Cláudia Luís* -
Jornal de Notícias
Comandante está sob
proteção da tropa francesa. Portugueses "não querem sair do país"
O piloto do
presidente deposto da República Centro-Africana deverá chegar esta quarta-feira
a Paris. Vítor António foi perseguido e ameaçado, mas conseguiu fugir dos
rebeldes que, desde domingo, tomaram o poder.
Desde a noite de
anteontem que Vítor António está protegido pelos militares franceses. "Ele
perdeu tudo: a casa, os bens e até o emprego. Mas é certo que não está ferido
com gravidade", garantiu, ao JN, José Cesário, secretário de Estado das
Comunidades.
Segundo a mesma
fonte, foi o cônsul honorário José Pereira de Sousa que avisou a embaixada
francesa do paradeiro do piloto português. "Em princípio, Vítor António
regressa amanhã [hoje] a Paris, mas não sei quando voltará para Portugal".
Recorde-se que o
piloto chegou a ser dado como desaparecido. Sobre a restante comunidade
portuguesa, José Cesário assegura que vive um clima de tensão, mas
"ninguém quer sair do país". "Não houve mais assaltos e a
tendência é de estabilização".
As missionárias
portuguesas que estão no país também "estão bem, mas não podem sair de
casa", disse, ontem, à Lusa, uma religiosa comboniana. "Contacto
[direto] não conseguimos ter, mas obtivemos [informação] da parte do Vaticano
de que elas não podem sair de casa e de que a situação é grave", relatou a
irmã Fátima, da congregação em Portugal.
Cerca de 30
portugueses estão no país, cuja capital, Bangui, foi tomada no domingo pelos
rebeldes da coligação Séléka, depois de uma ofensiva de três dias para derrubar
o presidente François Bozizé, que, entretanto, deixou o país e está exilado nos
Camarões.
* com agências
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