Hugo Godinho
Serpa, 15 set - O
secretário-geral do PCP reafirmou hoje a responsabilidade do PS na política
seguida pelo atual Governo PSD/CDS-PP, por ter assinado o acordo externo de
auxílio financeiro, e alertou para o aumento do desemprego
"Como entender
esta posição política do PS que tem lá a assinatura, em como está de acordo, e
depois vem para Serpa ou para outros lados dizer que esta política da 'troika',
do Governo, não serve. Retire a sua assinatura e então podemos conversar.
Enquanto não o fizer, responsabilizamos o PS por esta política que realiza
contra o nosso povo", desafiou Jerónimo de Sousa, num almoço com cerca de
800 apoiantes, em Serpa.
O líder comunista
sublinhou também que "o PCP tinha razão para não se mostrar animado"
com os alegados "sinais" económicos positivos anunciados pelo
executivo de Passos Coelho e Paulo Portas.
"Vão dois anos
e a verdade é que hoje, não resolvendo os problemas do défice e da dívida, o
país andou para trás dez anos no plano económico, com uma recessão a
prolongar-se", afirmou.
O também deputado
comunista classificou a situação do desemprego como estando em "níveis
impensáveis, só comparáveis com os últimos tempos do fascismo".
O número de
desempregados inscritos nos centros de emprego em agosto era de 695.065, o que
representa um aumento de 3,2 por cento face há um ano e de um por cento em
relação a julho deste ano, segundo o Instituto de Emprego e Formação
Profissional (IEFP).
Em Serpa, o
recandidato a presidente da Câmara Municipal local, Tomé Pires, substituiu em
2012 o anterior e histórico autarca João Rocha e vai tentar manter a maioria
absoluta no município, comunista desde sempre, pela Coligação Democrática
Unitária (CDU), que congrega ainda "Os Verdes" e a Intervenção
Democrática.
HPG // JLG - Noticias Ao
Minuto/Lusa
Jerónimo: "Mentira" da viragem durou "tanto como manteiga em nariz de
cão"
O secretário-geral
do PCP acusou este sábado o Governo de, em vésperas das autárquicas, “ensaiar
uma manobra” de que o país estava “num momento de viragem”, mas a “mentira durou
tanto com manteiga em nariz de cão”.
“Com a aproximação
das eleições autárquicas, começaram a ensaiar uma manobra que era, no fundo,
dizer que íamos entrar num momento de viragem, começaram a falar dos sinais
positivos que havia em relação ao emprego, ao Produto Interno Bruto (PIB)”,
lembrou Jerónimo de Sousa.
Segundo o líder do
PCP, bastaram “umas décimas de crescimento conjuntural desse PIB” ou que “o
desemprego deixasse de cair tanto como estava a cair” para dizerem “aí está a
viragem”.
“Esta mentira durou
tanto como manteiga em nariz de cão”, contrapôs, afirmando que a realidade é
“um despedimento massivo de professores, de pessoal docente e não docente, que
hoje se estão a dirigir aos centros de emprego”.
Jerónimo de Sousa,
que discursava em Évora, aludiu também ao número de desempregados inscritos nos
centros de emprego em agosto, que aumentou 3,2% face ao período homólogo do ano
passado e 1% em relação a Julho.
“O desemprego
continua a aumentar, tanto em relação ao período homólogo do ano passado, como
em relação ao mês de Julho”, disse o líder comunista, a propósito dos números
divulgados hoje pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Dados que, segundo
Jerónimo de Sousa, servem para verificar que, “afinal, essa viragem, esse sinal
animador, não passava de conversa fiada” por parte do Governo.
O secretário-geral
do PCP discursava num jantar de apoio à candidatura da CDU à câmara municipal
daquele concelho alentejano nas autárquicas do próximo dia 29, cuja lista é
liderada por Carlos Pinto de Sá.
A proposta de lei
do Governo para a convergência de pensões entre o sector público e o sector
privado, entregue na sexta-feira no Parlamento, “pela calada do fim-de-semana”,
voltou a merecer críticas de Jerónimo de Sousa, tal como hoje à tarde, em
Montemor-o-Novo.
O líder do PCP
lembrou a “fita de Paulo Portas”, quando este “dizia que era irrevogável a sua
saída do Governo”, precisamente porque “o corte nas reformas e pensões era a
linha vermelha que ele não podia passar”.
Ora, ironizou,
Paulo Portas “não só passou, como engoliu” esse limite, sendo agora
“responsável também por esta proposta de lei apresentada na Assembleia da
República”.
Os socialistas
também não escaparam às “baterias” do líder comunista, que defendeu que, “ao
contrário do PS”, que já disse que vai “votar contra e apresentar um
requerimento ao Tribunal Constitucional” relativamente ao diploma, o que há a
fazer é “não esperar pela decisão do TC”, mas sim “lutar agora contra essa
medida”.
Jerónimo de Sousa
realçou ainda a importância de combater a abstenção nestas eleições e defendeu
que o eleitorado deve “penalizar quem roubou as freguesias ao povo”, a
propósito da reorganização administrativa do território implementada pelo
Governo, mas da qual o PS “é cúmplice”.
Além de Carlos
Pinto de Sá pela CDU, os outros candidatos à Câmara de Évora nestas eleições
autárquicas são o presidente do município, Manuel Melgão (PS), Paulo Jaleco
(PSD/CDS-PP) e Maria Helena Figueiredo (BE).
Lusa
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