FYRO – FV - Lusa
O ministro das
Relações Exteriores do Brasil, António Patriota, afirmou hoje que os danos ao
edifício do Itamaraty foram "consideráveis" e condenou os atos de
vandalismo ocorridos durante a manifestação desta quinta-feira na capital
brasileira.
"Fiquei muito
indignado com o que ocorreu, o prédio é um património da nação brasileira, que
representa a busca do entendimento pelo diálogo com base no direito, foi um ato
de vandalismo que não pode se repetir", afirmou o ministro em entrevista à
emissora de rádio "CBN".
Durante a
manifestação, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em Brasília na quinta-feira à
noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa), uma parte dos manifestantes tentou
invadir o Palácio do Itamaraty enquanto outros atiraram pedras contra o
edifício, considerado uma das grandes obras da arquitetura moderna.
De acordo com o
ministro, havia um número reduzido de funcionários dentro do prédio no momento
do conflito, mas ninguém ficou ferido. Já os danos materiais foram importantes,
com vidros partidos e buracos, "provavelmente provocados por algum tipo de
bala".
"Conclamaria a
todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o património
da nação brasileira. Saudamos as manifestações pacíficas, mas quando se trata
de distribuição do património já são ações que precisam ser condenadas",
reforçou.
Os protestos
começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das
tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil
e de outros países.
A repressão policial
às manifestações motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito
de manifestação, bem como outras queixas, entre quais corrupção e a falta de
transparência.
Em particular, as
manifestações criticam os elevados gastos com a organização de eventos
desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de
outras áreas como a saúde e na educação.
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