O número de
portugueses mortos na sexta-feira num acidente de avião das Linhas Aéreas de
Moçambique (LAM) aumentou para sete, já que dois tinham dupla nacionalidade,
afirmou hoje à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
"Temos cinco
cidadãos nacionais e dois com dupla nacionalidade até ao momento e, quanto às
diligências, neste momento está a ser feita a identificação dos corpos",
adiantou José Cesário, salientando que as famílias já foram contactadas.
José Cesário disse
também que as famílias "já têm quem as represente" no contacto com as
autoridades.
"Vamos
aguardar que os corpos sejam disponibilizados para poder ser feita a
trasladação para o local que as famílias escolherem", indicou ainda,
acrescentando que a secretaria de Estado está a acompanhar a situação e a dar
apoio às famílias.
O secretário de
Estado disse ainda ser impossível dizer quanto tempo vai demorar a
identificação de todos os corpos.
As Linhas Aéreas de
Moçambique (LAM) indicaram domingo em Maputo que ainda não foi definida a data
do início da entrega aos familiares dos corpos das 33 vítimas da queda de uma
aeronave da companhia no norte da Namíbia.
O Embraer 190, de
fabrico brasileiro, fazia a ligação Maputo-Luanda, quando se despenhou na
sexta-feira, numa floresta da zona fronteiriça entre a Namíbia e o Botsuana,
matando 33 pessoas.
O aparelho foi
encontrado no sábado, no Parque Nacional de Bwabwata.
Segundo as
autoridades namibianas, os corpos das 33 vítimas do desastre já foram transferidos
para a capital, Windoek, estando em curso o trabalho de identificação.
Em comunicado, a
LAM acrescenta que as suas equipas de assistência às famílias em Maputo e
Luanda continuam a fornecer toda a informação actualizada sobre o estado da
operação de recuperação.
Lusa
Namíbia acusa
Botsuana de atraso na identificação do local do despenhamento
As autoridades de
tráfego aéreo da Namíbia responsabilizam o Botsuana pela demora na localização
do local onde o avião das LAM se despenhou na sexta-feira, alegando que aquele
país não comunicou o desaparecimento da aeronave dos seus radares.
O controlador-chefe
de Tráfego Aéreo do Ministério de Obras e Direção da Aviação Civil da Namíbia,
Victor Likando, disse, no domingo, que o Botsuana nunca comunicou o
desaparecimento do voo TM-470 das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), entre
Maputo e Luanda, e que foram as autoridades da Namíbia que contactaram os
departamentos congéneres em Gaborone e em Luanda (respetivamente, capitais do
Botsuana e de Angola) para saber do avião.
"O Botsuana
nunca nos disse. Eles deviam-nos ter avisado, mas nunca o fizeram", disse
Likando, citado pelo diário The Namibian, que adianta que o responsável
acrescentou que, no momento do desaparecimento dos radares, a aeronave se
encontrava dentro do espaço aéreo do Botsuana.
Na sexta-feira, um
avião das LAM que fazia a ligação Maputo-Luanda despenhou-se no Parque Nacional
de Bwabwata (PNB), limitado a norte por Angola e a sul pelo Botsuana, tendo os
33 ocupantes do avião morrido.
Entre as vítimas,
há sete cidadãos de origem portuguesa, de acordo com o Governo português.
As equipas de
socorro chegaram ao local dos destroços 21 horas depois do acidente, que se
presume ter ocorrido por volta das 13:00 [11:00 de Lisboa].
Likando disse ainda
que a tripulação do avião não tinha necessidade de contactar as autoridades da
Namíbia, porque, naquele percurso, a aeronave demora cerca de três minutos a
atravessar o país [região onde o avião se despenhou].
Os aeroportos de
Katima Mulilo e Rundu nunca receberam alertas de emergência, sublinhou o
responsável, acrescentado que o avião voava à altitude de 36.000 pés (10.973
metros) antes de desaparecer dos radares e que demorou cerca de 12 minutos a
embater no solo.
Entretanto, um dos
responsáveis pela operação de socorro, Ben Shikongo, confirmou que, até ao
momento, as autoridades namibianas só localizaram 31 dos 33 corpos dos
ocupantes do voo.
"Só
descobrimos 31 corpos e não sabemos onde estão os outros [dois]. Pode ser que
tenham caído [numa outra zona] enquanto o avião estava a descer. Teremos uma
imagem clara com os testes de DNA", disse Shikongo.
A Namíbia vai
liderar a unidade de investigação do acidente com o voo TM-470 das LAM, que
terá ainda investigadores de Moçambique e Angola (respetivamente, países de
origem e destino do voo), do Brasil (país onde a aeronave Embraer 190 foi
produzida) e Estados Unidos da América (país onde foram fabricados os motores
da avião).
Lusa
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