O ministro das
Finanças afastou totalmente o cenário de ser aplicada em Portugal uma medida semelhante
à que foi decidida para o Chipre. Gaspar também falou dos cortes no Estado,
falando em reformas de «longo prazo»
Aos deputados, na
comissão parlamentar que acompanha a aplicação do programa de ajuda externa,
Gaspar sublinhou que o caso cipriota é único no cenário europeu.
«As autoridades
cipriotas propuseram neste contexto a introdução de uma contribuição dos
depósitos bancários com o propósito de limitar o envelope financeiro aos 10 mil
milhões de euros. Esta medida juntamente com o apoio financeiro internacional,
permite viabilizar o sistema financeiro cipriota, e salvaguardar a estabilidade
financeira de Chipre», disse o ministro das Finanças.
Vítor Gaspar não
esclareceu diretamente qual a posição tomada por Portugal, mas deu a entender
que deu o seu apoio a programa que incluía a medida.
«A nossa posição é
e foi sempre da necessidade de preservar a estabilidade na área do euro como um
todo, prevenir efeitos de contágio e também ter uma estratégia que seja viável
e que funcione para Chipre como país de programa. O desenho das medidas
específicas a aplicar em Chipre e o pacote de medidas que será apresentado no
Parlamento cipriota é necessariamente da iniciativa e da responsabilidade deste
país», disse o governante.
Vítor Gaspar
sublinhou por várias vezes as palavras do presidente do Eurogrupo, Jeroen
Dijsselbloem, para garantir que este é um caso único e defendeu mesmo a medida
com as especificidades do sistema financeiro cipriota.
«O presidente do
Eurogrupo já disse que o Chipre é um caso único, e que uma contribuição deste
tipo não é contemplável para nenhum outro Estado-membro na área do euro. (...)
O Chipre teria enfrentado cenários que teriam custos ainda mais elevados para
os depositantes. Esta medida deve ser vista no contexto particular do Chipre,
um país com um sistema bancário sobredimensionado, com um peso elevado de aplicações
financeiras de não residentes e com a necessidade de capitalização muito
consideráveis», afirmou.
O ministro das
Finanças falou também numa «viragem» no financiamento das empresas: Vítor
Gaspar disse estar tarde no Parlamento que os bancos portugueses já estão entre
os melhor capitalizados na Europa e pode, assim, financiar a economia.
Durante a
intervenção na comissão parlamentar que acompanha a aplicação do programa de
ajuda externa, Gaspar afirmou que os bancos portugueses já estão entre os melhor
capitalizados, ao nível europeu, podendo assim financiar a economia.
Durante a audição
na Comissão Parlamentar de Acompanhamento à Aplicação do Programa de Ajuda
Externa, o ministro das Finanças foi confrontado, pela oposição, com a natureza
e alcance dos cortes que o governo tenciona aplicar no Estado. Até ao momento,
Vitor Gaspar não detalhou o programa de cortes mas sublinhou que vai haver
«mais tempo» para realizar o «esforço adicional de 2,5 % do PIB», que Portugal
terá que realizar.
Gaspar garante que
o programa de reformas é de «longo prazo» e que não será concretizado «nem em
um, nem em dois, nem em três anos».
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