Denise Fernandes -
Económico
O ex-chefe de
Estado critica a "incompetência" do ministro da Defesa e elogia o
secretário-geral da CGTP no processo dos estaleiros de Viana.
O ex-presidente da
República, Mário Soares, diz que o ministro da Defesa tratou os 600
trabalhadores dos estaleiros de Viana como "coisas". O histórico
socialista critica a "incompetência" do ministro da Defesa,
Aguiar-Branco "que só tem criado problemas e nada feito" e elogia o
secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, no processo dos estaleiros de Viana.
"Com o actual
Governo, todos os dias há novas políticas desastradas", escreve Mário
Soares no seu artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias.
"Desta vez a culpa voltou a ser do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que
só tem criado problemas e nada feito", acrescenta o ex-chefe de Estado.
"Agora
resolveu atacar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e pôr na rua, como se
fossem coisas, 600 trabalhadores. Fez isso de um jacto, depois de lhes ter
prometido salvar os estaleiros e garantir o maior número de postos de trabalho.
Mas, claro, não cumpriu", sublinha Mário Soares.
Por sua vez, o
ex-presidente da República elogia o líder da CGTP, Arménio Carlos que, como
refere, "com o seu dinamismo habitual, foi logo a Viana, para se informar
e valer aos trabalhadores". "Ouvi-o e gostei do que disse. Não se
pode, com tanta incompetência - e sem qualquer critério válido - tentar
destruir uma cidade capital", acrescenta Soares.
Mário Soares
escreve ainda sobre a actual situação de Espanha e Portugal, afirmando que tem "uma
grande vergonha" que os dois Estados ibéricos estejam "perto de
ditaduras". Segundo defende, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy,
ao contrário do Governo português, teve "a lucidez" de não deixar a
troika no seu país "mas adoptou também a famigerada austeridade, o que
veio a dar no mesmo".
Os dois Estados
ibéricos estão, na opinião de Soares, "próximos" da ditadura.
"Porque os Estados sociais estão a desaparecer e os sindicatos a não serem
ouvidos, como nas democracias é de regra", sustenta. "Uma desgraça
contra a qual é necessário lutar. Claro, pacificamente", conclui.
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