O antigo
responsável governamental e líder do CDS Freitas do Amaral concordou hoje com o
presidente do Governo Regional da Madeira, defendendo um novo primeiro-ministro
da atual maioria PSD/CDS-PP.
Para o fundador do
CDS, que foi também membro do executivo socialista liderado por José Sócrates,
"ou o Governo muda de política ou o país muda de Governo",
referindo-se à ação da sociedade civil, designadamente os "manifestantes
de rua", e considerando que o ministro de Estado e das Finanças, Vítor
Gaspar, também "falhou tudo", portanto "falhou a sua
missão".
"O Governo
está perante um dilema, ou muda de política ou o país muda de Governo. Quem fez
a declaração mais sábia e acertada nos últimos tempos foi Alberto João Jardim,
que preconizou que a melhor solução para Portugal, neste momento, era outro
governo da atual maioria, sem eleições, mas com outro primeiro-ministro,
escolhido, naturalmente, pelo PSD", afirmou Freitas, à margem da
apresentação, em Lisboa, de uma biografia de outro "histórico" da
democracia portuguesa, o antigo Presidente Mário Soares.
Freitas do Amaral
considerou que tal "solução era bem melhor" do que Portugal continuar
como está, "sem esperança nenhuma de melhorar ou ir para eleições sem
esperança nenhuma de ter um Governo maioritário".
"O ministro
das Finanças, se não sair ao mesmo tempo que o primeiro-ministro, vai sair
antes dele. Falhou tudo, falhou tudo. Foi apresentado como o tecnocrata que não
falhava as suas previsões, com grande competência técnica. Falhou a sua
missão", sublinhou o antigo político, escusando-se a opinar sobre uma
imediata remodelação do Governo.
Confiando que o
Presidente da República poderá não ter de entrar em ação, já que existem
"cidadãos, comunicação social, partidos, manifestantes de rua e outras
instituições da sociedade civil", Freitas do Amaral frisou que "as
apostas" de Gaspar "saíram frustradas" e que o ministro ou o
líder do executivo "têm de tirar daí as suas ilações: "ou então
estamos a brincar às democracias".
HPG // ARA - Lusa
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