sábado, 8 de junho de 2013

NO LIMITE!

 


 
Para os portugueses (já para não falar dos gregos!), ouvir o FMI dizer que, em 2010, aquando do primeiro programa de ajustamento da Grécia, houve "falhanços notáveis" na atuação da Comissão Europeia para, em seguida, ver que a resposta desta acusa o FMI de "lavar as mãos e despejar a água suja" para cima dela adquire uma gravidade especial.
 
Por mais que haja certo recuo na sede em Washington, ao reconhecer que teria feito o mesmo que Bruxelas fez na altura, com a informação disponível , o relevante, para todos aqueles que nos países sob assistência financeira estão a sentir na pele os efeitos muito duros de políticas de ajustamento gizadas pela troika, é que há já apreciações contraditórias quanto ao caminho seguido na Europa, mal eclodiu a crise das dívidas soberanas na Zona Euro.
 
E isso é importante, quando, no caso de Portugal, estamos a meio de completar o 3.º ano consecutivo de recessão, com uma crise social brutal a alastrar imparavelmente pelo País, na onda de um desemprego como o País nunca viu anteriormente. Não é, assim, de estranhar que os dois oradores designados pelos partidos da maioria, Miguel Frasquilho (PSD) e João Almeida (CDS-PP), tenham centrado os ataques às posições intransigentes da troika, exigindo mais tempo e melhores condições para Portugal poder cumprir as obrigações quanto à dívida pública.
 
O que era, na boca destes mesmos deputados, anátema há um ano passa a ser o discurso alinhado com posições há muito defendidas por partidos da oposição (nomeadamente, pelo PS). O seus grupos parlamentares bateram muitas palmas aos oradores em nome da maioria, mas aprovaram disciplinadamente o OE Retificativo 2013.
 
No fundo, deixaram um recado ao Governo: levantem a voz com a troika em setembro/outubro, antes de nos darem a votar o OE 2014! "O esforço dos portugueses já foi ao limite!", disse João Almeida e faz todo o sentido.
 
Liberdade e segurança
 
A revelação pela imprensa de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos leva a cabo maciças escutas de telefonemas e vigia também os servidores da Internet traz de novo a debate a fronteira entre os direitos individuais, essenciais à liberdade que serve de base à democracia, e o interesse em garantir a segurança da sociedade.
 
É um debate que se tornou especialmente aceso depois dos atentados terroristas do 11 de Setembro, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa. E que está longe de resolvido porque passa por muito mais do que o descalçar os sapatos nos aeroportos ou o haver listas de passageiros de aviões previamente comunicadas entre países.
 
As opiniões extremam-se entre aqueles que acham que o Big Brother chegou e os que acham legítimo o Estado vigiar tudo e todos em nome da segurança coletiva. É claro que tem de haver um ponto de equilíbrio e que só uma democracia sã pode salvaguardar a liberdade dos seus cidadãos e garantir a segurança dos mesmos. E se pensarmos que foi a imprensa americana que revelou agora as ações da NSA, podemos confiar que os Estados Unidos saberão encontrar o justo meio. É o que se exige a Barack Obama, um Presidente que encarna o sonho americano.
 

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