terça-feira, 8 de outubro de 2013

Portugal: PONTE, FANTASMA DE CAVACO E DO PSD

 

Balneário Público
 
Em destaque no jornal i está Luis Amado com a sapiência declarada de que “Temos no Parlamento forças revolucionárias de esquerda” . Ai sim, senhor ex- ministro dos Negócios Estrangeiros (do PS)? Quem diria. Mas olhe que não damos por nada. Não acontecerá que é você que está tão à direita para sentir desse modo? Pois é. É que o Salazar também diria isso se acaso tivesse sobrevivido ao 25 de abril de 1974 e no presente fizesse parte dos reciclados em que você está incluido. Nos tempos que correm já nada nos deve espantar. Portugal até tem um presidente da República que colaborou com a PIDE. Reciclado, agora, como convém. E democrata, segundo a vossa visão de democracia. Mas olhe que não, olhe que não é democracia nenhuma. Também no i online é manchete o medo da Ponte 25 de Abril. Compreende-se. Têm medo que se atravesse a ponte em manifestação. Pudera. É que em 1994 a “revolta da ponte” ajudou bastante a que o governo de Cavaco caísse. Eis o referido título: CGTP assegura que manifestação na ponte não pôe em causa a segurança. Arménio Carlos, da CGTP, que organiza a manifestação, explica: “Temos fotografias de corridas na ponte enquanto o comboio passava, sem problemas, e quanto à segurança das pessoas, salientamos que o tabuleiro tem várias faixas de rodagem e que todo o controlo de acesso é feito na zona das portagens”. Sendo assim qual é o problema de segurança que evocam os liberais-fascistas para ditar que não se pode atravessar a ponte? É evidente que o fantasma ponte perdura na mente de Cavaco, dos cavaquistas, dos liberais-fascistas que ocupam Portugal e o mantêm refém. E agora mudemos para Cavaco, também em título do i: “PR. É urgente conciliar austeridade com crescimento e emprego”. Grande novidade que ele nos traz. O medíocre (para classificar com boa vontade) cada vez que abre a boca entra mosca ou saem vulgaridades. A competência de que tanto se arrogava não existe. Prevalece e sobressai a vulgaridade, quando não é superada pela imbecilidade. Como pode um país suportar por tanto tempo um PR assim? Como pôde um povo eleitor votar num colaborador da PIDE e entregar o ouro ao bandido? Foi na canção do bandido, já se viu. E agora? Agora o melhor é corrigir o que fez de errado ao ser enganado. Vamos à ponte, pois então. O medo dos liberais-fascistas também alimenta a nossa força. Mas sobretudo a força do povo provém da razão. E eles sabem isso muito bem. Por isso temem-nos. Por isso não esquecem o seu fantasma da ponte. Revolta da ponte que em 1994 deu ao palmarés de Cavaco Silva o único PM eleito que permitiu que a polícia disparasse sobre manifestantes. O resultado foi uma bala “perdida”: “Luís Miguel, o jovem baleado no “buzinão” da Ponte 25 de Abril, a 25 de Junho de 1994 – que ficou paraplégico. Cavaco impune e polícia impune. Mas o palmarés de Cavaco existe na pior das memórias. Neste caso como noutros. E depois votaram nele? Esqueceram-se? Deixaram-se enganar pelo liberal-fascismo? Pelo visto e sofrido, sim. Vamos à ponte. Ponte 25 de Abril, o fantasma de Cavaco, do PSD, de toda a direita reunida no liberalismo-fascista.
 
Otávio Arneiro
 
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Corrupção em Angola é “preocupante” mas problema vive-se em todo o mundo – PGR

 


A corrupção em Angola é "preocupante", mas o problema vive-se em todo o mundo, afirmou hoje, na Cidade da Praia, o Procurador-Geral da República (PGR) angolano, que responsabilizou os países colonialistas por tais práticas em África.
 
João Maria de Sousa, que falava à agência Lusa e RTP África à margem da 8.ª Conferência da Associação dos Procuradores de África (APA), que começou hoje na capital de Cabo Verde e se prolonga até quinta-feira, salientou que Angola criou uma comissão para elaborar um estudo sobre formas de combater a corrupção.
 
"Com certeza (que é preocupante), não só em Angola. Mesmo naqueles países que apregoam contra outros, esquecem-se que, internamente, também têm esse problema, que é universal", referiu o magistrado angolano.
 
"Todos os países deverão unir-se para dar um combate cerrado a essas práticas, porque nenhum país conseguirá combater sozinho a criminalidade organizada, até porque, se tivermos a atenção devida, determinadas práticas que se tornaram habituais nos nossos países vieram, de algum modo, dos países desenvolvidos", acrescentou.
 
Defendendo que em Angola, Cabo Verde e Moçambique, "como também noutros países africanos", o desenvolvimento "tarda a chegar", João Maria de Sousa referiu que a corrupção "não nasceu dos nativos".
 
"A corrupção não nasceu dos nativos, porque tínhamos uma forma primitiva de fazer comércio, de fazer trocas, que não permitia sequer a corrupção. A corrupção vem de fora, e agora vamos ter de encontrar forma de a combater e combater com aqueles que melhor conhecem o fenómeno", sustentou.
 
O PGR angolano destacou que Angola já assinou a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e que, recentemente, através de um despacho presidencial, foi criada uma comissão para elaborar estudos com vista à sua aplicação no país, não obstante existirem leis internas que determinam as formas de combate à corrupção e à lavagem de capitais.
 
"Temos cumprido com muitas cartas rogatórias, nomeadamente vindas de Portugal, e não só. Recebemos cartas rogatórias em matéria penal de muitos países e cumprimos e temos já instaurado em Angola alguns processos a respeito dessa matéria", acrescentou.
 
Sobre o papel de Angola na Associação de Procuradores de África, onde ocupa uma das cinco vice-presidências, João Maria de Sousa sublinhou que tem tentado trazer mais países africanos para a APA, bem como alargar a ação da organização, até agora "muito centrada na África Austral", a outras regiões do continente.
 
"Temos de ser persistentes para que África possa estar unida" no combate à criminalidade transnacional e internacional", concluiu João Maria de Sousa, aludindo ao tema da conferência da APA.
 
JSD // MLL - Lusa
 

Tem havido de Portugal “algumas situações incaracterísticas” em relação a Angola – PGR

 


O Procurador-Geral da República (PGR) angolano afirmou hoje que, na área da Justiça, tem havido "algumas situações incaracterísticas" da parte de Portugal em relação a Angola, destacando a de violação do segredo de Justiça.
 
Em declarações à agência Lusa e à RTP África na Cidade da Praia, onde participa desde hoje nos trabalhos da 8.ª Conferência da Associação dos Procuradores de África (APA), João Maria de Sousa sugeriu ao Ministério Público português que "tome as devidas cautelas" para evitar novas violações em processos que estão em segredo de justiça.
 
"Pensamos que os problemas de Portugal são de Portugal, pelo acho que não devo colocar a foice em seara alheia. Mas não há dúvidas que, relativamente a Angola, tem havido situações que nós achamos incaracterísticas", referiu o PGR angolano.
 
"Em qualquer sistema judiciário, no caso (de Portugal), não se compreende como informações que estão relacionados com processos em segredo de justiça aparecem nos jornais e os jornalistas até dizem claramente que tiveram informações do Ministério Público", acrescentou.
 
Lusa
 

Angola: À SUA FRENTE A UNITA SÓ TEM PASSADO

 


PROCESSOS DISCIPLINARES KWACHAS COMPROMETEM A SUA IMAGEM
 
Orlando Castro – Folha 8 – 05 outubro 2013
 
A UNITA de Isaías Sa­makuva re­vela, desta vez de forma explícita, que prefere auto­-destruir-se pelos elogios dos que estão sempre de acordo, renegando todos aqueles que a querem salvar pela crítica. O caso Mfuca Muzemba é a mais inequívoca prova de quem tem imensos telhados de vidro mas que, numa ten­tativa autocrática, ou mesmo ditatorial, atira toneladas de pedras aos telhados dos ou­tros.
 
Assimilando e praticando muitos dos maus princípios que tanto critica no regime, a UNITA é cada vez mais um partido unanimista, que idola­tra o chefe e em que os seus militantes e simpatizantes começam a saber que os bons são os que estão sempre de acordo com o chefe. O direito à diferença, ao contraditório, foi banido e já nem os resquí­cios dos ideais do Muangai sobrevivem.
 
A UNITA ou, melhor, a sua cúpula resolveu vir para a praça pública, ao que parece sedente de protagonismo me­diático, dizer de sua justiça so­bre a suspensão do deputado e Secretário-Geral da JURA por 24 meses.
 
Através do chamado Conse­lho de Jurisdição, órgão que, embora sendo parte de um partido deveria ser apenas e só jurídico, apresentou o que supostamente eram provas de corrupção. O articulado da acusação indicia ter sido elaborado para legitimar o prévio veredicto quando, se­gundo as mais elementares regras de Direito, a sentença é a última peça processual e não, como parece ser o caso, a primeira.
 
Aliás, se a UNITA pretende que Angola seja um Estado de Direito não pode, na sua vida interna, utilizar regras que ultrajam o que diz pre­tender para o país. Não são aceitáveis as metodologias de quem para atingir um de­terminado fim utiliza todos os meios, sejam legais ou não. Corromper, por exemplo, um funcionário de um ban­co para arranjar eventuais provas de corrupção de um cliente não é digno, para além de ser crime, de nenhuma or­ganização séria que, aliás, diz pretender ser governo.
 
E se, de uma forma geral, se critica com veemência o MPLA/Governo por praticar uma filosofia de considerar todos os opositores culpa­dos até prova em contrário, o que se poderá esperar do segundo maior partido que, teoricamente, assume ser um alternativa e que, como se constata, actua da mesma forma, usa a mesma metodo­logia e exige dos outros o que não pratica?
 
Fazendo lembrar tempos, verdadeiros ou não, em que as labaredas queimavam os corpos para libertar e puri­ficar os espíritos, a UNITA consegue, através do Con­selho Nacional de Jurisdição, acender mais um rastilho da sua própria implosão quando, numa afirmação antológica e que certamente ficará para o anedotário da sua tragicomé­dia, diz que “a sanção aplicada a Mfuca Muzemba, foi no es­pírito de fraternidade, por um lado e, por outro lado, para re­forçar a unidade e a disciplina do partido e salvaguardar a pureza da UNITA“.
 
E como um tiro no pé nunca vem só, a própria JURA assu­me as dores do líder do parti­do para – reproduzindo mais um caso de canina fidelidade ao chefe – exigir a cabeça de Mfuca Muzemba. Esta posi­ção da JURA, apenas entendí­vel à luz de velhos fantasmas apocalípticos, mostra que afi­nal à sua frente a UNITA só tem passado.
 
Mas, de facto, não deixa de ser engraçado ver como a UNITA caminha a passados largos para a fogueira da ex­tinção. Caminha o Galo Ne­gro mas não, é claro, os seus principais dirigentes. Esses trocaram a mandioca pela la­gosta e estão a dar-se muito bem. Tão bem que se esque­cem que, por incapacidade dos seus mais altos dirigentes, assinou há muito a sua pró­pria certidão de óbito.
 
Fugindo à regra autocrática de Isaías Samakuva, Mfuca Muzemba até mostrou uma rara capacidade de liderança quando, acossado por todos os lados, se remeteu ao silên­cio na esperança, obviamente vã, de que o bom senso da UNITA não tivesse também ele desertado.
 
Ledo engano. Estava encon­trado o bode expiatório e, por isso, Samakuva quis mostrar que é forte. Não reparou, con­tudo, que todos viram que ele é especialmente forte com os fracos.
 
E foi assim que, no dia 18 de Setembro, um jurista da UNI­TA resolveu disparar todo o arsenal bélico existente contra Mfuca Muzemba. Pro­vavelmente muitos desses valentes artilheiros de hoje querem, como alguns outros generais do passado, mudar de barricada e começar a dis­parar contra os seus próprios “soldados”.
 
Mas, como tudo, Samakuva mostra ser mesmo fraco, muito fraco, com os fortes. Daí nunca se atrever a ad­moestar alguns altos quadros do partido que, esses sim, a troco de dólares, cargos e tachos não se inibiram de achincalhar quer a UNITA quer o seu presidente funda­dor, Jonas Savimbi.
 
Se calhar, Mfuca Muzemba cometeu o erro de ser hones­to num mundo, o da política, em que esse é o pior defeito. Tivesse ele desbaratado di­nheiro à tripa forra, gerido o património da UNITA, não prestado contas e lambido as botas cardadas dos “ge­nerais” políticos e estaria, certamente, na santa paz da Samakuva.
 
Poderá a UNITA provar que Mfuca Muzemba delapidou as finanças e o património do partido? Não, não pode. E como não pode, isso é uma prova do crime de ser hones­to.
 
O que esconde a UNITA quando, cometendo um crime, viola os direitos de qualquer cidadão, como do próprio Banco BIC, divulga o extracto da conta de Mfuca Muzemba? É que o visado assume, sem rodeios, que na sua conta pessoal, tem “de forma lícita, fruto de activi­dade comercial cadastrada e reconhecida, cerca de USD 400.000,00 e não milhões” como, aliás, fizeram questão de atirar para a ribalta da di­famação alguns membros do Conselho de Jurisdição.
 
“A minha filiação na organi­zação de que sou membro e dirigente, não pressupôs compromissos prévios sobre o dever e obrigação de decla­rar os meus rendimentos, que estariam alvo de espionagem de órgãos suspeitos. Enquan­to membro da Comissão Política e do Comité Perma­nente da UNITA, não tenho que “chafurdar” as fontes de rendimento dos senhores Dr. Gabriel Samy (presidente do Conselho de Jurisdição), do Senhor Liberty Chiaka, De­putado Raul Danda, do Dr. Manuvakola, do Dr. Claúdio Silva ou do Dr. Constantino Zeferino, entre outros”, escla­rece Mfuca Muzemba num, reconheça-se, acto de cora­gem de cujas consequências poderá ser vítima… mortal.
 
Mfuca Muzemba explica, com sobriedade, que “estes meus manos, são cidadãos livres e por essa razão têm a faculdade de ter, nas suas contas bancárias as somas em dinheiro que conseguirem de forma honesta, sem violação da lei e não podem ser calu­niados por mera presunção”.
 
Como bem pergunta Mfu­ca Muzemba, quais foram as provas que o Conselho Jurisdicional da UNITA con­seguiu dos movimentos havi­dos na sua conta, domiciliada no Banco BIC, em USD à data de 1 de Outubro/2012 a 21 de Fevereiro de 2013 ser resulta­do da corrupção e de alicia­mento político do regime de Eduardo dos Santos, entre­gues por Bento Kangamba?
 
Nenhumas.
 
Mas se as tem deve, como mandam as tais regras de um Estado de Direito, desde logo porque a questão ultrapassa a esfera partidária, apresenta­-las às autoridades policiais e judiciais, à Procuradoria-Ge­ral da República. Refiram-se elas à entrega de dinheiro por Bento Kangamba, aos carros luxuosos adquiridos graças à corrupção, à alegada venda de vistos aos estrangeiros etc. etc.
 
Se o não fizer estará, mais uma vez, a dar razão aos que entendem que o fim da UNITA apenas depende da vontade dos que lhe deram lagosta…
 

O PODER DE ISABEL NA NOVA ZON OPTIMUS

 

Folha 8 – 05 outubro 2013
 
Isabel dos Santos marcou presença na assembleia geral de accionistas da Zon Optimus que elegeu Miguel Almeida para presidente executivo (CEO), mas isto não seria notícia por si só se não correspondesse, também, a uma afirmação de poder e de influência de uma accionista ‘especial’, que, até agora, tem sido uma espécie de ‘silent partner’ nas empresas portuguesas onde decidiu investir, e já não são poucas.
 
António Costa
 
A fusão da Zon com a Optimus estava pro­metida há anos, mas só foi pos­sível quando Isabel dos Santos se tornou a princi­pal accionista da empresa de cabo e quando o seu braço direito para os negó­cios em Portugal - Mário Silva - assumiu a condução deste processo. Daí até ao dia “D”, foi um passo, len­to para os intervenientes, rápido para quem, de fora, antecipava esta operação há tanto tempo.
 
Os primeiros resultados do processo de fusão entre a Zon e a empresa móvel do grupo Sonae deixavam transparecer, à vista desar­mada, que seriam o grupo de Paulo Azevedo a man­dar. Até pela nomeação para presidente executivo de Miguel Almeida, até agora presidente da Opti­mus. Quem assim pensa­va, terá ficado esclarecido sobre o que pensa Isabel dos Santos.
 
A empresária angolana apareceu, também, para mostrar que este é, mes­mo, um investimento dife­rente em relação a outros, como o BPI ou a Galp. Aqui, na Zon Optimus, não vai abdicar do poder de in­fluência e até de decisão, desde logo porque tam­bém integra o conselho de administração da empresa. O poder vai ser partilhado com a Sonae, num proces­so de aprendizagem que vai custar aos dois lados, e cujo sucesso dependerá, e muito, do próprio Miguel Almeida.
 
A Zon Optimus passa a ser de facto um concorrente de peso da PT, mas, tem, graças a Isabel dos Santos, uma oportunidade que a empresa liderada pela du­pla Henrique Granadeiro/ Zeinal Bava ainda não tem resolvida, que é a interna­cionalização em África e até em outros mercados.
 
Se o sector das telecomu­nicações está a ‘mexer’ no mundo , veja-se a opera­ção Verizon/Vodafone no valor de 130 mil milhões de dólares, não está menos activo em Portugal. A nova vida da Zon Optimus é, tal­vez, o ‘estímulo’ que falta aos accionistas da PT e da Oi para se entenderem de uma vez por todas.
 
A empresa portuguesa e a brasileira estão condena­das a fundirem-se ou a se­pararem-se de vez, e quan­to mais tempo demorarem a decidir, pior. Até porque não é sustentável por mui­to mais tempo manter Zei­nal Bava como CEO da Oi e presidente da PT Portu­gal, a empresa operacional da PT, enquanto Henrique Granadeiro faz o papel de CEO da holding da PT.
 

Guiné-Bissau: XANANA GUSMÃO INAUGURA “AVENIDA DE TIMOR-LESTE” EM BISSAU

 


Último dia da visita de três dias
 
Bissau Digital
 
Bissau - No último dia da visita de três dias à Guiné-Bissau, esta terça-feira, 8 de Outubro, o Primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, inaugurou o troço que liga o ex-QG ao Bairro de Antula, em Bissau, denominado «Avenida de Timor-Leste».
 
Durante o acto, Xanana Gusmão garantiu ao Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Artur Sanha, que o seu pedido de geminação entre Bissau e Díli vai ser levado em conta, tendo afirmado que a cidade timorense está interessada em estabelecer uma relação de cooperação com outras cidades.

O Chefe do Governo de Timor-Leste terminou o seu discurso com a promessa de inaugurar uma rua no seu país com o nome «Avenida da Guiné-Bissau».
 
(c) PNN Portuguese News Network
 
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BISSAU A FERRO E FOGO INSURGE-SE CONTRA RAPTOS E INFANTICÍDIOS

 

Nigerianos sob fogo

- O director adjunto da PJ, Faustiniano dos Reis, falou à Rádio Pindjiguiti e disse que até este momento não houve nenhuma denúncia. Adiantou que a directoria da PJ foi alvo de apedrejamento por pessoas alegando que estavam detidos cidadãos estrangeiros e ele veio negar.

- Não está detido nenhum cidadão suspeito desta prática na PJ.

- Fecharam a estrada na 'mãe de água', que está cheio de forças da ECOMIB.

-A Policia continua a dispersar a população com gás lacrimogênio.

- Houve disparos de tiros ao ar pela guarda nacional para dispersar a população que estava a reagir contra o raptor que parece ser da nacionalidade nigeriana.

- No Bairro de Cuntum Madina, Zona sete, a população travou há bocado o rapto de outra criança.

- Foi encontrada esta manhã, em Empantcha, uma criança morta, sem órgãos.

- Ontem, por volta das 19h, houve tentativa de rapto de uma criança na zona de Missira e a população agrediu essa pessoa, desconhecendo-se o seu estado de saúde. AAS
 
ÚLTIMA HORA: Foi encontrada uma criança numa das valas em Cuntum Madina. Está morta e sem orgãos. AAS

- Fecharam a feira de bandim e só carros de forças ordem pública, UN, Ecomib e militares é que circulam na zona.

- Jornalista Nicásio Pereira da rádio pindjiguiti está a falar agora e diz que OS POLICIAS ENTRARAM agora NA 2ª ESQUADRA PARA IREM buscar MAIS armas.

- A população reagiu contra uma pessoa que tentou raptar uma criança e fugiu para embaixada da Nigéria.

- Policia prendeu-o e levou para a judiciaria, mas cidadãos nigerianos foram a PJ tentar soltá-lo - e assim a população reagiu contra.

- Embaixador Nigeriano fugiu com os funcionários e não se sabe onde estão.

- Na zona de Antula foram descobertas agora mesmo 4 crianças mortas, sem órgãos.
 
ÚLTIMA HORA: Cidadãos guineenses perseguiam um cidadão nigeriano, suspeito do rapto de crianças. Ele fugiu e refugiou-se na embaixada da Nigéria. Os tiros foram disparados por agentes da Polícia Judiciária. AAS
 
ÚLTIMA HORA: Há tiroteio junto da embaixada da Nigéria, na zona do Bandim, em Bissau. A polícia do Corpo de Intervenção está por todo o lado. AAS
 
António Aly Silva
 
 

Embaixada da Nigéria em Bissau atacada por multidão que perseguia alegado raptor

 


A Embaixada da Nigéria em Bissau foi atacada hoje de manhã por uma multidão que perseguia um alegado raptor de crianças que se terá dirigido para aquelas instalações, explicou à agência Lusa fonte policial.
 
A embaixada está localizada junto ao mercado do Bandim, numa das zonas centrais da capital guineense, que permanece encerrada à circulação por elementos armados de diversas forças de segurança.
 
Aqueles agentes foram chamados quando foi dada ordem de evacuação da embaixada e, de acordo com os relatos ouvidos pela Lusa, dispersaram a multidão com recurso a tiros para o ar e gás lacrimogéneo.
 
Depois, montaram um perímetro de segurança que mantém vedada aquela zona.
 
Entretanto, o comissário-geral da Polícia de Ordem Pública da Guiné-Bissau, general Armando Nhaga, já anunciou que o homem que estava a ser perseguido é um cidadão guineense e está sob custódia daquela força de segurança.
 
Aquela que é sempre a rua mais movimentada de todo o país, com filas de trânsito e todo o tipo de vendedores de rua, está deserta desde a chegada a meio da manhã das forças armadas, Guarda Nacional e ECOMIB - força multinacional da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
 
"Ouvimos tiros e foi lançado gás para as pessoas dispersarem", contou à agência Lusa Satu Mané, uma das comerciantes de rua do Bandim, apanhadas no meio da confusão.
 
"Ficámos assustadas. Pegámos nas nossas cargas e corremos", deixando cair mercadorias e dinheiro pelo caminho, queixa-se a vendedora.
 
Em frente à embaixada, a multidão gritava palavras de ordem "contra os raptos de crianças", enquanto atirava pedras e garrafas contra o edifício da embaixada, conta Mamadu Djau, outro comerciante que estava em frente ao local dos distúrbios.
 
O edifício da representação diplomática tem vidros partidos, assim como as viaturas que estão estacionadas em frente.
 
As denúncias de raptos de menores na Guiné-Bissau cresceram nas últimas semanas, estão a motivar alarme social e está marcada para hoje uma reunião de emergência de organizações defensoras de menores com as forças de segurança.
 
Uma outra tentativa de rapto aconteceu na segunda-feira à noite também em Bissau, quando um homem tentou levar consigo uma menina de três anos, que estava com a mãe numa festa popular no Bairro de Missira.
 
Dois moradores do bairro reconheceram a menina, interpelaram o homem e este ameaçou-os com uma arma branca antes de se barricar numa casa, logo cercada e apedrejada por populares.
 
A polícia foi chamada ao local e prendeu o suspeito.
 
LFO // VM - Lusa
 
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EUA, ESTADO POLICIAL

 


- Apesar de intimidada pelo governo americano, a Lavabit – o serviço de email de Snowden – negou-lhe com firmeza o acesso aos seus dados codificados
 
O Federal Bureau of Investigation obteve secretamente uma ordem judicial obrigando a Lavabit , o serviço de email utilizado por Edward Snowden, o denunciante da National Security Agency, a entregar sua chave privada SSL, de modo a permitir que o FBI monitorasse os utilizadores da Lavabit.

A ordem do FBI foi apresentada em 16 de Julho, segundo a revista Wired, pouco depois de a Lavabit, provedora de email, ter recusado o pedido do governo para transferir os sistemas de segurança interna da companhia a fim de poder rastrear o endereço IP de Internet de cada um dos seus utilizadores individuais.

Documentos do governo indicam que em 28 de Junho o FBI enviou à Lavabit uma chamada ordem "pen register", obrigando aquela companhia com sede no Texas a registar a informação de conexão pertencente a um utilizador particular cada vez que este fizesse log-in para verificar o seu email. Era então exigido à Lavabit que transferisse aquele dado ao governo.

O "pen register" verificou-se poucas semanas depois de as primeiras denúncias de Snowden terem sido publicadas no Guardian e no Washington Post. Dentre os programas [de espionagem] revelados estava o PRISM – de garimpagem de dados empregue para colectar e armazenar dados de comunicações extraídos de companhias da Internet, incluindo a Google, Facebook, Microsoft e outras.

Se bem que a identidade do alvo do FBI na Lavabit não fosse revelada, o suspeito é descrito como tendo cometido violações sob a Lei de espionagem (Espionage Act), o que indica quase com certeza que Snowden foi o factor que motivou a ordem do "pen register".

A ordem de 28 de Junho, segundo a Wired, exigia à Lavabit que prestasse toda a "assistência técnicas necessária para consumar a instalação e utilização do dispositivo pen/trap".

Quando a companhia – que está agora enredada numa batalha judicial com o governo – se recusou a cumpri-la, as autoridades procuraram um meio de obrigá-la, dizendo que aquele utilizador único "possibilitava os serviços de codificação da Lavabit e que esta companhia não forneceria a informação exigida".

Como "o representante da Lavabit informou que a empresa tinha a capacidade técnica para descriptar a informação, mas que não queria 'derrotar o seu próprio sistema' ", a ordem [judicial] avançou.

Acusadores públicos requereram que a Lavabit e o seu fundador, Ladar Levinson, fosse acusado de desprezo [pelo tribunal] "por sua desobediência e resistência a estas ordens legais". Foi emitido um mandato de busca exigindo "toda informação necessária para descodificar comunicações enviadas para ou da conta de email de [palavras apagadas] na Lavabit incluindo chaves de codificação e chaves SSL".

Um mandato de busca e uma chave SSL permitiriam ao governo o acesso sem obstrução aos servidores da Lavabit e um tribunal informou Levinson de que seria multado em US$5.000 por cada dia de recusa à entrega da informação necessária.

"Fui forçado a tomar uma decisão difícil: tornar-me cúmplice em crimes contra o povo americano ou abandonar cerca de 10 ano de trabalho árduo com o encerramento da Lavabit", escreveu Levinson em 8 de Agosto. "Depois de importante exame de consciência, decidi suspender operações".

Agora enredado numa custosa batalha legal, Levinson já levantou mais de US$20 mil para pagar os necessários encargos legais. Isso constitui metade do objectivo de Levinson, afirmou, porque infelizmente "defender a Constituição é caro".

ACTUALIZAÇÃO: A Lavabit emitiu uma declaração em resposta às revelações acima mencionadas.

"A vasta maioria dos registos judiciais no combate da Lavabit LLC pela privacidade e segurança da Internet agora são públicos. Embora a maior parte dos documentos tenha sido apagada (redacted), 23 ordens judiciais, petições e outros documentos estão agora disponíveis para o público enquanto o caso está em recurso no Quarto Circuito.

A Lavabit foi criada de modo a que todo cidadão cumpridor da lei tivesse acesso a um serviço de email privado e seguro. Durante uma investigação a várias contas de utilizadores da Lavabit, o governo federal pediu tanto o acesso irrestrito a todas as comunicações dos utilizadores como uma cópia das chaves de codificação da Lavabit utilizadas para garantir a web, as mensagens instantâneas e o tráfego de email. Depois disso um pedido de revogação do mandato de busca foi recusado pelo Juiz Claude Hilton do Tribunal Distrital do Distrito Oriental de Virginia. De modo notável o Juiz Hilton trabalhou no Tribunal
FISA de 2000 até 2007. O Juiz Hilton a seguir emitiu uma intimação de US$5000 por dia por desacato à autoridade do tribunal (contempt of court) obrigando assim a Lavabit a entregar suas chaves de codificação. Ladar Levison, o proprietário e operador da Lavabit, tomou então a difícil decisão de suspender operações e "limitar para o utilizador o dano ao direito à privacidade [estabelecido] pela 4ª emenda [da Constituição].

A declaração prossegue recordando aos utilizadores e advogados da privacidade que, ao suspender operações, Levinson passava a confiar em doações de fundos para a batalha legal em curso. Ele também descreve como a nova informação acerca da NSA resultou num aumento maciço de assinantes.

Se bem que tivesse apenas um nicho de mercado durante a maior parte da sua história, as recentes revelações acerca dos esforços de vigilância americanos provocaram o que o sr. Levison descreve como um "aumento maciço de registos de utilizadores, da sua utilização e de receitas no nosso mês final de operações". Quando o serviço foi suspenso em 8 de Agosto, ele orgulhava-se de ter mais de 410 mil utilizadores registados, dos quais aproximadamente 10 mil estavam a pagar US$8 a US$16 por ano por características extras como armazenagem codificada".
 
Ver também:

Esta notícia encontra-se em
http://resistir.info/

Criminalização do imigrante produziu tragédia em Lampedusa, diz sacerdote italiano

 


Giorgio Trucchi, Manágua – Opera Mundi
 
Don Virginio Colmegna, da fundação italiana Casa della Carità, também condenou desinteresse dos países europeus não diretamente afetados pelo problema
 
O drama vivido na pequena ilha de Lampedusa, em território italiano, a 205 quilômetros da ilha da Sicília e a 113 da costa da Tunísia, é algo que beira o inimaginável. Segundo números das forças de resgate italianas, o naufrágio nesta quinta-feira (03/10) de um barco que transportava 500 imigrantes deixou até o momento 111 mortos – a grande maioria mulheres e crianças. Mais de 200 pessoas continuam desaparecidas, provavelmente ainda presas aos restos da embarcação no fundo do mar. Cento e cinquenta pessoas foram resgatadas com vida.
 
De acordo com a OIM (Organização Internacional para as Migrações), cerca de 25 mil pessoas morreram nas últimas duas décadas tentando cruzar o Mar Mediterrâneo a partir do Norte da África. O recente ato dessa tragédia anunciada que se repete sem parar desencadeou novas e fortes polêmicas, com ataques crescentes à legislação imigratória italiana, que criminaliza e persegue esses estrangeiros.

Don Virginio Colmegna, sacerdote e presidente da fundação italiana Casa della Carità, que atua em Lampedusa, comentou em entrevista a Opera Mundi o naufrágio dessa semana e ressaltou que, em sua opinião, já não se pode falar de uma tragédia, mas de uma “arrepiante normalidade”, feita de “leis equivocadas, medidas repressivas frente ao fenômeno imigratório e desinteresse dos países europeus não diretamente afetados pela chegada de milhares de imigrantes”.

Opera Mundi: Qual é a raiz desse novo drama humano?

Virginio Colmegna: Está em situações muitos complexas, que têm a ver com a situação dramática que vivem países sacudido por fortes conflitos internos, que levam famílias inteiras a viajar em condições desumanas para sair dessa condição e consequentemente se tornando presas de redes criminosas. Além disso, há também as políticas e legislações nacionais e europeias, marcadas pelo medo, a falta de abertura e a criminalização do imigrante.

O drama humano que estamos vivendo hoje não é, nem será, o último. Se a política não começar a enfrentar esse problema, a assumi-lo como parte de uma dimensão humanitária, que posteriormente será ampliada para a política, teremos novas e sempre mais dramáticas tragédias anunciadas, que já se tornaram uma arrepiante realidade.

OM: Laura Boldrini, presidente da Câmara de Deputados, disse que depois desse naufrágio, “nada será como antes”. O que o senhor acha dessa afirmação?

VC: Entendo sua reação e compartilho dessa impressão, mas, para que isso se torne uma verdade, é preciso agir imediatamente a nível legislativo e cultural. Nesse momento, por exemplo, estamos vivendo uma situação totalmente surreal, um paradoxo, onde, graças à Lei Bossi-Fini, os 155 sobreviventes podem ser investigados, acusados pelo delito de “imigração ilegal” e sujeitas a pagar uma alta multa antes de serem expulsas.

Além disso, a legislação italiana complicou os trâmites e restringiu a aceitação dos pedidos de asilo, obrigando grandes quantidades de pessoas perseguidas em seus países e que nada têm a ver com o fenômeno imigratório clássico, a entrar num espiral de ilegalidade. Definitivamente, temos uma legislação que gera ilegalidade, confusão, paradoxos e a criminalização do imigrante. Os criminosos se aproveitam disso.
 
OM: As autoridades italianas foram a Lampedusa e expressaram seus pêsames pela tragédia. Qual é a sua impressão sobre isso?

VC: Penso nas palavras do Papa Francisco durante sua visita a Lampedusa, quando falou da “globalização da indiferença”. Se o problema é principalmente político, é preciso começar a fazer gestos concretos, e não ficar somente na especulação e no debate, que servem para criar o consenso o contrassenso eleitoral.

Temos mortos, dramas humanos, uma verdadeira hecatombe. O Mar Mediterrâneo se tornou um cemitério. Não podemos nos calar, senão a “globalização da indiferença” irá se transformar em uma “globalização das responsabilidades”.
 
OM: Como o senhor define a atitude da Liga Norte, que acusou Boldrini e a ministra Cécile Kyenge, de origem congolesa, de serem corresponsáveis por essa tragédia?
 
VC: Nem vale a pena falar deles. É uma vergonhosa manobra em busca de ganhos políticos. Não levam em conta a realidade desse drama humano, dessa crise da nossa civilização. Há mulheres com crianças que sofreram muito, cujos olhos refletem o horror vivido nesses países. Pessoas que agora serão fagocitadas pelo sistema repressivo imigratório, trancadas em Centros de Identificação e Expulsão. É preciso fazer algo.

OM: Quais são os passos mais urgentes a serem tomados para mudar essa dinâmica que produz tantas vítimas?

VC: É preciso criar de imediato um “corredor humanitário”, para tirar as famílias das garras dos grupos criminosos que lucram com esse mortal negócio. Também, “esvaziar” Lampedusa, com projetos sérios para que todo o país assuma a presença dessas pessoas, as acompanhando com uma mensagem de civilidade, educação e disponibilidade. Finalmente, é necessária uma profunda mudança da legislação imigratória nacional e das políticas europeias.
 
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O drama de Lampedusa: “ALEMANHA RECUSA ACOLHER MAIS REFUGIADOS”

 

Die Welt - Presseurop
 
Numa altura em que o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, apelou a uma repartição mais justa dos refugiados na Europa, “a Alemanha recusa acolher mais refugiados para aliviar a Itália”, noticia Die Welt Kompakt.
 
Alguns dias depois da catástrofe de Lampedusa, em que morreram afogados, pelo menos, 235 imigrantes, Berlim explica que “a Alemanha já oferece refúgio ao máximo número possível de pessoas, tendo em conta o tamanho do país e número de habitantes”. Em 2012, afirmou um porta-voz do Ministério do Interior, a Alemanha acolheu 65 mil pessoas que pediram asilo e a Itália 15 mil.
 
Hoje, 8 de outubro, os ministros europeus do Interior reúnem-se para debater a questão dos imigrantes, que também estará na agenda do Conselho Europeu marcado para o final do mês, acrescenta o diário.
 
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UMA EMERGÊNCIA FRÁGIL E VULNERÁVEL – II

 

Martinho Júnior, Luanda (ler parte I)

1 – “Rugir pode dar dor de garganta”, considera o articulista MK Bhadrakumar a propósito do papel da Presidente Dilma Roussef na ONU:

… “O problema de rugir é que pode dar dor de garganta. É o que pode acontecer a Rousseff se persistir nos rugidos, até que não lhe reste outro remédio além de gargarejos de salmoura e um voto de silêncio até que recupere a voz”…

A ironia diplomática veio a propósito do comportamento face ao caso das divulgações de Edward Snowden, por parte dos BRICS asiáticos: Rússia, China e Índia!

2 – Não está mal informado MK Bhadrakumar e para se chegar a essa conclusão basta:

- Conhecer o Acordo Militar do Brasil com os Estados Unidos, em vigor desde a data da sua assinatura, a 12 de Abril de 2010;

- Avaliar o que as partes têm vindo a realizar no âmbito desse acordo de então para cá.

Foi o que fez o Partido Comunista do Brasil, em tempo e com sentido de responsabilidade anti imperialista; fez desde logo as críticas que achou oportunas de acordo com os princípios e opções por que se rege e publicou na sua página na Internet o referido Acordo.

Veja-se desde logo, em conformidade, o conteúdo do 1º artigo, Escopo:

“O presente Acordo, regido pelos princípios de igualdade, reciprocidade e interesse mútuo, em conformidade com as respectivas leis e regulamentos nacionais e as obrigações internacionais das Partes, tem como objetivo promover:

a) a cooperação entre as Partes em assuntos relativos à Defesa, particularmente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, apoio logístico, segurança tecnológica e aquisição de produtos e serviços de Defesa;
b) a troca de informações e experiências adquiridas no campo de operações e na utilização de equipamento militar de origem nacional e estrangeira, bem como as relacionadas a operações internacionais de manutenção de paz;
c) a troca de experiências na área de tecnologia de defesa;
d) a participação em treinamento e instrução militar combinados, exercícios militares conjuntos e o intercâmbio de informações relacionado a esses temas;
e) a colaboração em assuntos relacionados a sistemas e equipamentos militares; e
f) a cooperação em quaisquer outras áreas militares que possa ser de interesse mútuo das Partes”.

3 – Desde que o Acordo Militar do Brasil com os Estados Unidos foi conhecido que o PCB tem mantido um posicionamento político interno crítico à política exterior do governo de Dilma, em alguns casos detalhando na sua argumentação.

As duas tónicas principais são “romper os acordos militares com os EUA e suspender o leilão do Campo de Libra”, mas qualquer uma dessas pretensões parece estarem a esbarrar com um muro de indiferença por parte do executivo.

O Brasil, se tem soluções para fazer face à espionagem norte americana, não pretende “romper” e esse posicionamento só pode favorecer as políticas de hegemonia unipolar do império, que são reforçadas com a absorção de novas tecnologias!

O modo de funcionamento do SIVAM, “Sistema de Vigilância da Amazónia” e da própria ABIN, “Agência Brasileira de Inteligência”, é vulnerável e, é preciso recordar, é uma herança do governo de Fernando Henrique Cardoso!

Para tornar operacional por exemplo o SIVAM, foram adquiridos equipamentos e tecnologias à norte-americana Raitheon e à francesa Thomson… não haverá demasiadas janelas abertas no próprio “hardware” instalado?

Assim sendo, o Brasil é, com a África do Sul, um dos elos mais fracos da cadeia dos maiores emergentes:

Os emergentes asiáticos aplicam, quase na generalidade, tecnologia de inteligência e militar com “hardware” por si fabricados, o que não acontece com os emergentes do hemisfério ocidental, situados na América e em África, demasiado dependentes das tecnologias ocidentais, particularmente das várias componentes da OTAN!

Mesmo assim a Rússia adquiriu recentemente à França 4 navios polivalentes da classe Mistral a fim de suprir a sua frota, carente desse tipo de meios e dos respectivos conceitos.

A título de exemplo, em relação ao Brasil:

O primeiro Navio de Patrulha Oceânica construído para as acções na “Amazónia Azul”, duma série de três, construído nos estaleiros da potência tutelar da ilha-pirata de Ascensão!... quanto mais me espionas, mais eu gosto de ti!...

…“A entrega se realizou no prazo de apenas seis meses, após a assinatura do contrato de £133 milhões, prevendo o fornecimento de três Navios de Patrulha Oceânica e a prestação dos serviços auxiliares de suporte. De acordo com o contrato, caberá à BAE Systems fornecer também treinamento a mais de 80 membros da tripulação do Amazonas, baseados atualmente em Portsmouth. O treinamento abordará áreas como operação do navio, sistemas eletrônicos e propulsão. O navio rumará para Plymouth, em julho, onde a tripulação completará seu programa de treinamento, antes de seguir para o Brasil, em agosto.

O primeiro de sua classe, o Amazonas, foi construído nas instalações da BAE Systems, em Portsmouth. Os outros dois navios de sua classe, o Apa e o Araguari, foram construídos nos estaleiros de Scotstoun, às margens do rio Clyde, sendo que a entrega de ambos está prevista para dezembro de 2012 e abril de 2013, respectivamente”…

O “rugido” de Dilma foi apenas para a ONU ouvir: de mau humor desses está mesmo o inferno cheio e, entre rugidos, até nas fotografias continua a ser explícito o sorriso de Obama!

Foto: Se mau humor houve por parte de Dilma Roussef, ele é inconsequente; daí o sorriso amplo de Barack Hussein Obama: contrastes!
 
 

Brasil: MÉDICOS CUBANOS FAZEM SUCESSO NO SERTÃO NORDESTINO

 

Pragmatismo Político
 
Médicos cubanos atendem em regiões isoladas do sertão nordestino. Em menos de 15 dias, os profissionais conquistaram a confiança e o reconhecimento dos moradores que vivem em localidades onde nunca havia atendimento médico ambulatorial regular
 
Os médicos cubanos, inscritos na primeira etapa do programa Mais Médicos do Ministério da Saúde, chegaram a 11 cidades do Interior do Ceará levando consultas de atenção básica à população de áreas isoladas na zona rural. Em menos de 15 dias, os profissionais conquistaram a confiança e o reconhecimento dos moradores que vivem em localidades onde nunca havia atendimento médico ambulatorial regular.
 
Acopiara
 
Um exemplo vem da localidade de Calabaço na zona rural de Acopiara. Localizada no alto sertão cearense, entre os municípios de Quixelô e Solonópole, a comunidade, desde segunda-feira passada, dispõe dos serviços do médico Ivan Rodriguez, originário da província de San Tiago de Cuba.
 
Avaliação
 
Dedicado, atencioso e com 20 anos de experiência em atenção básica de saúde em Cuba e na Venezuela, Ivan Rodriguez recebe avaliação positiva dos moradores. “Aqui nunca veio um médico e construíram esse posto há cinco anos, mas só tinha profissional de Enfermagem”, disse o agricultor Valdemar Felipe de Souza.
 
A Unidade Básica de Saúde (UBS) da localidade de Calabaço, distante 75km da sede de Acopiara, apresenta boa estrutura e passa por adaptações com investimentos de R$ 34 mil do Ministério da Saúde. Os consultórios dispõem de aparelhos de ar condicionado, há salas de imunização, para exames ginecológicos, farmácia, cantina, área de serviço e sanitários.
 
Em média, nesta primeira semana de trabalho, o médico Ivan Rodriguez atendeu 20 pacientes por dia. “É a demanda espontânea”, conforme ele mesmo frisou. “Depois vamos fazer reuniões e palestras sobre educação em saúde”.
 
A UBS de Calabaço possui área de abrangência de 500 famílias de oito localidades rurais, que têm por característica casas isoladas e terras áridas. O tempo seco e quente nessa época do ano despertou a atenção de Ivan Rodriguez. “A gente estuda sobre a cultura, a geografia e a história do Brasil, mas vê de perto assim essa vegetação seca é bem diferente”, disse. “O calor está muito intenso”.
 
Os médicos cubanos cumprem carga horária de 40 horas semanais. Isto é, são oito horas diárias. Esse fato surpreende os moradores. Os médicos brasileiros que atendem em postos do Programa Saúde da Família não passam mais do que uma hora e meia. Outro aspecto diferencial é o tempo de consulta. “É bem mais demorada”, observa a enfermeira, Thaís Araújo de Souza. “Ele pergunta muito, no intuito de conhecer a história do paciente”, afirmou.
 
Superação
 
O obstáculo inicial do idioma estrangeiro está sendo superado rapidamente. Os médicos cubanos estudaram cerca de seis meses a língua portuguesa.
 
Os que vieram para os municípios de Acopiara e Catarina conseguem se expressar de forma compreensível. Falam devagar, e repetem as palavras até se fazerem entender. A adaptação, como diz a comunidade, ocorre pela dedicação.
 
A dona de casa, Nara Raquel Macedo, foi taxativa: “Deu para entender tudo que ele disse, ele insiste até a gente entender e pergunta muitas coisas”. Antes da consulta, os moradores mostram-se apreensivos por temor de não ser estabelecida uma comunicação compreensiva.
 
O agricultor Benevides Vieira fez a primeira consulta com queixa de dor de cabeça e incômodo na garganta. “Gostei muito e entendi tudo”, disse. “Agora ficou bem melhor porque antes a gente tinha que ir para Quixelô, atrás de um médico”.
 
No início da tarde desta quinta-feira, Ivan Rodriguez fez duas visitas domiciliares. É a quinta em apenas uma semana. “Aqui na comunidade nunca trabalhou um médico e imagina vir um aqui na minha casa. Meu Deus, isso é muito bom, nunca imaginei que isso pudesse acontecer”, disse a aposentada, Francisca Moreira de Carvalho que foi consultado no alpendre de casa. Diariamente, os médicos cubanos percorrem centenas de quilômetros entre a sede do município e a UBS. Chegam por volta das 9 horas e só saem às 17 horas. Não há limite de consultas. “Nós cubanos somos prestativos e viemos aqui para trabalhar, para atender as pessoas pobres, que necessitam dos nossos serviços”, disse Ivan Rodriguez. Esses profissionais deixaram família, mulher e filhos, em Cuba, e vieram ser solidários ao povo brasileiro.
 
O secretário de gestão do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, por ocasião da entrega simbólica do registro do CRM aos médicos cubanos que estão trabalhando em Acopiara e Catarina frisou que os profissionais são dedicados e compromissados com a população pobre. “Eles trabalham com muito zelo e atenção”, disse. “No Brasil, faltam médicos. Os brasileiros não vão para essas áreas isoladas, distantes porque enfrentam elevada demanda por seus serviços”, frisou. “Estamos trazendo mais profissionais e a população vai reconhecer o esforço do governo”, ressaltou.
 
Mais informações: Mais Médicos - Secretaria de Saúde de Acopiara - Fone: (88) 3565. 1755 - Escola de Saúde Pública do Ceará - Telefone: (85) 3101. 1412
 
Estrangeiras atuam em Quiterianópolis
 
Quiterianópolis. Este é o único município desta região, dos Sertões de Crateús, a receber médicos da primeira etapa do Programa Mais médicos. Duas médicas cubanas, Irma Collazo e Isabel Dolores, já estão atendendo a população desde a última terça-feira, atuando em unidades de saúde, uma na localidade de Santa Rita e a outra na sede. A população se diz satisfeita com o atendimento atencioso e as condutas médicas. De início, porém, a dificuldade tem sido a língua.
 
Cinco equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF) atendem atualmente a uma população de quase 20 mil habitantes, na sede e zona rural. A meta é estender para oito equipes, número que possibilitará a completa cobertura na atenção básica do município.
 
A localidade de Santa Rita, inclusive é a mais nova ESF de Quiterianópolis, criada e composta graças ao Programa, já que o município nunca conseguia compor a equipe, devido à falta do profissional médico. A cubana Irma Collazo é a primeira médica da nova equipe, cujos demais profissionais esperam que seja uma longa experiência de três anos, tempo previsto pelo Programa.
 
“A nossa expectativa é que com o Programa agora haja a criação de vínculo da equipe e continuidade dos tratamentos junto à comunidade. Devido a dificuldade de fixação e a rotatividade de profissionais médicos aqui no município, isso não era alcançado”, analisa a enfermeira da equipe de Santa Rita, Lurdes Soares.
 
Obstáculos
 
Para ela, os obstáculos com a compreensão da língua das médicas estão menores do que ela esperava e as duas têm o cuidado de falar de forma pausada a fim de serem melhor compreendidas. “Procuro estar sempre perto dela e do paciente para auxiliar na comunicação e considero que está ocorrendo direitinho, sem muitas dificuldades”, frisa a enfermeira.
 
Os pacientes, porém, não são da mesma opinião com relação à língua. Enfatizam logo, de pronto, que não entendem bem o que a médica está falando ou recomendando. Quanto ao atendimento são unânimes em destacar a consulta demorada, a atenção, paciência e os exames corporais (toque, apalpar e escuta). “A consulta foi boa, me examinou, apalpou aqui na minha barriga que é onde me queixo de dor; me examinou todo, muito bem e só com isso já me senti melhor”, observa alegre o idoso Francisco Pereira, de 80 anos, residente na localidade de São Miguel, que se consultou pela primeira vez com a cubana Irma, médica com 25 anos de experiência.
 
“Gostei muito do atendimento, ela é muito atenciosa, mas não entendi bem o que disse. Então perguntei várias vezes para poder entender”, dia a dona de casa Luísa Gonçalves, que foi atendida na unidade de saúde.
 
Ajuda
 
O dia para as duas médicas é bem atarefado. Trabalham oito horas e uma delas chegou a atender 40 pessoas em um dia. Os atendimentos se dividem em consultas na unidade e visitas domiciliares aos pacientes acamados. Segundo as médicas, nada muito diferente do que faziam em seu país. O clima, a cultura, os costumes também não estão sendo obstáculos para elas, que expressam com naturalidade que vieram para ajudar o povo brasileiro.
 
“Vim para atender o povo que estava precisando de médicos. No nosso país, é tradição ajudar aos outros povos. Já passei dois anos e meio na África e agora vim para cá com prazer”, diz Isabel, que tem 25 anos de experiência em medicina e deixou dois filhos em seu país. “O difícil está sendo a saudade dos filhos, que é muito forte e o esforço para falar o português e ser compreendida, mas as pessoas são muito acolhedoras aqui”, acrescenta.
 
ENQUETE
 
Como avalia a atuação dos profissionais?
 
“Gostei demais da consulta, porque o doutor Ivan perguntou sobre muitas coisas e insistiu várias vezes se eu estava compreendendo o que ele falava e deu para entender tudo. Foi uma consulta demorada e boa” – (Nara Raquel Macedo / Dona de casa)
 
“Quando estive no consultório do posto não entendi quase nada do que ele falou porque estava um pouco nervosa, mas depois ele veio aqui em casa e já achei melhor. É muito bom ter um médico aqui” (Francisca Moreira de Carvalho / Aposentada)
 
 
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