terça-feira, 19 de março de 2013

Portugal: VITOR GASPAR AFASTA TOTALMENTE IMPOSTO SOBRE OS DEPÓSITOS

 

 
O ministro das Finanças afastou totalmente o cenário de ser aplicada em Portugal uma medida semelhante à que foi decidida para o Chipre. Gaspar também falou dos cortes no Estado, falando em reformas de «longo prazo»
 
Aos deputados, na comissão parlamentar que acompanha a aplicação do programa de ajuda externa, Gaspar sublinhou que o caso cipriota é único no cenário europeu.
 
«As autoridades cipriotas propuseram neste contexto a introdução de uma contribuição dos depósitos bancários com o propósito de limitar o envelope financeiro aos 10 mil milhões de euros. Esta medida juntamente com o apoio financeiro internacional, permite viabilizar o sistema financeiro cipriota, e salvaguardar a estabilidade financeira de Chipre», disse o ministro das Finanças.
 
Vítor Gaspar não esclareceu diretamente qual a posição tomada por Portugal, mas deu a entender que deu o seu apoio a programa que incluía a medida.
 
«A nossa posição é e foi sempre da necessidade de preservar a estabilidade na área do euro como um todo, prevenir efeitos de contágio e também ter uma estratégia que seja viável e que funcione para Chipre como país de programa. O desenho das medidas específicas a aplicar em Chipre e o pacote de medidas que será apresentado no Parlamento cipriota é necessariamente da iniciativa e da responsabilidade deste país», disse o governante.
 
Vítor Gaspar sublinhou por várias vezes as palavras do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, para garantir que este é um caso único e defendeu mesmo a medida com as especificidades do sistema financeiro cipriota.
 
«O presidente do Eurogrupo já disse que o Chipre é um caso único, e que uma contribuição deste tipo não é contemplável para nenhum outro Estado-membro na área do euro. (...) O Chipre teria enfrentado cenários que teriam custos ainda mais elevados para os depositantes. Esta medida deve ser vista no contexto particular do Chipre, um país com um sistema bancário sobredimensionado, com um peso elevado de aplicações financeiras de não residentes e com a necessidade de capitalização muito consideráveis», afirmou.
 
O ministro das Finanças falou também numa «viragem» no financiamento das empresas: Vítor Gaspar disse estar tarde no Parlamento que os bancos portugueses já estão entre os melhor capitalizados na Europa e pode, assim, financiar a economia.
 
Durante a intervenção na comissão parlamentar que acompanha a aplicação do programa de ajuda externa, Gaspar afirmou que os bancos portugueses já estão entre os melhor capitalizados, ao nível europeu, podendo assim financiar a economia.
 
Durante a audição na Comissão Parlamentar de Acompanhamento à Aplicação do Programa de Ajuda Externa, o ministro das Finanças foi confrontado, pela oposição, com a natureza e alcance dos cortes que o governo tenciona aplicar no Estado. Até ao momento, Vitor Gaspar não detalhou o programa de cortes mas sublinhou que vai haver «mais tempo» para realizar o «esforço adicional de 2,5 % do PIB», que Portugal terá que realizar.
 
Gaspar garante que o programa de reformas é de «longo prazo» e que não será concretizado «nem em um, nem em dois, nem em três anos».
 

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