A ligação
ferroviária entre o litoral de Angola e a fronteira com a Zâmbia ficou trinta
anos depois novamente completa, com a viagem experimental no último troço,
entre as cidades do Luena e Luau, destaca hoje o Jornal de Angola.
A distância de 334
quilómetros entre a capital provincial do Moxico e Luau, junto à fronteira com
a Zâmbia, levou um dia inteiro a ser vencida, "devido a algumas
contrariedades técnicas encontradas na via", destaca o diário angolano.
A viagem
experimental partiu do Luena na quinta-feira e chegou na sexta-feira à
fronteira e a primeira viagem comercial está prevista para a primeira quinzena
deste mês, assegurando a circulação de pessoas e bens entre o litoral de Angola
e a República da Zâmbia.
Nas 24 horas que
durou a viagem, que contou com a presença do ministro dos Transportes de
Angola, Augusto Tomás, e de autoridades provinciais do Moxico, Malanje e Lunda
Sul, foram inauguradas duas estações de terceira classe, seis apeadeiros e duas
pontes.
Em declarações à
imprensa, o ministro dos Transportes referiu que brevemente ficam concluídos os
programas para ligar Angola à República Democrática do Congo, à Zâmbia e à
Namíbia.
O governante
angolano disse que a próxima ação está virada para a ligação das três linhas
férreas de Angola, nomeadamente Benguela, Moçâmedes e Luanda.
Augusto Tomás
resumiu que neste processo de reabilitação e modernização do Caminho de Ferro
de Benguela foram reabilitados 1.344 quilómetros do troço ferroviário do Lobito
ao Luau, construídas 107 estações e 35 pontes, projeto orçado em 180 mil
milhões de kuanzas (1,3 mil milhões de euros).
No passado dia 17
de novembro, em declarações à Lusa, o presidente da Associação Industrial
Angola (AIA), José Severino, classificou a ligação de Benguela ao município
fronteiriço de Luau, como "um projeto de grande impacto, não só para a
economia de Angola, mas para as dos dois países fronteiriços [a RDC e a
Zâmbia]".
A ligação entre o
porto de Lobito e a cidade do Luau significa mais do que os quase 1.344
quilómetros de linha férrea, tendo uma importância estratégica do ponto de
vista político e económico: O restabelecimento do CFB até à fronteira vai
voltar a conferir ao Porto do Lobito o seu estatuto de porta de entrada e saída
de mercadorias e pessoas, não só do interior do país, mas também dos países
vizinhos sem acesso ao mar.
Lusa
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