O primeiro voo da
TAP entre Lisboa e Bissau, depois de a companhia suspender as ligações diretas
entre os dois países, chegou hoje à capital guineense às 04:20 com vários
passageiros queixosos, como relataram à agência Lusa.
Autoridades da
Guiné-Bissau forçaram a tripulação do voo de terça-feira a levar para Portugal
74 pessoas com passaportes falsos, o que provocou um incidente diplomático e a
suspensão da rota.
Como alternativa, a
TAP levou no sábado os passageiros até Dacar e fretou um avião à Air Senegal
para fazer o resto do percurso, cumprindo o circuito inverso para quem tiver
como destino Lisboa.
Ramon Sarró saiu do
aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, já passava das 05:00, com as malas ao
lado, mas sem a esposa: viajaram juntos de Lisboa até Dakar, mas depois, e ao
contrário do previsto, só um tinha lugar no avião da Air Senegal.
Lusa – foto André
Kosters
Polícia guineense
detém suspeito de recrutar 74 presumíveis sírios que viajaram até Lisboa
A Polícia
Judiciária da Guiné-Bissau deteve um homem de 51 anos suspeito de recrutar os
74 passageiros com passaportes falsos que viajaram na terça-feira num voo da
TAP até Lisboa, disse hoje fonte daquela polícia à agência Lusa.
O homem, residente
em Bissau e designado como um "empresário de comércio geral", foi
detido na última noite e é apontado como o responsável que acompanhou os
cidadãos estrangeiros, presumivelmente sírios, num voo de Marrocos até à
capital guineense, referiu a mesma fonte.
Terá sido este
suspeito a fazer todas as diligências no aeroporto para que o grupo entrasse na
Guiné-Bissau e terá sido também ele quem os acompanhou durante a passagem pelo
país, sublinhou.
O homem suspeito de
ter estado no recrutamento a partir do exterior já tem um histórico de viagens
até Marrocos, está agora detido nas instalações da PJ guineense e continuará a
ser interrogado na segunda-feira, acrescentou.
Segundo a mesma
fonte, a PJ está a tentar averiguar todos os detalhes, dado que "é natural
o envolvimento de várias personalidades" e de "autoridades" no
incidente com o voo da TAP de terça-feira, que levou à suspensão das ligações
entre Portugal e a Guiné-Bissau.
Catherine Ashton,
Alta Representante da União Europeia (UE), especificou na sexta-feira que foi
"um membro superior das autoridades de transição da Guiné-Bissau
acompanhado por militares" que obrigou a tripulação da TAP a transportar
os 74 presumíveis cidadãos sírios com passaportes falsos.
A edição de hoje
jornal "Público" refere que a ordem terá partido do ministro do
Interior do executivo de transição, António Suka N'Tchama.
Contactado pela
agência Lusa, o governante recusou-se a prestar declarações, tal como já havia
feito na sexta-feira.
Da mesma forma, nem
o primeiro-ministro, Rui de Barros, nem o porta-voz do governo de transição,
Fernando Vaz, comentaram os novos detalhes, remetendo para as conclusões da
comissão de inquérito ao caso - que devem ser apresentadas até quarta-feira, o
mais tardar.
O incidente levou o
ministro dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva, a apresentar o pedido de
demissão na sexta-feira, responsabilizando "gente ligada à imigração e
segurança" do Estado, que "tinham a obrigação de proteger o país e
não protegeram".
A carta de demissão
foi entregue ao presidente de transição, Serifo Nhamadjo, que ainda não se
pronunciou sobre o assunto - apesar de já se ter reunido com Delfim da Silva e
com Suka N'Tchama na manhã de quinta-feira.
LFO // PGF - Lusa
1 comentário:
ANTONIO SUKA N'TCHAM RUI DE BARROS FENANDO DISPARATE VAZ MANUEL SERIFO NHEMEDO NHAMADJO ESPERO QUE ESSES PAGARAO UM DIA DO SOFRIMENTO QUE ESTAO CAUSANDO AO POVO DA GUINE BISSAU.
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