APN – ARA - Lusa
Conacri, 16 jul
(Lusa) - Pelo menos 16 pessoas foram queimadas vivas ou assassinadas com
catanas e dezenas ficaram feridas ao cabo de dois dias de violência étnica na
Guiné-Conacri, afirmaram hoje as autoridades do país.
A violência foi
desencadeada na cidade de Koule, no sul do país, quando guardas de uma estação
de serviço da tribo Guerze espancaram até à morte um jovem da etnia Konianke
que acusaram de roubo.
Os confrontos
alastraram à capital provincial, N'Zerekore, situada 570 quilómetros a sudeste
de Conakry, e várias casas foram destruídas.
Um porta-voz
governamental, Albert Damatang Camara, afirmou que as forças de segurança foram
reforçadas e que a calma voltou às ruas, apesar de terem morrido 16 pessoas e
80 terem ficado feridas.
De acordo com
Francois Lamah, um médico local ouvido pela agência France Presse, o número de
mortos não foi ainda totalmente contabilizado, uma vez que muitos corpos
mutilados não chegaram a passar pelo hospital.
"Alguns foram
queimados vivos e outros mortos com catanas. Não conseguimos dar conta disto, a
situação ultrapassou-nos", referiu.
A violência tribal
é comum naquela região junto à fronteira com a Libéria, muitas vezes por
motivos religiosos.
Os Guerze são
maioritariamente cristãos ou animistas, enquanto os Konianke são muçulmanos,
associados à comunidade étnica Mandingo, da Libéria.
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