Helena Pereira -
Sol
Em três meses, a
frota automóvel dos membros do Executivo diminuiu apenas três carros: passou de
186 para 183. O gabinete de Passos Coelho manteve até o mesmo número de
viaturas: 26. Ao todo, o Governo dispõe de 413.
Os dados constam do
Relatório do Parque de Viaturas do Estado (PVE) relativo a 31 de Dezembro de
2012, a que o SOL teve acesso e que foi concluído esta semana. O Governo tem
falado várias vezes da necessidade de diminuir a frota automóvel e feito vários
anúncios, mas, pelos dados oficiais do Ministério das Finanças, pouco tem
mudado.
O documento
discrimina as várias categorias de viaturas do Estado. Ao todo, existem 27.279.
A administração directa (forças de segurança, Forças Armadas, etc) tem 21.493.
A administração indirecta (institutos públicos, hospitais) tem 4.958. E as
restantes entidades (embaixadas e consulados), 415.
Há ainda as
secretarias-gerais dos ministérios com 230 e os gabinetes dos membros do
gabinete com 183 carros. Destes, 87 são para representação e seis para uso
pessoal – três para o ministro da Defesa, dois para a ministra da Justiça e um
para o ministro da Administração Interna.
Cerca de 6,5%
(1.774) são veículos apreendidos, em resultado de processos-crime ou de
contra-ordenação. Alguns destes, os de gama mais elevada, são, aliás, usados
por membros do Governo.
O anterior
relatório, referente ao PVE no terceiro trimestre de 2012, elaborado pela
Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, apontava para um
total de 27.533 viaturas. Nessa altura, havia 186 carros ao serviço dos
gabinetes dos membros de Governo e 258 nas secretarias-gerais dos ministérios.
Muitas promessas
Em Julho de 2011,
pouco tempo depois de tomar posse, Passos Coelho deu instruções para proibir os
ministros de terem direito a carro para uso pessoal ou fora da agenda oficial.
No início deste ano, havia a intenção de diminuir o número de viaturas e baixar
a gama dos carros que seriam adquiridos. O Parlamento aprovou também nessa
altura uma resolução do CDS a sugerir a redução para metade dos carros
atribuídos aos ministérios.
Ainda recentemente,
no início do mês, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, anunciou no
Parlamento que as empresas públicas e organismos da sua tutela vão deixar de
ter carro e motorista para todos os vogais e presidentes das administrações
para dar um exemplo de redução da despesa pública.
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