sábado, 8 de junho de 2013

PORTUGAL. VITÓRIA (1-0) SOBRE RÚSSIA DEIXA MUNDIAL2014 EM ABERTO

 

Rui Pedro Silva – Jornal i
 
Ida ao Mundial continua em aberto após triunfo (1-0) em que selecção nacional fez pouco mais do que os serviços mínimos
 
"É um jogo em que temos a obrigação de jogar bem e de competir. Podemos chegar ao Brasil pelo playoff e essa é a mensagem que temos passado nesta altura aos jogadores." A lição de Paulo Bento está bem assimilada entre os jogadores e os primeiros minutos contra a Rússia demonstram uma equipa cheia de vontade em recuperar o espírito que tanto mostra em Junho, em anos de Mundiais e Europeus. Joga bem, joga rápido, desequilibra e procura o golo.
 
Nani não joga mas há Vieirinha. O extremo que anda pelo campeonato alemão já tinha dado boas indicações contra o Azerbaijão e voltou a mostrar a Paulo Bento que está preparado para agarrar um lugar. Fez a cabeça em água a Kombarov no lado direito mas foi no flanco contrário, o de Ronaldo, que nasceu o golo de Portugal. Miguel Veloso cumpriu o ritual antes de marcar um livre, partiu para a bola, cruzou ao segundo poste e viu Hélder Postiga desviar contra Kombarov. A bola embate no poste mas acaba no fundo da baliza.
 
Marcar aos nove minutos tinha tudo para ser um motivo de inspiração. A Rússia tremia e só tinha esboçado uma tentativa de remate pouco antes do golo, por intermédio de Fayzulin. De resto, o dono do encontro era mesmo Portugal. Neto brilhava na defesa, Miguel Veloso no meio-campo e Vieirinha nas alas. Esperava-se o segundo golo mas o melhor que a selecção nacional conseguiu construir acabou com um remate de Ronaldo por cima da barra (29').
 
Fabio Capello tinha tudo para resmungar, dizer que a estratégia tinha saído furada. Não só estava a perder como estava a ver a equipa a ficar arrasada por lesões: Fayzulin foi substituído aos 21', Anyukov dez minutos depois. De uma forma ou de outra, o líder do grupo de Portugal reagiu e começou a subir com mais perigo. Não havia remates na direcção da baliza, mas o frio siberiano parecia arrepiar, e de que maneira, a defesa portuguesa. Aos 36', a Luz quase gelou - Rui Patrício saiu mal a um cruzamento e deixou a bola à mercê do ataque russo. Felizmente para Portugal, o desvio de Glushakov após o cruzamento de Kombarov saiu ao lado do poste.
 
Três minutos depois, um momento polémico. Kerzhakov ganhou espaço na direita, cruzou atrasado e viu a bola embater no braço direito de Fábio Coentrão. O lateral estava dentro da área, a meio de um carrinho, mas é um tipo de lance que já deu motivo para marcar penáltis no campeonato nacional e nos estrangeiros. Desta vez, porém, o esloveno Damir Skomina deixou passar. A sorte parecia bafejar, mas Portugal tremia por todos os lados e até Neto, que tinha começado o jogo de forma exemplar, falhava um passe numa zona proibida. Valeu a dobra de Bruno Alves.
 
A história da segunda parte foi igual mas sem golo. Portugal entrou melhor, pareceu ter o jogo controlado mas com o passar dos minutos começou a recuar e deixou a Rússia acreditar. Mesmo sem mostrarem grande vontade, os russos foram aproveitando os espaços para crescer e espreitar o golo. O primeiro remate na direcção da baliza só chegou aos 60' (Kerzhakov para as mãos de Rui Patrício), mas o maior susto apareceu já perto do fim, aos 84'. Shirokov surgiu com espaço dentro da área mas o remate saiu fraco e à figura do guarda-redes português. O fado seria o habitual mas desta vez a vitória não fugiu.
 
Portugal não forçou mas somou os três pontos que eram obrigatórios antes do encontro. Apesar de estar em segundo no grupo, a Rússia tem menos dois jogos e continua com o caminho aberto para chegar ao Brasil-2014. Se continuar a jogar como ontem, a selecção de Paulo Bento até poderá lá chegar mas em classe económica e com uma escala algures na Europa. Por causa do playoff.
 

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