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Maputo, 21 Jun (AIM) – Os
homens armados da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, começaram
a semear pânico e terror ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), ao
atacar na manhã de hoje, em momentos diferentes, um autocarro de transporte de
passageiros e uma carrinha que circulavam na rodovia.
Os ataques espelham, sem a menor sombra de dúvida, a consumação das ameaças
feitas quarta-feira pela Renamo, em conferência de imprensa, onde prometeu
paralisar a circulação de pessoas e bens no raio da estrada nacional do Rio
Save até Muxúnguè, na província central de Sofala.
Nos dois episódios até então ocorridos, não há registo de mortes mas apenas uma
cidadã ferida que responde pelo nome de Mónica Samuel que foi evacuada, de
imediato, ao Hospital Distrital de Chibabava, na província central de Sofala,
onde se encontra a receber assistência médica.
No retrato feito pela mulher ferida, os homens armados apareceram subitamente
das matas e, de arma em punho, começaram a disparar indiscriminadamente. A
carrinha em que se faziam transportar rebentou um dos pneus, perdeu a direcção
e entrou pela mata adentro.
Na sequência do sucedido, ela contraiu ferimentos e um dos motoristas que
também estava a bordo da viatura pôs-se em fuga, não se sabendo actualmente o
seu verdadeiro paradeiro.
Todavia, no primeiro ataque, havido na manhã de hoje, na zona de Muanza, em
Sofala, os homens armados da Renamo abriram fogo contra um autocarro da Empresa
de Transportes Mussagy Gopal (ETRAGO), sem causar feridos e muito menos danos
avultados o permitiu seguir de viagem rumo a Quelimane, na província central da
Zambézia.
O administrador de Chibabava, Arnaldo Machoi, citado pela Rádio Moçambique
(RM), emissora pública, confirmou os dois trágicos episódios, acrescentando que
as forças de defesa e segurança estão no terreno a monitorar a evolução da
situação.
Na conferência de imprensa de quarta-feira, a Renamo tinha prometido igualmente
paralisar a movimentação dos comboios na linha férrea de Beira para Moatize e
vice-versa, assim como interditar todos os movimentos da Força de Intervenção
Rápida (FIR), nas proximidades da residência do líder do movimento em
Sathundjira, distrito de Gorongosa.
A massificação da presença de homens armados daquele movimento forçou, segundo
fontes do Ministério do Turismo, a evacuação imediata de turistas do Parque
Nacional de Gorongosa (PNG), na sequência do clima de tensão em que o país
parece estar a mergulhar. (AIM)
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