Tiago Mota Saraiva –
Jornal i, opinião
António José Seguro
é uma inexistência que poderá ser actor principal de uma improbabilidade
histórica. Se numa monarquia o poder transita, numa república em que o primeiro
ministro é eleito, não seria de esperar que o neutro líder do PS tivesse o
caminho aberto para vencer eleições tal como todas as sondagens indicam. Por
mais voltas que se dê, nos seus potenciais eleitores, poucos serão os que não
reconhecem o vazio das suas palavras e ainda menos os que acreditam que um
governo por si liderado, mesmo que em maioria absoluta do PS, fizesse muito
diferente do que faz a tripla Passos-Gaspar-Portas.
É por demais evidente as semelhanças de percurso entre Passos e Seguro. De líderes das “jotas” até ao partido foi um processo de conquista de capelas, sempre com um discurso neutro e esperando o momento em que o poder se esvazia. Contudo, se Passos foi sendo moldado a partir de um forte grupo de interesses financeiros que apadrinhou a sua tomada do poder, Seguro parece ser ainda um general neutro de uma tropa de formiguinhas de concelhias ainda por doutrinar.
Mas quem de facto manda não é estúpido e políticos vazios são o seu principal alimento.
A aceitação do convite da Clube de Bilderberg, que Seguro pavoneia sem noção do ridículo, não é mais do que a prova da sua inexistência política. Aos 51 anos e depois de uma vida de partido a fazer tudo menos política, a sua doutrinação e preparação para primeiro ministro está em curso. Neste clube exclusivo receberá os ensinamentos devidos para que possa governar o país com Portas que, indubitavelmente mais sábio, não hesita em apanhar o submarino para o próximo governo.
Escreve ao sábado
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