quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Cooperação entre Portugal e Angola tem sido intensa - ministra da Justiça

 


A cooperação entre Portugal e Angola “tem decorrido de forma muito intensa”, assegurou hoje a ministra da Justiça portuguesa, apelando a que se olhe “para o futuro, fazendo e não falando”.
 
Paula Teixeira da Cruz falou aos jornalistas à margem da sessão de abertura do congresso “Angola século XXI - desenvolvimento, cidadania e cultura”, organizado pela Casa da Cultura Angolana, que decorre hoje e na quinta-feira, na Universidade Lusófona, em Lisboa.
 
Recusando pronunciar-se sobre “casos particulares”, a governante, nascida em Angola, defendeu que é preciso “realçar aquilo que de positivo há e que em conjunto se consegue fazer”.
 
Paula Teixeira da Cruz recusou a terminologia “incidentes” para descrever o recente momento das relações luso-angolanas. “Temos que olhar para o futuro, fazendo e não falando. Por vezes, fala-se de mais e faz-se de menos”, apreciou.
 
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje que a cimeira entre Portugal e Angola não se vai realizar, mas apenas reuniões bilaterais, insistindo que as relações entre os dois países se processam “normalmente”.
 
Lisboa e Luanda tinham acordado a realização da primeira cimeira bilateral para o próximo mês, mas, em outubro passado, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, descartou uma possível parcerIa estratégica, na sequência de notícias vindas a público sobre investigações do Ministério Público português a conhecidas figuras angolanas.
 
Na área da justiça, a cooperação luso-angolana tem decorrido “normalmente” e é “transversal”, garantiu Paula Teixeira da Cruz.
 
“As fugas de informação são uma preocupação” para as autoridades portuguesas, até porque “têm sido um problema recorrente”, admitiu a ministra, sublinhando que os responsáveis “têm procurado soluções”, mas “é impossível, muitas vezes, evitar fugas de informação”.
 
Sobre um futuro encontro com o seu homólogo angolano, Paula Teixeira da Cruz recordou que tiveram um "não há muito tempo”, mas estimou que, “seguramente”, se repetirá “essa oportunidade em 2014”.
 
Durante a sessão de abertura do congresso, integrado nas comemorações do Dia da Cultura Angolana, a ministra destacou o "percurso extraordinário” de Angola, graças à “resiliência” e á “capacidade de adaptação” dos angolanos.
 
“Olhando para as circunstâncias, de guerra colonial e guerra civil, quantos países tiveram a capacidade de se erguerem, sobretudo do ponto de vista cultural?”, questionou, realçando a “cultura riquíssima, que se distingue hoje a nível internacional” e “extravasa o espaço lusófono”.
 
Cidadã portuguesa, Paula Teixeira da Cruz falou das “raízes” e “referências” que guarda de Angola. “Não deixei lá só o meu umbigo, mas uma boa parte da minha alma”, partilhou.
 
SBR (JH) // APN – Lusa, foto Mário Cruz
 

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