ATF – SMA – Lusa –
foto ETIENNE LAURENT / POOL/EPA POOL
O ex-Presidente da
República Mário Soares disse hoje que Passos Coelho se revelou "uma
desilusão absoluta" como primeiro-ministro, considerando que os dois
primeiros anos de Governo PSD/CDS foram "péssimos para Portugal" e
"a melhor inversão era irem-se embora".
"Acho que
foram dois anos péssimos para Portugal", começou por afirmar o antigo
chefe de Estado, em declarações à Lusa e à rádio Antena 1 na sua fundação, à
margem de uma sessão de apresentação do livro "Memória de Tortura e
Resistência", de Joaquim Monteiro Matias.
Para o fundador do
PS, o balanço destes dois anos de mandato é absolutamente negativo: "Todas
as coisas pioraram, indiscutivelmente, como todo o país sabe".
Questionado sobre
os elogios que teceu a Pedro Passos Coelho, no início do mandato, Mário Soares
disse ter-se enganado.
"Pois é, fiz
elogios pessoais, efetivamente, porque estava convencido de que ele era uma
outra pessoa que realmente não foi, eu conhecia-o desde jovem, julguei que era
outra pessoa. Enfim, enganei-me, como toda a gente se engana", disse.
Na opinião do
histórico socialista e também antigo primeiro-ministro, o desempenho do
executivo e de quem o lidera foi "uma desilusão absoluta".
"Eu não tive
muitas ilusões nunca, mas de qualquer maneira tive ilusões em relação ao
primeiro-ministro, Passos Coelho, e estava convencido de que ele era outra
pessoa", reforçou.
Interrogado sobre
se ainda pode haver uma inversão, Mário Soares ripostou que "a melhor
inversão" que o Governo pode dar era "ir-se embora": "É o
que eu tenho dito várias vezes".
Já sobre a ausência
do secretário-geral do PS, António José Seguro, do encontro das esquerdas na
Aula Magna, que Soares promoveu, o socialista desvalorizou.
"Eu já sabia
que ele não ia, a primeira pessoa a quem eu falei foi ao António José Seguro,
ele disse-me que não ia, que mandava uma pessoa e eu fiquei convencido, foi
aquela que lá viu", declarou.
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