A cooperação entre
Portugal e Angola “tem decorrido de forma muito intensa”, assegurou hoje a
ministra da Justiça portuguesa, apelando a que se olhe “para o futuro, fazendo
e não falando”.
Paula Teixeira da
Cruz falou aos jornalistas à margem da sessão de abertura do congresso “Angola
século XXI - desenvolvimento, cidadania e cultura”, organizado pela Casa da
Cultura Angolana, que decorre hoje e na quinta-feira, na Universidade Lusófona,
em Lisboa.
Recusando
pronunciar-se sobre “casos particulares”, a governante, nascida em Angola,
defendeu que é preciso “realçar aquilo que de positivo há e que em conjunto se
consegue fazer”.
Paula Teixeira da
Cruz recusou a terminologia “incidentes” para descrever o recente momento das
relações luso-angolanas. “Temos que olhar para o futuro, fazendo e não falando.
Por vezes, fala-se de mais e faz-se de menos”, apreciou.
O ministro dos
Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou hoje que a cimeira entre Portugal e
Angola não se vai realizar, mas apenas reuniões bilaterais, insistindo que as
relações entre os dois países se processam “normalmente”.
Lisboa e Luanda
tinham acordado a realização da primeira cimeira bilateral para o próximo mês,
mas, em outubro passado, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos,
descartou uma possível parcerIa estratégica, na sequência de notícias vindas a
público sobre investigações do Ministério Público português a conhecidas
figuras angolanas.
Na área da justiça,
a cooperação luso-angolana tem decorrido “normalmente” e é “transversal”,
garantiu Paula Teixeira da Cruz.
“As fugas de
informação são uma preocupação” para as autoridades portuguesas, até porque
“têm sido um problema recorrente”, admitiu a ministra, sublinhando que os
responsáveis “têm procurado soluções”, mas “é impossível, muitas vezes, evitar
fugas de informação”.
Sobre um futuro
encontro com o seu homólogo angolano, Paula Teixeira da Cruz recordou que
tiveram um "não há muito tempo”, mas estimou que, “seguramente”, se
repetirá “essa oportunidade em 2014”.
Durante a sessão de
abertura do congresso, integrado nas comemorações do Dia da Cultura Angolana, a
ministra destacou o "percurso extraordinário” de Angola, graças à
“resiliência” e á “capacidade de adaptação” dos angolanos.
“Olhando para as
circunstâncias, de guerra colonial e guerra civil, quantos países tiveram a
capacidade de se erguerem, sobretudo do ponto de vista cultural?”, questionou,
realçando a “cultura riquíssima, que se distingue hoje a nível internacional” e
“extravasa o espaço lusófono”.
Cidadã portuguesa,
Paula Teixeira da Cruz falou das “raízes” e “referências” que guarda de Angola.
“Não deixei lá só o meu umbigo, mas uma boa parte da minha alma”, partilhou.
SBR (JH) // APN –
Lusa, foto Mário Cruz
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