felizmente "não há fome na Guiné-Bissau", diz representante da ONU

27 de Março de 2013, 13:39

Bissau, 27 mar (Lusa) - O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, afirmou hoje em Bissau que "felizmente não há fome na Guiné-Bissau" mas sim subnutrição, e apelou à comunidade internacional para que aumente a assistência humanitária ao país.

Em declarações aos jornalistas à margem das cerimónias que marcam o primeiro aniversário da criação da Casa dos Direitos em Bissau, Ramos-Horta comentou o facto de o Programa Alimentar Mundial (PAM) estar com dificuldades financeiras para transportar alimentos para acudir 300.000 pessoas necessitadas.

Segundo a porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU em Genebra, Elisabeth Byrs, "a assistência estava agendada para começar a 01 de março de 2013, mas as operações estão paralisadas", porque, até agora, a organização não recebeu nenhuma doação.

Para voltar a fornecer ajuda alimentar a 278.000 guineenses, "incluindo jovens mães e crianças em risco de desnutrição", o PAM "necessita urgentemente de 7,1 milhões de dólares" (cerca de 5,49 milhões de euros), alertou Elisabeth Byrs.

Confrontado pela agência Lusa com esta situação, o representante do secretário-geral da ONU diz que já está a sensibilizar os doadores sobre esta questão, lembrando-lhes que é agora que devem aumentar a assistência humanitária à Guiné-Bissau.

Ramos-Horta disse, contudo, que não existe fome na Guiné-Bissau.

"Felizmente que não há fome na Guiné-Bissau. Há, isso sim, a subnutrição. Mas é preciso aumentar a assistência, sobretudo às crianças das escolas para que possam ter aproveitamento escolar", defendeu o responsável da ONU, que prometeu contactar a administração norte-americana para pedir apoios.

"Já falei aos doadores. Felizmente, por coincidência, vou a Washington em abril, a convite do presidente do Congresso norte-americano (não é um convite relacionado com a Guiné-Bissau), já estou a fazer contactos, à margem da cerimónia para a qual fui convidado, para sensibilizar o Congresso e a administração" norte-americanos, acrescentou Ramos-Horta.

O representante de Ban Ki-Moon na Guiné-Bissau afirmou que sempre tem dito aos responsáveis da ONU que "é neste momento" que se devem intensificar os apoios humanitários, "enquanto o Governo não tem meios e recursos humanos" para dar assistência à população.

"É a isto que eu estou a apelar, é isso que vou dizer ao secretário-geral das Nações Unidas. Não podemos permitir que os solavancos políticos afetem, que condicionem a ajuda internacional à população. Pelo contrário, quando há solavancos políticos é quando as agências humanitárias devem intervir mais para colmatar as falhas", sublinhou José Ramos-Horta.

MB // MLL

Portugal reabilita escola para cegos na Guiné-Bissau que serve mais de 100 alunos

27 de Março de 2013, 13:06

Bissau, 27 mar (Lusa) - A Cooperação Portuguesa na Guiné-Bissau financiou a reabilitação e ampliação da escola para cegos de Bissau, um projeto que custou 231 mil euros e que vai servir mais de cem alunos.

O apoio, através do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, permitiu a reabilitação de três salas de aula e respetivas instalações sanitárias e a construção de outras tantas salas e mais cinco sanitários.

Segundo fonte da cooperação portuguesa, foram ainda construídos mais quatro gabinetes de direção, duas oficinas de formação profissional, uma cozinha, entre outras estruturas de apoio, numa área de cerca de 400 metros quadrados.

Portugal ofereceu também mesas e cadeiras para as salas de aula.

A "Escola Bengala Branca" pertence à "Associação Guineense de Reabilitação e Integração dos Cegos" - AGRICE, que faz parte de 18 associações da sociedade civil que integram a "Rede de Proteção Social da Guiné-Bissau", apoiada pela Cooperação Portuguesa.

FP // MLL


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