Rita Marques Ramos – Hoje Macau
Zona de comércio
livre é nota na agenda
O Fórum para a
Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa
[Fórum de Macau] pode vir a ser bem mais do que uma porta aberta para trocas
comerciais e investimentos multilaterais. De futuro, o organismo poderá
funcionar como zona de comércio livre entre os seus membros.
A boa nova é
avançada pela secretária-geral adjunta do Fórum de Macau, Rita Santos. “Foi
falado num dos planos de acção na facilidade de alfândegas em termos de
negociação mas agora nas negociações do próximo plano de acção poderão pensar
nessa hipótese. Estamos na fase de auscultação de opiniões sobre o próximo
documento que é a planificação”, disse aos jornalistas portugueses, à margem da
exposição que marca os momentos mais emblemáticos dos 10 anos do Fórum de
Macau, na praça do Tap Seac.
Embora enfatize o
papel do Governo no papel de plataforma para concretizar e aumentar as relações
económicas, comerciais e culturais entre a China e os sete países de língua
portuguesa (que no ano passado cresceu 9,6% para mais de um bilião de patacas),
não estão excluídos futuros acordos alfandegários. Um objectivo que, aliás,
deverá ser coberto pelo estudo encomendado à Universidade de Macau (UMAC) –
“Actualidade e o Futuro do Desenvolvimento Económico e Comercial da China e dos
Países de Língua Portuguesa: o Papel de Macau como Plataforma.”
“É por isso que o
Governo da RAEM encomendou à UMAC para fazer um estudo de análise (…) e eles
vão, portanto, fazer esse trabalho e estudos nos mercados de língua portuguesa
bem como nos mercados da China”, avançou. O relatório final, diz ainda, deverá
ser entregue ainda antes da 4.ª Conferência do Fórum Ministerial do Fórum (que
é apontada para Novembro, apesar de ainda não ter datas nem convidados
avançados, como o presidente da China, Xi Jinping, ou o primeiro-ministro, Li
Keqiang).
Ontem, à margem de
uma reunião ordinária do Secretariado Permanente do organismo também Chang
Hexi, secretário-geral do Fórum Macau, frisou que tal estudo servirá para
explorar mais as potencialidades de cooperação embora não tivesse avançado mais
detalhes.
Para José Luís
Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus, tal estratégia
poderá ser uma boa aposta do Fórum Macau. “Existem esses compromissos regionais
que são, eu diria, talvez os prioritários em cada um desses serviços mas depois
não é de excluir, como hoje em dia se vê, que se assinem acordos de livre
comércio, por exemplo, entre a União Europeia (UE) e a Coreia do Sul, como está
a acontecer. Entre a UE e a Índia, que até nos últimos dias foi contestada.
Portanto, nada disso é passível de ser excluído. Pode ser que venha a acontecer”,
disse em declarações à TDM.
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