domingo, 5 de maio de 2013

HIV/SIDA: TARV COBRE APENAS 22 POR CENTO DOS HOSPITAIS EM MOÇAMBIQUE




AIM

Maputo, 05 Abr (AIM) – Apenas 22 por cento das unidades sanitárias existentes em Moçambique oferecem o tratamento anti-retroviral (TARV), uma terapia considerada chave no combate ao HIV/SIDA, doença cujo índice de seroprevalência no país é estimada em 11,5 por cento. 

A informação consta do Informe do Gabinete de Prevenção e Combate ao HIV e SIDA da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, apresentado semana passada numa das sessões de trabalho daquele órgão.

De acordo com a fonte, que se baseia numa informação prestada pelo Ministro da Saúde, Alexandre Manguele, o país conta actualmente com 1.414 unidades sanitárias, das quais 316 oferecem o TARV, já que possuem um técnico formado para prover este tratamento e colher amostras de sangue para análises laboratoriais, bem como um farmacêutico.

“O Ministro disse que as metas preconizadas para as províncias ainda continuam abaixo do ideal devido a factores ligados a infra-estruturas, recursos humanos capacitados, insuficiente capacidade laboratorial para diagnósticos, fraco seguimento das mulheres grávidas HIV+ na consulta pré-natal, fraco seguimento das crianças HIV positivas e falta de material de monitoria e avaliação”, indica o informe.

Por causa destas limitações, a cobertura nacional do TARV para o ano de 2012 foi de 48 por cento, tendo atingido 308,578 pessoas, das quais, 24.891 crianças e a outra parte constituída por adultos.

Para responder os desafios ligados ao HIV/SIDA, as autoridades da saúde têm em curso várias actividades, incluindo a elaboração dum plano de aceleração do TARV, que integra as áreas de prevenção e a de cuidados e tratamento.

Na componente de expansão do TARV, a meta é abranger 707 unidades sanitárias até 2015, o que irá resultar numa cobertura de 50 por cento. Com isso, o governo acredita que poderá oferecer o TARV a pelo menos 80 por cento dos pacientes elegíveis.

Outra meta tem a ver com a eliminação da transmissão vertical do vírus da SIDA de mãe para o bebé, objectivo que se acredita atingir com a cobertura de 90 de TARV na mulher grávida. Actualmente, a prevenção da transmissão vertical cobre 1.223 unidades sanitárias, com uma cobertura da rede nacional de 86 por cento.

Ainda na componente de prevenção, Moçambique privilegia a massificação da circuncisão masculina, uma actividade que só começou a ser realizada no sistema de saúde em Novembro de 2009, como fazendo parte do pacote de medidas de prevenção de HIV/SIDA.

Até Dezembro de 2012, este programa havia atingido 137.722 homens. A meta é realizar dois milhões de circuncisões até 2017, medida que se acredita vai ser alcançada dando prioridade as províncias com alta prevalência do HIV e baixa prevalência de circuncisão. 

Até agora apenas 25 unidades sanitárias oferecem os serviços de circuncisão masculina em regime permanente.

Enquanto isso, está em curso no país o ensaio da fase II da candidata vacina contra o HIV. Estes ensaios irão também acontecer na Tanzânia, com um total de 196 voluntários.

Paralelamente, o Instituto Nacional da Saúde inicia este ano a preparação para a eventual realização de ensaios da fase III em Moçambique.

O HIV/SIDA é uma das principais preocupações de Moçambique, sendo em parte responsável pelo crescente número de crianças órfãs e vulneráveis. Neste momento, das 1.8 milhões de crianças órfãs e vulneráveis existentes no país 510 mil são consequência directa do HIV/SIDA.

Deste número, pelo menos 20 mil crianças são tidas como chefes de agregados familiares cujos pais perderam a vida por causa da SIDA.

MM/mz

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