segunda-feira, 19 de agosto de 2013

CARÊNCIA ALIMENTAR SEVERA AUMENTA NA GUINÉ-BISSAU - FAO

 


A carência alimentar severa está a aumentar na Guiné-Bissau e já deve afeCtar pelo menos 260 mil pessoas, disse hoje fonte da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) à agência Lusa.
 
A situação afeta sobretudo a população rural e os números vão ser detalhados num inquérito que hoje começa a ser preparado para haver resultados em setembro, num país com cerca de 1,6 milhões de habitantes.
 
A má campanha de caju, principal receita das famílias rurais, e a crise causada pelo golpe de Estado de abril de 2012, são as principais razões para os guineenses, sobretudo das zonas rurais, não terem dinheiro para comprar comida e por isso reduzirem refeições e comerem apenas frutos silvestres.
 
De acordo com Rui Fonseca, encarregado da FAO em Bissau, um inquérito realizado em 2011 mostrava que "20 por cento da população rural estava num estado de insegurança alimentar severa", correspondendo "a cerca de 179 mil pessoas".
 
"Estamos a ter a ideia de que esta percentagem aumentou", devendo agora rondar um valor "de 30 a 35 por cento, não sendo exagerado dizer 40", estima Rui Fonseca, com base num inquérito rápido realizado pela organização em junho.
 
Partindo do valor de população rural afetada em 2011, as previsões atuais apontam para que pelo menos 260 mil pessoas estejam a passar por "carência alimentar severa" na Guiné-Bissau.
 
Na prática, isto quer dizer que "em várias famílias houve já diminuição de refeições, sobretudo entre adultos, e a qualidade também diminuiu bastante", com recurso sobretudo a frutos silvestres, sinal de que as famílias "estão numa situação extrema".
 
"Em junho ainda havia a alternativa das mangas, mas agora, com a intensidade das chuvas, a produção caiu", acrescentou Rui Fonseca.
 
Para atacar o problema, o Programa Alimentar Mundial (PAM), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a FAO já fizeram um pedido junto dos sistemas de apoio das Nações Unidas para que seja fornecida ajuda à Guiné-Bissau.
 
A resposta deve surgir até final do mês e esse auxílio poderá traduzir-se no envio de alimentos, sementes, material vegetal e pequenos equipamentos agrícolas para o país.
 
Entretanto, começa hoje a formação de pessoal que vai estar no terreno para a realização de um novo inquérito sobre segurança alimentar que vai aprofundar o trabalho feito em junho.
 
Desta feita, a consulta vai abranger todas as regiões, contactar mais população e será mais aprofundado, explicou Rui Fonseca.
 
Os resultados deverão ser conhecidos no mês de setembro.
 
Lusa
 

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