terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Portugal: "Aguiar-Branco tratou trabalhadores dos estaleiros como coisas" – Mário Soares

 

Denise Fernandes - Económico
 
O ex-chefe de Estado critica a "incompetência" do ministro da Defesa e elogia o secretário-geral da CGTP no processo dos estaleiros de Viana.
 
O ex-presidente da República, Mário Soares, diz que o ministro da Defesa tratou os 600 trabalhadores dos estaleiros de Viana como "coisas". O histórico socialista critica a "incompetência" do ministro da Defesa, Aguiar-Branco "que só tem criado problemas e nada feito" e elogia o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, no processo dos estaleiros de Viana.
 
"Com o actual Governo, todos os dias há novas políticas desastradas", escreve Mário Soares no seu artigo de opinião publicado hoje no Diário de Notícias. "Desta vez a culpa voltou a ser do ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que só tem criado problemas e nada feito", acrescenta o ex-chefe de Estado.
 
"Agora resolveu atacar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo e pôr na rua, como se fossem coisas, 600 trabalhadores. Fez isso de um jacto, depois de lhes ter prometido salvar os estaleiros e garantir o maior número de postos de trabalho. Mas, claro, não cumpriu", sublinha Mário Soares.
 
Por sua vez, o ex-presidente da República elogia o líder da CGTP, Arménio Carlos que, como refere, "com o seu dinamismo habitual, foi logo a Viana, para se informar e valer aos trabalhadores". "Ouvi-o e gostei do que disse. Não se pode, com tanta incompetência - e sem qualquer critério válido - tentar destruir uma cidade capital", acrescenta Soares.
 
Mário Soares escreve ainda sobre a actual situação de Espanha e Portugal, afirmando que tem "uma grande vergonha" que os dois Estados ibéricos estejam "perto de ditaduras". Segundo defende, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, ao contrário do Governo português, teve "a lucidez" de não deixar a troika no seu país "mas adoptou também a famigerada austeridade, o que veio a dar no mesmo".
 
Os dois Estados ibéricos estão, na opinião de Soares, "próximos" da ditadura. "Porque os Estados sociais estão a desaparecer e os sindicatos a não serem ouvidos, como nas democracias é de regra", sustenta. "Uma desgraça contra a qual é necessário lutar. Claro, pacificamente", conclui.
 

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